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segunda-feira, 29 de março de 2021

ATUALIDADE E TENDÊNCIA ECONÔMICA (I) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Enquanto parte do mundo acelera a vacinação e acena com uma recuperação econômica, mesmo que instável em função de uma “terceira onda” da pandemia em alguns locais, por aqui a recuperação tende a ser lenta. Há fortes possibilidades de termos uma nova recessão técnica neste primeiro semestre, provocada pelo recrudescimento da pandemia, a lenta vacinação e a desarticulação das cadeias produtivas, a qual leva à falta de insumos para as indústrias. E mesmo assim, em função da alta dos preços administrados, em particular os combustíveis, entramos em nova estagflação. A tendência é de uma inflação oficial em torno de 7% anuais entre maio e setembro, enquanto a economia se mantém estagnada. Até março do corrente ano o preço das matérias-primas havia subido 75% em 12 meses. Ora, não se pode facilitar com isso. Tanto é verdade que o Copom, mesmo que tardiamente, iniciou um processo de alta do juro básico. Processo este que irá continuar, podendo a Selic terminar 2021 em 6% e, talvez, acima disso. Assim, não há dúvida de que o quadro da economia brasileira piorou consideravelmente nestes primeiros três meses do ano. E a nova ajuda emergencial, necessária, entra em cena sob o escudo de uma PEC Emergencial que, se esperava, fosse mais robusta. Ora, a que foi aprovada não ataca suficientemente os problemas, especialmente no que diz respeito aos cortes de despesas públicas. Isso também fragiliza uma possível retomada. Neste contexto, está mais do que evidente que somente com a superação da pandemia a economia pode voltar ao “normal”. E para superá-la, somente acelerando a vacinação em massa, algo que ainda não está ocorrendo. Aliás, em se mantendo o atual ritmo de vacinação, apenas no final de 2022, início de 2023, a pandemia poderia estar superada. Isso se uma nova cepa do vírus não surgir e eliminar os efeitos benéficos da vacina! Em tal quadro, os investimentos estrangeiros saem do país em maior quantidade do que entram, levando o Brasil a pouco se beneficiar da recuperação mundial que lentamente se inicia. Para complicar o quadro, o governo brasileiro enveredou para o populismo, aumentando as incertezas econômicas. (segue) 

quinta-feira, 25 de março de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 19/03/2021 a 25/03/2021


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

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segunda-feira, 22 de março de 2021

PIB 2021 JÁ COMPROMETIDO (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O ano de 2020 terminou com PIBs negativos de 4,1% para o Brasil e 7% para o Rio Grande do Sul. Resultados que cristalizam mais uma década perdida na economia. Entre 2011 e 2020 o PIB médio nacional foi de apenas 0,3% ao ano, consolidando a pior década dos últimos 120 anos. No Rio Grande do Sul não foi diferente, tendo por acréscimo as secas. O resultado é um PIB médio, na década, de apenas 0,25% ao ano. E a má gestão pública no país, potencializada pela pandemia, que recrudesceu neste primeiro trimestre, já compromete 2021. Hoje, se conseguirmos fechá-lo com um PIB positivo de 2,5% será uma vitória a comemorar. Isso porque, se não bastasse a pandemia, as estratégias governamentais não deram certo no campo econômico. Dentre elas está a redução da taxa básica de juro, a Selic, para 2% ao ano. Seus efeitos foram mais negativos do que positivos. Simplesmente porque os juros praticados não se reduziram na mesma proporção, não ajudando a reaquecer a economia. Porém, tal redução foi nefasta junto ao câmbio e a inflação. Ela acelerou a saída de dólares do país. Isso, somado a total falta de confiança do investidor estrangeiro no Brasil de hoje, levou a uma brutal desvalorização do Real. A mesma encareceu os produtos de importação e elevou de forma anormal os preços dos produtos de exportação. Soma-se a isso uma demanda artificialmente aquecida, via auxílio emergencial, e os preços dispararam no país, consolidando a estagflação (economia em recuo e preços em alta). O Banco Central tentou conter o avanço do dólar vendendo reservas, a ponto de colocar as mesmas nos níveis de 2012 (hoje em US$ 354,1 bilhões, contra o auge de US$ 401,6 bilhões em agosto de 2019). A estratégia também pouco resolveu, levando o Copom, tardiamente, a aumentar a Selic. Ora, dado o quadro inflacionário potencial que temos para 2021, a Selic deverá terminar o ano entre 6% a 7% aa. Mas ela, sozinha, não trará o câmbio para níveis aceitáveis de R$ 5,00 por dólar. Será preciso também que o governo abandone suas práticas populistas nocivas e retome o rumo do ajuste fiscal, mesmo sob pressão pandêmica. Por outro lado, ao contrário de quando baixa, Selic em alta, no contexto oligopolista financeiro em que vivemos, eleva os juros gerais rapidamente, colocando mais um freio ao crescimento econômico. Uma verdadeira sinuca de bico! 

quinta-feira, 18 de março de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 12/03/2021 a 18/03/2021


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segunda-feira, 15 de março de 2021

PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS E O POPULISMO (Final) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Enquanto o governo federal, na pessoa do Presidente da República, preocupado com a reeleição em 2022, adota políticas populistas em favor de frear a alta dos preços dos combustíveis no Brasil, como vimos nas duas colunas anteriores, ações técnicas que podem resultar em efeitos de fato positivos, são ignoradas. Dentre elas está um maior controle sobre o câmbio. Ou seja, o problema dos combustíveis pode ser, em boa parte, resolvido com uma política de melhor regulação do câmbio. Como se sabe, o próprio ministro Guedes, erroneamente, estimulou a desvalorização cambial desenfreada nos últimos 18 meses, quando defendeu que o Real precisaria se desvalorizar. Além disso, ocorre uma forte saída de dólares do país nos últimos dois anos em particular, pois o risco Brasil cresceu diante das decisões equivocadas que vêm sendo tomadas nas áreas econômicas, ambientais e, recentemente, sanitárias. A saída líquida de dólares do Brasil somou US$ 27,922 bilhões em 2020, após US$ 44,7 bilhões em 2019. Enquanto isso, a entrada de novos investimentos produtivos, após recuar 50,6% em 2020, caiu 30,7% em janeiro de 2021, se constituindo no menor valor em 16 anos. E tudo isso diante de uma realidade que pouca gente conhece: a gasolina e o diesel no Brasil, em comparação com o mundo, ainda estão baratos. No caso da gasolina, o preço médio entre 150 países era de US$ 1,09/litro no dia 22/02, enquanto no Brasil a mesma estava em US$ 0,884/ litro (não se pode ignorar que 27% de um litro de gasolina no Brasil é etanol misturado, ou seja, na prática o nosso litro de gasolina comum médio custa de fato US$ 1,211/litro - ao câmbio do final de hoje, ao redor de R$ 5,60, o litro de gasolina pura no país custa R$ 6,78). Pelo sim ou pelo não, os movimentos do Presidente da República, em relação aos combustíveis, colocam novamente em risco a sobrevivência da Petrobras, em um momento em que a petroleira nacional vinha se recuperando, mesmo que lentamente, após ter atingido o posto de a mais endividada do mundo na esteira das ações realizadas pelos governos anteriores. 

sexta-feira, 12 de março de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 05/03/2021 a 11/03/2021


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segunda-feira, 8 de março de 2021

PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS E O POPULISMO (II) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Se é necessário regular os preços dos combustíveis, existem outros mecanismos técnicos muito mais eficazes e que não provocam os estragos que ações populistas como as tomadas pelo Presidente brasileiro causam. Os preços dos combustíveis no Brasil, desde 2016, seguem a metodologia mundial de acompanhar as cotações mundiais do petróleo e a variação cambial no país. Nestes últimos tempos tivemos um forte aumento nas cotações do petróleo e uma forte desvalorização do Real. No primeiro caso, os preços do petróleo saltam de US$ 47,24/barril em 1º de dezembro/20 para US$ 63,73 neste início de março/21, se estabelecendo no quarto preço mais alto nos últimos cinco anos. Já o Real passa de R$ 4,00 no início de 2020, para R$ 5,70 em março/21, com picos acima disso. Neste contexto, nos primeiros 50 dias de 2021 a Petrobrás reajustou, nas refinarias, quase 35% a gasolina e 28% o diesel, potencializando uma inflação que já está subindo muito desde meados do ano passado. Tal realidade leva o Presidente Bolsonaro a uma intervenção no setor, estilo Lula/Dilma, visando segurar artificialmente os preços dos combustíveis. Por outro lado, retira PIS-Cofins destes preços e propõe redução de ICMS, em um momento em que o Estado em geral está com enormes déficits, em mais um gesto populista. E ao invés de compensar as perdas de arrecadação com cortes nas despesas, prefere aumentar impostos sobre certas operações bancárias. Ação que pode ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, criando um motivo concreto (mais um) para o seu impeachment. Ora, os impostos nos combustíveis no Brasil “estão por dentro” dos preços e não “por fora”. Ou seja, eles atingem as etapas anteriores ao preço final junto ao consumidor. Assim, o risco de uma redução de impostos não dar certo é grande, pois a mesma pode não ser repassada ao consumidor final, com este ficando com o mesmo preço enquanto os agentes intermediários na cadeia produtiva (distribuidoras, postos de gasolina etc) aumentam suas margens. Sem falar que, depois do anúncio da isenção dos impostos federais, os combustíveis foram novamente majorados, tornando inócua tal retirada. (segue) 

quinta-feira, 4 de março de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 26/02/2021 a 04/03/2021


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segunda-feira, 1 de março de 2021

PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS E O POPULISMO (I) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Entre 2008 e 2014 os governos Lula e Dilma intervieram nos preços dos combustíveis, forçando a Petrobras a subsidiar o produto (vender mais barato internamente os derivados de petróleo em relação aos preços pagos na importação da matéria-prima). O resultado, somado à corrupção que grassou na estatal, quase levou a Petrobras a quebrar. Quando se abandonou esta política, em outubro de 2016, o rombo na empresa, gerado somente pelo controle de preços, chegava a US$ 40 bilhões, fora os juros e outros efeitos secundários. A partir de 2016 se adotou uma política de preços coerente com a metodologia mundial: o preço dos combustíveis no Brasil passou a ser ajustado conforme o comportamento dos preços internacionais do petróleo e do câmbio no país. Mas o estrago estava feito. O mesmo foi tão elevado que a Petrobras terminou 2020 ainda com uma dívida de US$ 75,5 bilhões, após já ter pago, nos últimos dois anos, quase US$ 36 bilhões. Ora, se os preços de nossos combustíveis estão balizados por cotações mundiais e câmbio, e não se podendo interferir nos preços mundiais do petróleo, sobra regular o câmbio. Desde meados do ano 2020 sabe-se que o Real se desvalorizou de forma anormal, terminando o ano como uma das moedas que mais perdeu valor em relação ao dólar estadunidense. Mas não foi isso que o Presidente Bolsonaro decidiu encaminhar. Partiu para uma decisão populista de intervir na Petrobras via troca de seu diretor, na expectativa de controlar os preços dos combustíveis. Ao agir desta forma, não só gerou uma perda de valor de mercado de R$ 100 bilhões à estatal, como fez seus investidores, inclusive o próprio Estado, a perder muito dinheiro. Além disso, gerou mais instabilidade no mercado, provocando mais desvalorização do Real (R$ 5,60 por dólar no dia 26/02), exatamente um dos motores do reajuste dos preços dos combustíveis. Ou seja, uma atitude economicamente temerária, centrada, mais uma vez, apenas na reeleição em 2022. Para piorar o quadro, anuncia intervenção no setor elétrico, setor este onde a Aneel ainda não terminou de devolver R$ 62,2 bilhões por prejuízos causados pelo “destarifaço” populista aplicado pelo governo Dilma em 2013. (segue)

 

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