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segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

E 2022? (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Em 2020, ao ser perguntado se o câmbio no Brasil ultrapassaria os R$ 5,00 por dólar, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu: “Se fizer muita besteira, ele pode chegar a este nível.” Pois bem, na sequência ele próprio, e o governo em geral, acabaram fazendo besteiras em níveis “industriais”. Resultado: ingressamos no novo ano com um câmbio ao redor de R$ 5,70 (salvo poucos dias, o câmbio jamais voltou abaixo de R$ 5,00 desde o dia 17/03/20, ou seja, há quase dois anos). E como o câmbio é um dos principais elementos de nossa inflação atual, teremos um 2022 pressionado por ela. É possível que recue para 5% a 6%, porém, o custo será um forte aumento na Selic, o qual pode atingir entre 11% a 12% em 2022, antes de baixar um pouco. E juro alto prejudica a retomada econômica, a qual, pelos dois últimos trimestres, já está nos colocando em recessão técnica. O remédio monetário contra a inflação provoca o efeito colateral de enfraquecer a economia. É por isso que as projeções, para 2022, avançam um PIB entre -0,5% e +0,5% apenas. Ora, sem reação da economia não há geração de empregos formais suficientes e, muito menos, remuneradores (90% da população brasileira na formalidade ganha menos de R$ 3 mil mensais na atualidade). Com isso, na economia, 2022 se desenha, infelizmente, pior do que 2021, o qual já foi péssimo. Tanto é verdade que a agência de risco Fitch Ratings reafirmou nosso “selo de mau pagador”, com perspectiva negativa. Soma-se a isso o fato de termos eleições gerais no final do próximo ano, o que sempre nos gera distúrbios econômicos elevados. Esperando ainda que a cepa ômicrom, da Covid, não venha a nos atingir fortemente. Além disso, temos mais uma seca provocando estragos importantes na agropecuária do sul do país; um déficit fiscal elevado e crescente; o governo rompendo o “teto dos gastos públicos”; e o Congresso Nacional, reforçando sua irresponsabilidade, oficializando um fundo partidário de R$ 5,7 bilhões para 2022. E a grande maioria dos brasileiros, em tal contexto? Bem, esta continua a se defender como pode, com o risco de chegar às eleições de outubro próximo e ter de escolher entre o abismo e o penhasco. 


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 10/12/2021 a 16/12/2021


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

NA ECONOMIA, UM PÉSSIMO 2021 (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

No final de 2020 escrevíamos que 2021 continuaria sendo muito difícil para a economia nacional, pois chegava-se ao final daquele ano com o quadro bastante turvo, sobre que arranjo viria em 2021, para tentar reenquadrar a política econômica. Pois bem, se pelo lado sanitário a situação melhorou, embora esteja longe de estar superada, pelo lado econômico tudo piorou consideravelmente. A inflação oficial disparou, estando hoje, em termos anualizados, no maior índice dos últimos 26 anos (10,74%); o juro básico quase quintuplicou, passando de 2% para 9,25%, justamente na tentativa de debelar a inflação; o câmbio, um dos principais causadores desta inflação, devido a falta de direção, segurança e confiabilidade do governo federal, continua na casa dos R$ 5,60, quando deveria estar entre R$ 4,50 e R$ 4,80; e o PIB vem despencando a cada mês, projetado em 4,5% para este ano, após expectativas superiores. Neste último caso, embora no somatório do ano o crescimento seja positivo, pois saímos de -3,9% no ano anterior, o quadro atual é de recessão técnica, já que tivemos agora dois trimestres seguidos negativos (-0,4% e -0,1%), com tendência de o último trimestre ficar nesta balada. O desemprego no Brasil é o 4º maior entre os 44 países mais ricos do mundo, neste final de ano, surgindo oportunidades apenas na informalidade, no temporário e no intermitente, mal pagos e sem garantias. Ao mesmo tempo, a caderneta de poupança, o pequeno seguro para os mais carentes, teve uma perda real de 7,59% nos 10 primeiros meses do ano, sendo este o pior resultado em 30 anos. Não admira, portanto, que a concentração de renda aumentou no país. Em 2019 (antes da pandemia) o quadro já era caótico, com os 10% mais ricos do país ficando com 59% da renda nacional, enquanto metade da população (50%) captava apenas 10% desta renda. Hoje, segundo o IBGE, o Brasil, tem 25% de sua população abaixo da linha da pobreza. E isso mesmo com o auxílio emergencial e o Bolsa Família (agora Auxílio Brasil). Ou seja, o populismo continua inviabilizando o país e seu povo. E tem gente querendo repetir tal experiência, à direita e à esquerda, para 2022. 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

03/12/2021 a 09/12/2021


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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

ACORDA, É A EDUCAÇÃO (Final) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Em maio de 2021 a OCDE divulgou que, no Brasil, apenas um terço (33%) dos estudantes havia sido capaz de distinguir fatos de opiniões, em uma das perguntas aplicadas no Pisa. Aliás, em tempos de “fake news” esta é uma realidade que atinge também grande parte dos adultos brasileiros, em todas as categorias sociais. Em termos de gastos na educação, em 2018 nosso país aplicou 5% do PIB, semelhante à média da OCDE. Porém, gastamos muito mal. Quando se observa o gasto por aluno (da educação básica até o ensino superior), ele é de apenas um terço da média gasta pelos países da OCDE: US$ 3,2 mil por estudante anualmente, contra US$ 10 mil por estudante na média da OCDE. Segundo o Anuário do setor, produzido pela entidade Todos Pela Educação, Estados e municípios brasileiros gastaram R$ 21 bilhões a menos em 2020, em relação ao ano anterior. E essa redução de gastos ocorreu justamente durante a pandemia, quando o setor enfrentou desafios sem precedentes. Para piorar o quadro e confirmar o descaso para com a educação nacional, no dia 16 de setembro do corrente ano o Senado brasileiro aprovou, em primeiro turno, uma PEC (proposta de emenda constitucional) que isenta de responsabilidade gestores públicos que não tenham investido o percentual mínimo de 25% de receitas com educação em 2020, por conta da pandemia. Defensores alegam que o ajuste é necessário por conta da queda de arrecadação e desequilíbrio fiscal na pandemia; críticos, porém, afirmam que a proposta abre perigosos precedentes, traz retrocessos a um setor já duramente abalado pelo tempo de aula perdido durante o fechamento das escolas e "premia" gestores que não se dedicaram à educação em um momento crítico como o da implementação do ensino remoto. Enfim, em tal descalabro de formação, para piorar o quadro geral, a OCDE nos informa que a taxa de jovens brasileiros que não estudam nem trabalham, a chamada "geração nem-nem", é o dobro da encontrada em países ricos. Em 2020, 35,9% dos adultos de 18 a 24 anos no país não estavam nem na escola nem empregados. Nestas condições, que futuro esperar para o Brasil? 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

26/11/2021 a 02/12/2021


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