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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

23/08/2019 a 29/08/2019)



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AMAZÔNIA: ALGUMAS PONDERAÇÕES (I)


Argemiro Luís Brum
27/08/2019

Em meados dos anos de 1980, quando a soja já avançava para o Centro-Oeste brasileiro e nosso país se tornava um importante exportador da oleaginosa, me deparei, na Europa, e mais precisamente na França, com um posicionamento de segmentos da sociedade local que usava o seguinte slogan: “A vaca do rico come a comida do pobre”. A alusão era de que o Brasil, avançando a soja sobre grandes imensidões de terra, visando alimentar os animais europeus (na época, a hoje União Europeia era o maior importador mundial da oleaginosa), deixava de usar estas terras para produzir alimentos para sua população, a qual, em boa parte, vivia desnutrida. Por trás deste movimento estavam as ONGs locais em particular. Na maioria dos casos, com boas intenções, porém, sem conhecer o tema em profundidade. Trabalhamos muito, durante longos anos, para mostrar que este discurso europeu, embora na maior parte dos casos honesto, estava desfocado da realidade, já que a soja, assim como a produção primária em geral, é a sustentação econômica de regiões inteiras do Brasil (e de outros países), incluindo também os chamados pequenos produtores rurais. Ou seja, com sabedoria e tecnologia podíamos sim produzir soja e também alimentar adequadamente à nossa população. Aos poucos se obteve sucesso neste movimento, a ponto de o Brasil, hoje, ser o maior produtor e exportador mundial de soja, e de outros alimentos. Nos falta, de fato, melhorarmos a nutrição humana no país, pois não conseguimos avançar o suficiente na melhor divisão da renda junto à população. E ninguém produz para quem não pode pagar! A crise atual na Amazônia tem semelhanças. O Brasil, infelizmente, nunca conseguiu administrar aquela região. Com isso, deixamos espaço para o avanço dos mais diferentes interesses, diante de um Estado nacional incapaz e desinteressado no que a floresta nos poderia oferecer. Com o tempo, fazendeiros, grileiros e mineradores inescrupulosos, a maioria brasileiros, passaram a ocupá-la e desmatá-la. Mas não só eles! Muitos países perceberam a riqueza ali existente e, através também de ONGs, procuraram firmar pé em território amazônico. Com isso, se misturaram ONGs honestas e com interesses concretos em defesa do meio ambiente, com ONGs criadas para ajudar na exploração da floresta e suas riquezas. Diante de um Brasil sem recursos suficientes para controlar o que lá acontecia, criou-se o Fundo da Amazônia, dentre outros, com recursos de países como Alemanha e Noruega, para a realização de um mínimo possível de acompanhamento e proteção à riqueza que representa aquela região, tanto natural quanto econômica, pois é sabido cientificamente que a Amazônia regula boa parte do clima mundial, especialmente aqui na América do Sul. Se, por exemplo, o Sul do Brasil tem chuvas regulares, clima quase temperado e pode ser grande produtor agropecuário, é muito graças a ela. (segue)


quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

16/08/2019 a 22/08/2019)



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RECESSÃO MUNDIAL: MAIS CEDO DO QUE O PREVISTO (?)

Argemiro Luís Brum
22/08/2019

Quem nos acompanha neste espaço deve lembrar que há cerca de um ano estamos alertando que a economia mundial tende a entrar em crise, semelhante à de 2007/08, em algum momento entre 2020 e 2024. Ora, os acontecimentos internacionais deste mês de agosto permitem destacar que isso pode acontecer já no próximo ano. Dentre os fatores que apontam para isso temos: 1) o litígio comercial entre EUA e China se aprofundou neste mês, com a ameaça estadunidense de taxar em 10% outros US$ 300 bilhões de produtos chineses a partir de 1º de setembro. A resposta da China, dentre outras coisas, foi levar a guerra comercial para o terreno cambial, desvalorizando sua moeda (yuan) para níveis que não eram vistos há anos. Ora, uma guerra cambial atinge as economias mundiais de forma muito mais profunda. Segundo economistas do Morgan Stanley, “se os EUA impuserem tarifas de 25% sobre todas as importações chinesas por quatro a seis meses, e a China retaliar, é provável que ocorra uma recessão econômica global dentro de três trimestres”; 2) o risco de recessão na economia dos EUA se mostra muito maior do que há dois meses. Isso porque “a diferença entre os juros de 10 e 3 meses, mostra a maior inversão desde 2007, indicando apostas em desaquecimento prolongado”. Não é por nada que os EUA, seguido de muitos outros países, inclusive o Brasil, reduziram suas taxas básicas de juros neste mês de agosto, após longo período estagnadas. A redução do juro é uma tentativa de animar a economia e evitar a crise. 3) A Alemanha anunciou um PIB próximo de zero no trimestre passado, estando muito próxima da recessão ela também, fato que impacta em toda a economia da União Europeia em particular, já que o país é a locomotiva econômica da região; 4) O resultado das prévias eleitorais na Argentina, no domingo 11/08, derrubou ainda mais os indicadores econômicos do vizinho país, com fortíssima desvalorização do peso e elevação do juro básico local. O país já está na situação de “quebra fiscal”. Nestas condições, associadas ao descontrole político brasileiro em torno das questões ambientais, está comprometido no nascedouro o acordo comercial União Europeia-Mercosul, sem falar no futuro do próprio Mercosul. 5) enfim, se não bastasse a saída do Reino Unido da União Europeia, a Itália ameaça fazer o mesmo. Assim, uma recessão mundial se aproxima celeremente, pegando o Brasil ainda despreparado e às voltas com a pior crise interna dos últimos 120 anos. Os esforços para ajustar as contas públicas locais são muito recentes, ainda incompletos e insuficientes, diante de desafios imensos. Resultado disso, nosso PIB flerta novamente com a recessão, devendo crescer neste ano entre 0,5% e 0,9%, piorando sua fotografia dos últimos dois anos, e confirmando que, até o momento, a reação pós-recessão de 2014-2016 está sendo pífia. 

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

09/08/2019 a 15/08/2019)



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ESFORÇOS PARA “DESPIORAR” (Final)


Argemiro Luís Brum
15/08/2019

Na coluna passada indicamos que, diante dos desafios existentes, os esforços até aqui em realização para “despiorar” a economia, embora positivos, ainda são insuficientes. Na oportunidade, passamos a elencar a realidade que temos visando demonstrar o tamanho dos problemas a serem vencidos. Três foram então apontados e outros 10 indicamos a seguir: 1) no Brasil, segundo o BID, a previdência consumiu 12,5% do PIB em 2015 e, se não houver uma reforma consistente rapidamente, esse número saltará para 50,1% em 2065 (os jovens de hoje não terão previdência pública quando chegar a idade); 2) não admira que, em tais condições, a pobreza tenha aumentado no país entre 2014 e 2017 (segundo o Banco Mundial, 21% da população terminou 2017 na pobreza); 3) a taxa de investimentos, nos últimos quatro anos, ficou em 15,5% do PIB, a menor em 50 anos, sendo que, em 2018, 152 países de um total de 172 estudados tiveram taxa maior do que a brasileira, segundo o FMI; 4) o Brasil hoje ocupa o 72º lugar, dentre 140 nações, no ranking de competitividade; 5) também pudera, levamos quase quatro anos e meio entre a assinatura de um acordo de livre-comércio e sua entrada em vigor devido a burocracia (hoje temos 35 acordos parados nesta situação), segundo a Camex; 6) com isso, a participação brasileira na produção de bens e serviços do mundo caiu ao nível mais baixo ao longo de quase quatro décadas (a mesma era de 4,4% em 1980, fechando em 2,5% em 2018); 7) em termos de infraestrutura, segundo o Fórum Econômico Mundial, estamos na 108ª posição, entre 137 países; 8) enquanto isso, a carga tributária no país chega a 35% do PIB, ou seja, na média cada brasileiro recolheu, em impostos, R$ 11.494,00 em 2018, recebendo em troca serviços públicos de péssima qualidade, pois tais recursos se direcionam especialmente para manter privilégios encastrados no Estado (sendo que a tabela de retenção do imposto de renda na fonte está hoje com uma defasagem ao redor de 100%); 9) ficamos no 66º lugar, entre 129 países, no ranking do desempenho em inovação, com 33,8 pontos em uma escala que vai até cem pontos; 10) enfim, no curtíssimo prazo, o fantasma de nova greve dos caminhoneiros continua pairando sobre a economia nacional. Apesar da imensa tarefa, é possível melhorar, porém, ajudará muito se o Presidente da República, e alguns de seus ministros, pararem com suas declarações irresponsáveis, deixando o lado sério do governo trabalhar. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

02/08/2019 a 08/08/2019)



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ESFORÇOS PARA “DESPIORAR” (I)


Argemiro Luís Brum
08/08/2019

Apesar das constantes declarações estapafúrdias, e muitas delas irresponsáveis, do Presidente da República, a equipe econômica vem se equilibrando, objetivando criar um mínimo de condições para que a economia não piore ainda mais. Além da reforma da Previdência, que avança mesmo incompleta e desigual, a equipe do ministro Guedes aposta no encaminhamento da reforma tributária, na MP da Liberdade Econômica, na liberação de recursos do FGTS, na redução do juro básico Selic, na privatização de estatais que o Estado não dá conta etc. No curto prazo busca-se fechar o ano com déficit primário de R$ 139 bilhões, pois o risco de o mesmo vir a ser maior é grande. No médio prazo, visa-se criar melhores condições para que 2020 não seja tão ruim quanto 2019. No longo prazo, espera-se assistir um início de recuperação consistente a partir de 2024, se o cenário internacional não complicar as coisas. Mas, em um horizonte mais largo, é preciso muito mais e com maior profundidade, diante dos desafios existentes e que passamos a elencar: 1) um dos grandes problemas da Previdência é o privilégio existente para algumas categorias. Ora, pela proposta em discussão, tais privilégios pouco irão diminuir, fato que nos fará perder uma oportunidade histórica de iniciar melhorias sociais mais consequentes; 2) o Estado é inchado e ineficiente, mesmo assim, desde que o Brasil entrou em recessão, em meados de 2014, o rendimento médio do setor privado ficou estagnado, enquanto o do setor público teve ganho real de 10%, sendo que no 1º trimestre de 2019 o salário médio do primeiro era de R$ 1.960,00, contra R$ 3.706,00 no setor público (em 2018 a despesa do poder público, com servidores municipais, estaduais e federais, foi a maior da história, chegando a R$ 927,8 bilhões. Isso representou 13,6% do PIB, com a diferença de remuneração entre os setores público e privado chegando a 67%); 3) o desemprego continua muito elevado, e a recente alta do trabalho com carteira assinada é muito artificial, pois a  informalidade tem crescido mais rapidamente (“a situação do emprego está tão ruim que, quando a informalidade sobe, a gente chama de recuperação” e “falar em virada no mercado de trabalho com um quarto da população subutilizada e atingindo recorde na série é minimizar o problema que a gente tem no Brasil”, segundo declarações do responsável no IBGE pela Pnad Contínua, a qual mede o desemprego); 4) em 14 Estados da Federação, os aposentados recebem mais do que os servidores da ativa (na média, as previdências estaduais pagam aposentadorias de R$ 4.800,00 mensais, quase o dobro do rendimento médio do brasileiro, que fica em R$ 2.500,00 mensais), sendo que no Rio Grande do Sul, por exemplo, tem-se 163 aposentados para cada 100 servidores na ativa, fato que leva o custo do déficit previdenciário por habitante no Estado gaúcho a R$ 1.038,00 anuais. (segue)


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

26/07/2019 a 01/08/2019)



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