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sábado, 28 de junho de 2014

Análise Semanal de Mercados da Soja, Milho e Trigo

(20/06/2014 a 26/06/2014)

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terça-feira, 24 de junho de 2014

PIB MEDÍOCRE (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
26/06/2014

Os resultados ruins do medíocre PIB do primeiro trimestre de 2014 não param na baixa taxa de investimento, como vimos no comentário passado. Igualmente a construção civil, que sustentou parcialmente o emprego e a economia nos últimos anos, a partir dos programas sociais oficiais, confirma os sinais de que seu auge passou há algum tempo e a bolha vem murchando. Seu crescimento foi negativo em 0,9% neste primeiro trimestre do ano. E, para piorar o cenário, a taxa de poupança nacional ficou em míseros 12,7% do PIB no trimestre, se constituindo no pior resultado desde o ano 2000 (ano que a série histórica iniciou). Também aqui, o ideal para as necessidades do país é uma taxa ao redor de 25% do PIB. Esse conjunto de péssimos resultados econômicos nos traz muitas conseqüências a serem administradas. Dentre elas, a primeira surge no aumento do desemprego e na redução da geração de empregos. Que o Brasil nunca esteve em pleno emprego isso é sabido. Porém, agora os números atuais confirmam que o péssimo crescimento econômico, aliado a um aumento exagerado dos salários sem contrapartida na melhoria da produtividade do trabalho, obriga o setor produtivo a cortar definitivamente postos de trabalho. Em abril passado a geração de empregos no país foi a pior em 15 anos para um mês de abril. O desemprego medido pelo IBGE (Pnad Contínua, que acabou voltando a ser feita) acusa 7,1% no primeiro trimestre deste ano, contra 6,2% no último trimestre de 2013. Para o DIEESE o desemprego anual atinge, no encerramento de abril, a 11,1%. E o quadro deverá piorar nos próximos meses (se não houver maquiagens oficiais dos índices) a julgar pelo comportamento das empresas e do mercado. Afinal, com um PIB desta envergadura (projeção de 1,2% para 2014) não há como manter empregos, particularmente porque o fôlego oficial de sustentar a economia via dinheiro público igualmente se esgota. Para piorar o quadro, a inflação continua subindo a ponto de comprometer o próprio PIB (o IPCA chega 6,37% no acumulado de junho/13 a maio/14). E não será a decisão momentânea do governo, de manter a Selic em 11% ao ano, que resolverá o problema. Tudo isso confirma nossos alertas anteriores de que há muito tempo o governo brasileiro está perdido na condução da política econômica nacional. Não é por acaso que o capital internacional sai do país em proporções maiores do que o normal. Os investidores receiam que esta péssima realidade econômica continue, caso o atual governo seja reeleito para mais quatro anos. E eles não estão sozinhos nesta análise. Cada vez mais brasileiros, que vivem diretamente a realidade nacional, demonstram tal preocupação. Nesse contexto, qualquer que seja o governo eleito em outubro terá que realizar reformas profundas e doloridas para recuperar o país da situação em que foi colocado nos últimos anos. Se nada for feito, aí sim veremos o que é crise econômica.





sexta-feira, 20 de junho de 2014

Análise Semanal de Mercados da Soja, Milho e Trigo

(13/06/2014 a 26/06/2014)

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quinta-feira, 19 de junho de 2014

TENDÊNCIAS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)
21/06/2014

ARGENTINA: CRISE SEM FIM (I)
Desde 2001, quando se viu obrigada a deixar de lado o câmbio fixo (um peso igual a um dólar), a economia da Argentina não conseguiu mais se organizar, entrando em um novo período de desestabilização. Diferentemente do Brasil que, impelido pelo mercado a ingressar no sistema de câmbio flutuante soube administrar a transição, o vizinho país não conseguiu reorganizar sua economia. Pelo contrário, conduzido por governos populistas (a era Kirchner), o país viu sua economia afundar. O calote em grande parte de sua dívida externa, realizado pelo então presidente Néstor Kirchner, apenas piorou o problema. Afinal, calote de dívida nunca foi a solução para ninguém, particularmente junto a países que não possuem poupança própria e dependem, para tocarem suas economias, de recursos externos. Agora, a Argentina vive um novo capítulo de sua crise infindável. Um novo calote da dívida externa se avizinha. O governo local acaba de anunciar que não poderá pagar a próxima parcela de sua dívida, que já havia sido reestruturada após o calote anterior. Na época, o calote total era iminente sobre cerca de US$ 100 bilhões que era o total do endividamento. O governo local ofereceu pagamento da dívida, porém, com descontos de 70%. Preocupados em nada receber, cerca de 90% dos credores acabaram aceitando a proposta e passaram a receber o saldo em parcelas. Todavia, 10% dos credores não aceitaram a proposta e recorreram a tribunais internacionais. Pois desde 2012 a Justiça dos EUA deu ganho de causa aos credores (fundos especulativos locais acionaram a justiça), obrigando a Argentina a pagar US$ 1,33 bilhão aos fundos credores. A Suprema Corte dos EUA acaba de manter a condenação, derrubando uma medida cautelar imposta pela Argentina. Ora, o governo argentino anuncia que não tem recursos para pagar esse valor, ameaçando iniciar um novo calote a partir do dia 30 de junho, data em que vence o prazo para o pagamento.

ARGENTINA: CRISE SEM FIM (II)

As consequências desta péssima gestão pública, a qual o povo argentino reconduziu inadvertidamente nas últimas eleições, são muitas. Na área externa, o país perde ainda mais o crédito. A agência de classificação de risco Standard & Poor`s, ainda no dia 17 de junho, reduziu a nota de crédito do país, fixando-a agora em CCC-, podendo ocorrer novos rebaixamentos. Por esta classificação, a nota argentina coloca a dívida do país (e o próprio país) em alto risco de inadimplência e baixo interesse. Na área interna, a economia se esfacela, com falta de produtos, alta inflação, maquiagem de dados econômicos por parte do governo, aumento da pobreza, desemprego e impostos nas exportações para impedir que o país fique desabastecido. Paralelamente, busca barrar a entrada de diferentes produtos importados, particularmente os brasileiros, mesmo que isso custe mais caro à população. A ideia é proteger o que resta da industrialização do país e seus empregos. E pensar que a Argentina foi uma das grandes potências econômicas mundiais no início do século XX. A lição que fica é a de que facilmente as más gestões públicas, eivadas de demagogia, ideologias radicais e populismo, facilmente desmontam uma economia e a colocam por terra, forçando gerações inteiras a pagarem a conta via um atraso econômico enorme e um desenvolvimento impossível de alcançar. Quando alertamos que o atual governo brasileiro vem “argentinizando” a economia nacional, estamos indicando que as decisões aqui tomadas tomam o mesmo caminho dos vizinhos. É preciso alterar o rumo, através de ajustes estruturais profundos, que recoloquem o Brasil no caminho de um crescimento adequado. Para tanto, as eleições são um passo, porém, as mesmas não podem se resumir nelas mesmas. A população precisa participar mais profundamente da vida do país, fiscalizando mais efetivamente o que seus gestores fazem com o dinheiro público, sem se deixar enganar por discursos utópicos e ufanistas, sem base na realidade político-econômica existente no país. Que o triste exemplo do vizinho Argentina nos sirva de exemplo antes que seja tarde!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

TRIGO: NOVA SAFRA COM PREÇOS BAIXOS (?)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
CEEMA/DACEC/UNIJUI
Junho de 2014

Nesse momento, todos os fatores de mercado indicam para preços baixos quando da colheita da nova safra gaúcha de trigo. Em primeiro lugar, temos uma forte queda nas cotações do cereal em Chicago. O bushel iniciou a segunda quinzena de junho valendo US$ 5,81, sendo o mais baixo nível desde a primeira semana de fevereiro. Além disso, no início de maio o bushel chegou a atingir US$ 7,31. Em segundo lugar, o Paraná aumentou sua área de trigo em 32% e espera colher, em clima normal, cerca de 4 milhões de toneladas. Por sua vez, o Rio Grande do Sul indica um aumento de quase 9% em sua área com trigo, fato que levaria a produção gaúcha para 2,8 milhões de toneladas pelo menos. Em terceiro lugar, a Argentina e o Paraguai aumentam igualmente suas áreas com o cereal. Somente a Argentina indica um milhão a mais de hectares semeados. Isso, em clima normal, deverá permitir ao vizinho país alcançar um volume de 13 milhões de toneladas, ou seja, quatro milhões acima do colhido neste último ano. Em quarto lugar, existem ainda cerca de 800.000 toneladas de trigo estocadas no Rio Grande do Sul, oriundas da safra passada e com dificuldades de escoamento. Enfim, os moinhos brasileiros continuam importando trigo, sendo que a maioria está com elevados estoques nesse momento. No acumulado do ano 2013/14 (agosto/13 a maio/14) o volume total importado chega a 5,77 milhões de toneladas, sendo 3,34 milhões dos EUA, 965.148 toneladas da Argentina, 898.530 toneladas do Uruguai, 335.171 toneladas do Canadá, 134.251 toneladas do Paraguai e 43 toneladas de outras origens. Nesse contexto, o saco de trigo ao produtor gaúcho, que fechou a primeira quinzena de junho, em plena entressafra, valendo apenas R$ 32,27 na média, pode ser negociado, no final do ano, abaixo de R$ 30,00. Vale lembrar que o preço mínimo, para a nova safra, foi reajustado em apenas 5%, ficando o trigo Classe pão tipo 1 em R$ 33,45/saco. Todavia, cerca de metade da produção gaúcha não alcançaria qualidade para esse nível de preço. Assim, para reverter tal tendência baixista seria preciso uma frustração de safra na América do Sul; ou uma recuperação em Chicago; ou ainda uma desvalorização do Real que torne as importações mais caras. Sem isso, a nova safra gaúcha irá depender novamente dos leilões de PEP do governo federal para, pelo menos, garantir o preço mínimo na safra 2014/15.



sábado, 14 de junho de 2014

Análise Semanal de Mercados da Soja, Milho e Trigo

(06/06/2014 a 12/06/2014)

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terça-feira, 10 de junho de 2014

TENDÊNCIA CAMBIAL

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
12/06/2014

Qual a tendência cambial para o final de 2014? Após a forte depreciação do Real, iniciada em maio de 2013, quando a moeda nacional saiu de um patamar de R$ 2,00 para níveis ao redor de R$ 2,40 em alguns momentos daquele ano, a variação cambial no país se estabilizou, nas últimas semanas, ao redor de R$ 2,22 por dólar. Sabe-se que tal valor se deve muito as constantes intervenções do Banco Central brasileiro (ofertando dólares no mercado) no sentido de estabilizar a moeda nacional. Isso porque uma depreciação mais aguda do Real impacta negativamente na inflação nacional, cujo índice oficial já se aproxima do teto da meta (6,37% no acumulado de 12 meses encerrado em maio/14). Todavia, pelo cálculo da paridade de poder compra, embora suas limitações, o câmbio no Brasil deveria estar hoje ao redor de R$ 2,75 por dólar, tomando-se como ponto de partida janeiro de 1999, mês em que o Brasil ingressou no sistema de câmbio flutuante. Ou seja, por esse cálculo o Real está ainda sobrevalorizado em 23,9%. Nesse sentido, há espaço para novas depreciações da moeda nacional até o final do ano. Para tanto, a saída de dólares deve ser maior do que a entrada, sem que o Banco Central consiga estancar o efeito com a venda de reservas cambiais. Nesse sentido, se é verdade que, terminada a primeira semana de junho, o déficit comercial é de US$ 4,13 bilhões (saída de dólares), também é verdade que nas últimas semanas vem ocorrendo uma melhoria em tal saldo. Além disso, se o recuo da demanda nacional continuar a crescer no restante do ano, em função da elevação da inflação, as importações poderão diminuir mais do que o esperado. Quanto ao movimento do câmbio (comercial e financeiro), o saldo geral ainda está positivo em US$ 4,03 bilhões nos primeiros cinco meses de 2014. Porém, no mesmo período do ano passado tal saldo era positivo de US$ 12,17 bilhões. Por sua vez, devido a perda de confiança do investidor internacional na economia brasileira, há espaço para uma menor entrada de investimentos externos diretos (capital produtivo) no país neste ano, assim como de capital especulativo. Nesse último caso, o aumento do juro básico, hoje em 11% ao ano, e sua provável retomada após as eleições de outubro, podem reverter tal processo. E por falar em eleições, a julgar pelo comportamento do mercado financeiro até aqui, caso haja reeleição da presidente Dilma, em não havendo sinalização consistente de reformas profundas na economia, pode acelerar a saída de dólares do país. Enfim, resta ainda quantificar que volume de dólares os torcedores estrangeiros deixarão no país por ocasião da Copa do Mundo que se inicia neste mês de junho. Pelo sim ou pelo não, o fato é que o Banco Central não poderá baixar a guarda se quiser manter o câmbio nos atuais níveis.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Análise Semanal de Mercados da Soja, Milho e Trigo

(30/05/2014 a 05/06/2014)

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quinta-feira, 5 de junho de 2014

TENDÊNCIAS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)
07/06/2014

UM PÉSSIMO PIB: CONSEQUÊNCIAS
Confirmando a tendência já desenhada nos anos anteriores, a economia brasileira acaba de registrar mais um péssimo PIB trimestral. O 0,2% obtido no primeiro trimestre nos traz uma série de informações preocupantes as quais, por sua vez, levam a outras tantas conseqüências. Dentre as informações, a primeira a chamar atenção é o fato de que os investimentos registraram -2,1% no trimestre. Ora, é exatamente de investimentos em infraestrutura que o país mais precisa para sair desta crise que já dura alguns anos e vem piorando. Todavia, o mesmo não só não acontece como decresce. Isso confirma que os programas oficiais, batizados de PAC, não estão dando resultados. Possivelmente porque muito mal gerenciados, além de muitos ficarem apenas no papel. Outro aspecto a destacar é que nossa indústria continua seu calvário decrescente, tendo recuado 0,8% no primeiro trimestre (a mesma está tecnicamente em recessão, pois este foi o terceiro trimestre seguido com crescimento negativo). Trata-se de um claro sinal da falta de confiança dos empresários na economia, além das dificuldades de ver seus produtos efetivamente aumentando presença no mercado global. Um terceiro ponto se encontra no consumo das famílias, o qual caiu 0,1% no período, confirmando o esgotamento do modelo de crescimento calcado no consumo interno. Aliás, tal modelo só funcionou em 2010, quando encontrou uma demanda reprimida e ainda distante dos altos endividamentos e inadimplências atuais. Enfim, o pífio comportamento do PIB trimestral só não foi pior porque, mais uma vez, a agropecuária cresceu bem. Entretanto, depender de um setor que funciona muito em cima do comportamento climático, portanto vulnerável ao comportamento errático do clima é, no mínimo, perigoso. Nesse contexto ruim, a projeção para o PIB acumulado em todo o ano de 2014 piorou. A mesma agora está entre 1% e 1,5%, contra 2,3% obtidos em 2013. Muito longe das necessidades do país, hoje entre 5% e 6% anuais pelo menos. Pior, excetuando os 7,5% de crescimento em 2010, justamente porque a demanda interna respondeu ao apelo de consumo oficial, o PIB brasileiro tem emendado anos a fio de resultados insuficientes, quando não medíocres. Senão vejamos: -0,3% em 2009; 7,5% em 2010 (a exceção); 2,7% em 2011; 0,9% em 2012; 2,3% em 2013; 1% a 1,5% em 2014 (tendência).

UM PÉSSIMO PIB: CONSEQUÊNCIAS (II)
Mas os sinais da debilidade econômica nacional ainda vão mais longe. Os dados deste primeiro trimestre mostraram igualmente que a taxa de investimento de janeiro a março ficou em apenas 17,7% do PIB, sendo a mais baixa para o período desde 2009. Ou seja, enquanto a crise mundial aos poucos vai sendo superada, o Brasil vai piorando e perdendo a oportunidade de avançar nessa nova arrancada da economia global pós-crise. Para lembrar: o país precisaria de uma taxa de investimento de 25% do PIB anualmente para dar conta de um crescimento aceitável. Em segundo lugar, a construção civil, que sustentou parcialmente o emprego e a economia nos últimos anos, a partir dos programas sociais oficiais, confirma os sinais de que seu auge passou há algum tempo e a bolha vem murchando. Seu crescimento foi negativo em 0,9% neste primeiro trimestre do ano. E, para piorar o cenário, a taxa de poupança nacional ficou em míseros 12,7% do PIB no trimestre, se constituindo no pior resultado desde o ano 2000 (ano que a série histórica iniciou). Também aqui, o ideal para as necessidades do país é uma taxa ao redor de 25% do PIB. Esse conjunto de péssimos resultados econômicos nos traz muitas conseqüências a serem administradas. Dentre elas, a primeira surge no aumento do desemprego e na redução da geração de empregos. Que o Brasil nunca esteve em pleno emprego isso é sabido. Porém, agora os números atuais confirmam que o péssimo crescimento econômico, aliado a um aumento exagerado dos salários sem contrapartida na melhoria da produtividade do trabalho, obriga o setor produtivo a cortar definitivamente postos de trabalho.

UM PÉSSIMO PIB: CONSEQUÊNCIAS (III)
Em abril passado a geração de empregos no país foi a pior em 15 anos para um mês de abril. O desemprego medido pelo IBGE (Pnad Contínua, que acabou voltando a ser feita) acusa 7,1% no primeiro trimestre deste ano, contra 6,2% no último trimestre de 2013. E o quadro deverá piorar nos próximos meses (se não houver maquiagens oficiais dos índices) a julgar pelo comportamento das empresas e do mercado. Afinal, com um PIB desta envergadura não há como manter empregos, particularmente porque o fôlego oficial de sustentar a economia via dinheiro público igualmente se esgota. Para piorar o quadro, a inflação continua subindo a ponto de comprometer o próprio PIB. E não será a decisão momentânea do governo, de manter a Selic em 11% ao ano, que resolverá o problema. Pelo contrário, caminhamos celeremente para uma estagflação, já alertada há três anos, onde a economia continua a frear enquanto os preços sobem. Tudo isso confirma nossos alertas anteriores de que há muito tempo o governo brasileiro está perdido na condução da política econômica nacional. Não é por acaso que o capital internacional sai do país, provocando nesta semana uma nova desvalorização do Real e um recuo da Bovespa. Os investidores receiam que esta péssima realidade econômica continue, caso o atual governo seja reeleito para mais quatro anos. E eles não estão sozinhos nesta análise. Cada vez mais brasileiros, que vivem diretamente a realidade nacional, demonstram tal preocupação. Daí a constatação: qualquer que seja o governo eleito em outubro terá que realizar reformas profundas e doloridas para recuperar o país da situação em que foi colocado nos últimos anos. Se nada for feito, aí sim veremos o que é crise econômica.





quarta-feira, 4 de junho de 2014

O DÓLAR NO MÊS DE MAIO DE 2014

Guilherme Gadonski de Lima
Argemiro Luís Brum

O mês de maio iniciou com o dólar cotado a R$ 2,22. A estabilidade da moeda estadunidense foi a tônica do mês. Seu menor nível foi alcançado no décimo terceiro dia do mês, com R$ 2,20, enquanto a cotação cambial mais elevada do período analisado se deu no dia 28, chegando a R$ 2,24. Nos demais dias o câmbio oscilou dentro desta “banda”. Esta relativa estabilidade da cotação se deve, particularmente, a continuidade da presença do Banco Central brasileiro com ações de oferta de dólares. Ao mesmo tempo, o mercado esperou os números do PIB trimestral, divulgado no último dia do mês. Há muita expectativa igualmente em relação à Copa do Mundo de Futebol e com eleições presidenciais programadas para outubro, cuja campanha eleitoral irá aquecer após a Copa. Estes dois fatores exógenos à economia acabam por gerar incertezas no médio prazo. Por sua vez, as variáveis macroeconômicas que vinham determinando os rumos da paridade do real frente ao dólar, não se movimentaram no mês de maio. O Banco Central dos Estados Unidos (FED) não reduziu o seu movimento de recompra dos títulos da dívida dos Estados Unidos, conforme vinha realizando, além do Banco Central do Brasil (BACEN) ter mantido o mesmo ritmo na venda de swap cambial (venda futura de dólares), o que foi suficiente para equilibrar a saída de dólares da economia interna. Posto desta forma cabe informar que o mês de junho deve ser agitado na área cambial brasileira já que o PIB do primeiro trimestre veio muito baixo (0,2%), com a rubrica investimentos no negativo. Além disso, o inicio da Copa do Mundo poderá acarretar, em contrapartida, uma entrada temporária de dólares na economia brasileira. Vale ainda informar que a freada na elevação da Selic em maio, mesmo sendo temporária, inibe momentaneamente a entrada de dólares no país. Enfim, mesmo com um saldo positivo em maio, a balança comercial, nos primeiros cinco meses do ano, ainda acusa um déficit, agora superior a US$ 4,0 bilhões (saiu mais dólares do que entrou). Ou seja, pelo lado do comércio externo, as coisas ainda estão longe de melhorarem.

terça-feira, 3 de junho de 2014

O EMPREGO E A PERCEPÇÃO DO MUNDO (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
05/06/2014

Estudo divulgado por pesquisadores israelenses (cf. Nahum Sirotsky, ZH 12/05/2014, p.23) mostra que a eliminação e falta de postos de trabalho se dá pela velocidade das transformações tecnológicas que ocorrem no mundo (hoje, ter diploma de datilógrafo não serve mais para nada, por exemplo). Assim, mão de obra sem especialização está condenada a tentar sobreviver com salários insuficientes ou por meio de programas sociais dos governos, até o ponto em que os governos agüentem o custo de tal ação. Paradoxalmente, na medida em que cresce o desemprego nesta lógica, aumentam as ofertas de oportunidades de trabalho relacionadas às novas tecnologias. Isso exige que as pessoas estejam sempre estudando, atualizando seus conhecimentos. Portanto, o desemprego existente hoje em grande parte dos países é de natureza estrutural, principalmente junto àqueles que pouco fazem pela educação de seus cidadãos, a não ser contar estatísticas. Quem não entender isso pouco dará de si para alterar o quadro, esperando que “caia do céu” a solução. Ora, as ofertas de trabalho que estão surgindo jamais serão semelhantes às que desapareceram. Desta forma, os empregos não estão no fim. O que está no fim são as sociedades que não compreendem as mudanças irreversíveis que o mundo vive e não se preparam para delas participarem. Torna-se urgente “conjugarmos no Brasil, por exemplo, a educação e formação do cidadão com as inovações e desenvolvimentos tecnológicos”. As portas para o desenvolvimento continuam existindo, porém, as nações somente passarão por elas se entenderem que “a fila anda”. Ou seja, o preço é alto para aqueles que ficam parados em um mundo dinâmico. O mesmo se chama exclusão do processo produtivo em termos individuais e marginalização nas relações socioeconômicas entre países. Nesse contexto, em que direção caminha o Brasil? No estado atual das coisas, no rumo contrário ao necessário, pois a formação de nossa mão de obra está em mãos de um sistema de ensino que, dentre outras coisas, segundo Cláudio Haddad (cf. Veja, 07/05/2014, p. 19-23), “além de apostar em provas com viés ideológico, com alta dose de subjetividade e um olhar simplista sobre as grandes questões da atualidade, onde a maioria de seus educadores continua mergulhada em ideologia antiempresa, antilucro, antimercado, tratando de plantar essa visão na cabeça dos estudantes, também espalha indiscriminadamente universidades pelo Brasil, sob o discurso do desenvolvimento regional, desperdiçando dinheiro e baixando o nível de todos”.



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