:)

Pesquisar

quinta-feira, 28 de abril de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

22/04/2022 a 28/04/2022


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.  

segunda-feira, 25 de abril de 2022

UMA REALIDADE ABSURDA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

É sabido que, “...levando-se em conta que nossa população cresce 0,7% ao ano na atualidade, precisamos gerar um crescimento (PIB) de 4% a 5% ao ano”. Ora, entre 2000 e 2021 nosso crescimento médio anual foi de 2,23%, ou seja, em torno da metade do necessário. Pior, entre 2011 e 2021 o mesmo ficou em pífios 0,66% anuais. E, pior ainda, entre 2014 e 2021 (período em que vivemos duas recessões) ele foi negativo de 0,2% anual. A causa principal é sustentarmos uma economia de privilégios, centrada, em especial, em parte do setor público. Não geramos políticas amplas de crescimento e desenvolvimento social. Ou seja, o Estado continua gastando muito e mal, sem receitas correspondentes. Para 2022, ano eleitoral, as chamadas “bombas fiscais” podem chegar a R$ 200 bilhões e, para 2023, o Projeto de Diretrizes Orçamentárias, indica mais R$ 152,7 bilhões. Em tal contexto, o teto de gastos não se sustenta mais, sem falar no descalabro das emendas parlamentares, apoiadas pelo executivo federal. Enquanto isso, sobra cada vez menos dinheiro para investimentos. O Ministério da Saúde perde 20% do orçamento em 2022, enquanto o SUS, que praticamente vem tirando o Brasil da crise pandêmica, graças a vacinação e outras ações básicas, recebe cada vez menos recursos. Sem considerar os recursos extraordinários da pandemia, entre 2018 e 2020, o SUS deixou de receber R$ 22,5 bilhões. Nesta balada, o Conselho Nacional de Saúde considera que o sistema de saúde brasileiro pode deixar de receber R$ 400 bilhões até 2036. Nos últimos dois anos, potencializado pela pandemia, o percentual de crianças de seis e sete anos, que não sabia ler e escrever no Brasil, passou de 25,1% para 40,8%. Desde 2003 já se sabe que temos uma crise de aprendizagem, e pouco ou nada é feito para mudar o quadro. Uma realidade que compromete os próximos 50 anos. Isso tudo aumenta a desigualdade social, outro gargalo enorme que temos. Atualmente, como indica o último relatório trimestral Desigualdade nas Metrópoles (ZH, 22/04/22, p.21), a renda média dos 10% mais ricos no Brasil é mais de 30 vezes superior à média da renda dos 40% mais pobres. Em 2012 a diferença era de 21 vezes. Há um enorme recuo no bem-estar da população, e nenhuma ação estrutural na economia nacional, nestes últimos anos, que nos permita uma mudança desta realidade. 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

  15/04/2022 a 21/04/2022


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui. 

segunda-feira, 18 de abril de 2022

O BANCO CENTRAL E A INFLAÇÃO (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

As funções principais do Banco Central são: manter a inflação sob controle, dentro das metas estabelecidas; estimular o crescimento econômico, sem aquecer em demasia a economia para evitar disparada inflacionária dos preços. É por isso que uma instituição independente ao governo central é importante, pois caso contrário, em épocas eleitorais, os governos de plantão utilizam o Banco Central e suas políticas em benefício próprio, visando reeleições e/ou eleição de seus quadros ideológicos, ou seja, mais privilégios, desestruturando a economia. No Brasil, muito disso ocorreu. Recentemente o Bacen ganhou mais autonomia (não exatamente independência), podendo atuar com maior liberdade e responsabilidade para com as necessidades estruturais da economia. Dito isso, a disparada da inflação, gestada ainda em 2020, indica que o Banco Central brasileiro errou ao não perceber que a política de juro básico (Selic) muito baixa (2% ao ano) iria provocar uma saída de dólares importante, desvalorizando o Real acima de qualquer justificativa pandêmica, e levando à disparada dos preços, tanto na exportação (estes ainda auxiliados pelo forte aumento de seus valores internacionais), quanto na importação. Fizemos uma política monetária quando o ideal teria sido uma eficiente política fiscal, ou pelo menos a associação das duas. Assim, ao invés de ser neutra, a taxa de juros deveria ter sido ao redor de 6% a 7% no momento da pandemia, já que a inflação, no seu início, estava em 4%. Ora, ao colocar uma Selic a 2%, geramos juros negativos de uma política expansionista. Com isso, a pandemia provocou um choque de custos e não de demanda, pois esta caiu fortemente. Resultado: a economia pouco cresceu, enquanto a inflação disparou na sequência. Agora, necessário se faz atuar ao contrário: elevar enormemente o juro, freando ainda mais a economia, para tentar trazer novamente a inflação para a meta (no Brasil o centro da mesma é 3,5% em 2022, quando já nos três primeiros meses do ano ela atinge 11,3%). O tamanho da diferença levará a um custo social elevado, com uma dosagem alta e amarga do remédio (uma Selic entre 12% a 14% no final do ano). Além disso, espera-se que o Banco Central, neste ano eleitoral, mantenha sua autonomia, não cedendo às pressões vindas do governo federal e sua bancada de apoio.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 08/04/2022 a 14/04/2022


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.    

segunda-feira, 11 de abril de 2022

ECONOMIA DE PRIVILÉGIOS (FINAL) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

No contexto da economia de privilégios, que domina historicamente o Brasil, não se trata de escolher entre o mercado e o Estado. Como bem ensina Fernando de Holanda Barbosa (cf. Conjuntura Econômica, FGV, fev/22, pp. 12-17), “... às vezes a ideologia não permite que se tenha uma visão mais abrangente para entender a economia social do mercado (...). Trata-se de dois braços: o mercado dando eficiência, possibilitando o crescimento econômico. E o Estado cuidando da justiça social. (...) Os mesmos jamais devem ser excludentes. (...) Ora, o Brasil não cresce por que nossa economia é de privilégios constantes e históricos (reforçados nestes últimos anos). Se tentamos ser uma economia de mercado, também é preciso que a sociedade não assalte o Estado, pois o mesmo deve cuidar do social, e não do interesse privado. Os responsáveis pela situação do Brasil são os brasileiros, e não o FMI, o capitalismo, o comunismo, ou o que for. Não se trata de esquerda ou direita. Trata-se de nós mesmos, com nossa cultura (de querer levar vantagem em tudo e sobre todos) e a maneira com que somos levados a tratar o Estado (...), permitindo que ele dê recursos a quem não precisa, e quem não tem que se vire.” Se não conseguirmos mudar isso, não tiramos o país da UTI econômica de forma duradoura, e muito menos chegaremos ao desenvolvimento sustentável. Hoje, precisamos tirar o país da grave crise fiscal em que se encontra, cuidando-o de forma que saíamos da estagnação e voltemos a crescer. Neste sentido, “levando-se em conta que nossa população cresce 0,7% ao ano na atualidade, precisamos gerar um crescimento (PIB) de 4% a 5% ao ano. Os governos, e a sociedade, precisam fazer e aplicar políticas que levem o Brasil a crescer a tais taxas. Em o fazendo, será possível duplicar a renda per capita a cada 20 anos e, com isso, criaremos as condições para acabar com o dualismo de termos trabalhador formal e informal, ricos e miseráveis, construindo uma sociedade igualitária, apoiada em um sistema de mercado eficiente, com um Estado forte e organizador, saindo da atual realidade onde a maioria fica perdendo tempo, discutindo coisas irrelevantes, alimentadas por fake news, que só atrasam o país e sua população.    

quinta-feira, 7 de abril de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 01/04/2022 a 07/04/2022


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.    

segunda-feira, 4 de abril de 2022

ECONOMIA DE PRIVILÉGIOS (II) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A economia de privilégios, que grassa no país, tem um padrão histórico. Em determinadas épocas ela é minimizada, via algumas reformas, porém, retorna. Isso porque, a partir de um certo momento, os governos sucumbem e começam a aumentar os gastos públicos sem aumentar igualmente as receitas, gerando déficit. Este vai aumentando até gerar uma crise fiscal, a qual leva a cortes de investimentos do Estado, fato que leva à estagnação da economia. Isso afeta o investimento privado, pois grande parte da poupança privada é alocada para financiar o déficit público. Portanto, a estagnação do Brasil não vem de fora, embora nossa desorganização favoreça a ganhos inesperados por parte dos estrangeiros. São os erros de política econômica interna, sustentados por ações políticas de privilégios, de todos os lados do espectro político, o nosso principal problema. A solução passa por reformas estruturais. Neste contexto, o futuro governo federal terá duas questões cruciais a resolver inicialmente, se quiser melhorar o Brasil. A crise fiscal, pois precisamos uma consolidação fiscal entre 3% e 4% do PIB. Para isso, não basta apenas cortar despesas. É preciso, igualmente, aumentar a carga tributária. Mas para quem? Ora, reduzir a renúncia tributária e “pegar os que pagam pouco imposto e fazer com que eles paguem mais”, proporcionalmente a sua renda. Chega de fazer os pobres e a classe média pagarem impostos desproporcionais, sustentando privilégios dos demais. Um remédio que todos, os hoje países capitalistas desenvolvidos, adotaram. A segunda questão é a estagnação da economia. Temos que aumentar o crescimento de nosso produto potencial. Isso somente poderá ser feito com aumento expressivo da taxa de investimentos, em relação ao PIB, especialmente investimentos públicos em infraestrutura. Ora, no orçamento federal de 2022, o investimento público estabelecido é o menor da história brasileira. Sem isso, o investimento privado pouco virá. “Quando um candidato à presidência da República se pronunciar, é preciso perguntar quais seus planos para enfrentar a crise fiscal e o que ele vai fazer para combater a estagnação.” (cf. Conjuntura Econômica, FGV, fev/22) Passo seguinte, termos a capacidade de discernir se as respostas são coerentes e factíveis, ou, como seguidamente é o caso, não passam de demagogia. (segue)

Postagens Anteriores