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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

20/07/2018 a 26/07/2018)



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EUA x CHINA: O PREJUÍZO DO PROTECIONISMO COMERCIAL (Final)


Argemiro Luís Brum
26/07/2018

Encerramos nossa coluna passada perguntando por que o protecionismo comercial acontece. A resposta: para proteger segmentos específicos não competitivos, fazendo o conjunto da Nação pagar a conta, em benefício de alguns poucos, sem falar no prejuízo global. No caso do litígio entre EUA e China, em um primeiro momento os EUA colocaram tarifas aduaneiras sobre US$ 34 bilhões de produtos importados da China. O país asiático colocou represálias na mesma proporção de valor. Na sequência, os EUA cogitam novas tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Este litígio entre as duas maiores economias do mundo espalha um rastro de protecionismo mundo afora. Um prejuízo enorme! Segundo estudos da Organização Mundial do Comércio (OMC), atualmente presidida pelo brasileiro Roberto Azevêdo, se as tarifas protecionistas retornassem ao nível anterior ao estabelecimento do sistema comercial multilateral (o mesmo foi instalado em janeiro de 1947 através do GATT, posteriormente substituído em janeiro de 1995 pela OMC), o comércio global recuaria 60% e a economia mundial diminuiria 2,4%. Podemos imaginar, somente pensando no Brasil, o que significaria para a nossa economia e nossos empregos se sofrêssemos um impacto desta envergadura em nosso comércio exterior. Não é preciso ir longe! Peguemos apenas o exemplo da soja: o atual litígio comercial entre EUA e China derrubou as cotações da soja na Bolsa de Chicago, entre 1º/06 e 15/07 (45 dias), em 20,3%. Em um cálculo simplista, considerando o que o Brasil ainda tinha de soja para vender em meados de julho, apenas da última safra (22%), deixamos de arrecadar R$ 4,12 bilhões devido ao conflito. No Rio Grande do Sul a perda é de R$ 940 milhões, pois ainda teríamos 6 milhões de toneladas a negociar. Dito de outra maneira, nossos produtores rurais, que hoje conseguem obter um preço médio de balcão ao redor de R$ 76,00/saco pela soja, poderiam, se Chicago ficasse nos valores de 1º de junho passado (US$ 10,21/bushel no fechamento do primeiro mês), e mantendo-se o atual câmbio e o prêmio médio no porto de Rio Grande para esta época do ano (sem influência da guerra comercial existente), receber hoje o valor de R$ 86,00/saco. Ou seja, 10 reais a mais por saco de soja. Neste contexto, dá para imaginar o prejuízo total para nossa economia, em termos de renda, PIB, inflação e geração de empregos, oriundo do atual conflito comercial entre estadunidenses e chineses. E se fôssemos quantificar o impacto sobre a renda mundial? Portanto, a prática econômica nos ensina: fechar comércio é sempre prejudicial, salvo em casos de absoluta exceção (segurança nacional, por exemplo), e nunca por muito tempo.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

13/07/2018 a 19/07/2018)



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quarta-feira, 18 de julho de 2018

EUA x CHINA: O PREJUÍZO DO PROTECIONISMO COMERCIAL (I)


Argemiro Luís Brum
19/07/2018

As nações comercializam porque não conseguem ser autossuficientes em todos os produtos. Isso porque para muitos destes produtos as nações não possuem os fatores de produção (trabalho, capital, terra, tecnologia, capacidade gerencial...) suficientes, tornando, assim, a produção destes bens muito mais cara do que outras nações os produzem. Desta forma, a lógica da abertura comercial é justamente, na teoria, propiciar que as nações vendam no mercado internacional os produtos que utilizam maior quantidade dos fatores de produção que elas têm em abundância, sendo assim mais competitivas em relação às nações concorrentes, e importem os produtos que usam fatores de produção que para elas são raros e, portanto, mais caros de produzir localmente do que importá-los. Para que este processo funcione, e gere bem-estar para a população em geral, através de acesso a bens mais baratos e de melhor qualidade, o livre comércio é essencial. Ora, toda vez que um governo decide aplicar políticas comerciais que prejudiquem esta lógica, o mesmo está se utilizando de políticas que tornam o comércio internacional desleal, pois retiram e/ou oferecem competitividade artificial aos bens atingidos. Em outras palavras, nestes casos não são as leis de oferta e demanda, vantagens absolutas e/ou comparativas que determinam a participação competitiva de uma nação no mercado mundial, mas sim a interferência estatal, muitas vezes sob a forma de aporte de recursos via o seu Tesouro Nacional, artificializando sua capacidade competitiva. São muitas as políticas comerciais protecionistas postas em prática comumente pelas diferentes nações: tarifas aduaneiras, contingenciamento, subsídios de toda ordem, dumping etc. Neste momento, o mundo assiste a um litígio comercial entre EUA e China onde a arma protecionista é a tarifa aduaneira. Este litígio, por iniciativa do governo Trump, se espalha para o mundo inteiro, causando prejuízos econômicos e sociais (desemprego) para todos os países, na medida em que, em sendo atacado, o outro país responde com retaliações comerciais, bloqueando ainda mais o comércio mundial. Assim, o custo de vida aumenta para todas as nações atingidas, pois se obrigam a consumir produtos mais caros (e geralmente de menor qualidade). Ao mesmo tempo, muitas empresas se veem obrigadas a fechar as portas, gerando desemprego, pois não conseguem competir nesta situação artificializada pelos Estados. Então, por que proteger? Geralmente porque os governos cedem a pressões de setores locais de sua economia, que em não sendo competitivos diante dos produtos externos, forçam o governo a protegê-los de alguma forma. Assim, para defender poucas empresas e empregos o governo adota políticas nocivas que atingem ao conjunto da Nação, com reflexos sobre o resto do mundo. (segue)

sábado, 14 de julho de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

06/07/2018 a 12/07/2018)



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segunda-feira, 9 de julho de 2018

CÂMBIO A R$ 5,50?


Argemiro Luís Brum
12/07/2018


O Bank of America Merril Lynch, em recente relatório, indica que o câmbio no Brasil pode atingir a R$ 5,50 por dólar, em 2019, caso as eleições presidenciais resultem na escolha de um candidato populista que aposte na intervenção estatal na economia, sem se importar com a evolução dos gastos públicos. Tal indicação não é impossível, porém, muito pouco provável. Não é impossível porque, de fato, um cenário eleitoral igual ao acima temido tenderia a colocar na presidência do Banco Central brasileiro uma pessoa pouco comprometida com os ajustes estruturais necessários na economia. Além disso, no final de 2002 (primeira eleição do presidente Lula) o câmbio no país já bateu em R$ 3,95. Considerando o cálculo de paridade de poder de compra, para manter o valor daquela época, o câmbio no Brasil deveria estar hoje ao redor de R$ 7,20 por dólar. Ou seja, tecnicamente existe espaço para uma disparada cambial ainda maior, caso haja motivos para tanto. Todavia, é pouco provável que isso ocorra, pelos seguintes motivos: o Brasil, hoje, possui US$ 382 bilhões de reservas cambiais, as quais existem justamente para proteger a moeda nacional de semelhantes ataques, sendo suficiente para um bom enfrentamento com o mercado se necessário; seria preciso uma presidência do Banco Central muito irresponsável e/ou incompetente para deixar o câmbio se depreciar ao nível de R$ 5,50, sabendo-se que a inflação subiria fortemente, ultrapassando o centro da meta para 2019 (4,25%) e mesmo rompendo o seu teto (5,75%), pois os produtos importados encareceriam ao ritmo do câmbio; a dívida pública brasileira cresceria substancialmente, pois parte da mesma está indexada ao câmbio; para conter a pressão inflacionária o governo teria que elevar a Selic para além dos 8% esperados ao final de 2019, ação que inibiria o crescimento da economia; e considerando-se a disparada cambial de 2002 um fato isolado, nota-se que desde 1995, quando o Plano Real estabilizou a economia, para se manter o valor cambial daquela época, a moeda nacional deveria estar ao redor de R$ 3,60. Dito isso: a) se não desejarmos que a economia perca definitivamente o pouco de rumo que ainda possui, o Banco Central brasileiro, neste restante de 2018, terá que continuar atuante no mercado cambial, visando trazer a taxa para, ao menos, R$ 3,70 em dezembro, independente de interesses eleitorais; b) se os brasileiros elegerem um desenvolvimentista irresponsável, existirá pressão, sim, sobre o câmbio, com o mesmo podendo facilmente romper o teto atual de R$ 4,00 por dólar já no final do corrente ano. Neste caso, chegar ou não aos R$ 5,50 (ou além disso) dependerá de como agirá a nova direção do Banco Central. Esta realidade, entre tantas outras difíceis que nos aguardam, explica o porquê de nossas preocupações quanto a linha econômica a ser escolhida pelos brasileiros nas urnas em outubro próximo.

sábado, 7 de julho de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

29/06/2018 a 05/07/2018)



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quinta-feira, 5 de julho de 2018

PARA ONDE ESTAMOS INDO


 Argemiro Luís Brum
05/07/2018

A crise econômico-financeira mundial de 2007/08 está levando as diferentes nações a um consenso: a saída da mesma é a manutenção de uma economia de mercado, com a participação do Estado com um papel de organizador e/ou regulador do sistema a ser praticado. Embora a execução de tal processo se apresente difícil, está claro que o Estado assuma outra postura. Trata-se de torná-lo eficiente, competitivo. Dito de outra forma, não há mais espaço para Estados perdulários, que gastam mais que arrecadam, gastando mal e de forma irresponsável. Não há mais espaço para Estados inchados, que transferem os privilégios de um pequeno segmento social que dele se locupleta, inclusive usando sindicatos para isso, para o restante da sociedade pagar a conta, através de impostos sempre maiores, devolvendo serviços públicos de péssima qualidade à população. Ora, para tornar os Estados eficientes, sem que percam seu espaço na economia de mercado, é fundamental que haja correções profundas, hoje chamadas de ajustes fiscais e reformas estruturais. Não se trata de penalizar a população, mas sim de dar condições de longo prazo para que o Estado possa cumprir com seu papel social, sem quebrar economicamente a ponto de alimentar o caos (veja a Venezuela de hoje). Pois bem, nesta dimensão, a realidade brasileira não permite otimismo. Ou seja, passados 10 anos do início da crise mundial e superada a recessão histórica de 2015-2016, fruto de um populismo desenvolvimentista irresponsável, percebemos que pouco fizemos de concreto na direção necessária. Pelo contrário, nos últimos tempos o quadro piorou ao invés de melhorar. A tal ponto que a ociosidade das empresas brasileiras ainda está hoje ao redor de 30%, e a perspectiva de investimentos por parte das indústrias nacionais, que no início de 2018 era de 1,2% a mais do que 2017, inicia o segundo semestre do ano em redução de 0,4% sobre o investido no ano passado. E sem investimento não há PIB que cresça de forma sustentada. E sem melhoria do PIB não há geração de empregos suficiente. Ou seja, o país e sua população ficam marcando passo em torno da mediocridade, o que é “o paraíso” dos privilegiados que vivem às custas do Estado e também daquelas minorias favorecidas pelo setor privado desorganizado. Investir menos significa, igualmente, que teremos menos pesquisa e desenvolvimento. Nestas condições, o país tem perda de renda e redução da capacidade produtiva, em um quadro de atraso tecnológico irrecuperável. Para completar o cenário, corremos o risco de colocar no poder, através das eleições presidenciais de outubro, um governo despreparado, sem condições políticas de fazer o “dever de casa”. Ou mudamos o quadro ou continuaremos atrasando o país, adiando por mais algumas décadas a tão almejada chegada ao “futuro”.

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