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segunda-feira, 31 de maio de 2021

QUEM VAI PAGAR A CONTA? (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O Brasil vive, especialmente nos últimos 15 anos, uma polarização política que vem prejudicando sua economia. A partir de 2007 tal polarização descambou para ações políticas sempre mais populistas, gerando toda sorte de problemas que desorganizaram nossa economia. A conta, dos erros cometidos neste período, já está sendo cobrada da Nação. Afinal, até hoje não corrigimos tais erros. Ao contrário, a eles somamos, em muitas áreas, outros tantos erros na atual gestão. Um exemplo: a nova disparada inflacionária, agora em plena pandemia, não se deve a esta última, embora ela tenha seu quinhão de participação. O fator preponderante foi o ministro da Economia apostar em uma desvalorização do Real, associada a uma baixa de juro básico, desproporcional. Com isso, a moeda brasileira foi a que mais perdeu valor no mundo em 2020/21, ainda alimentada pela incompetência da gestão pública nacional nas diferentes áreas de poder. Com isso, e diante de preços internacionais em elevação, se exportou acima do que se deveria, levando o país a um desabastecimento, especialmente de alimentos e matérias primas, e se importou bens cada vez mais caros, dentre eles o petróleo. Conseguimos gerar estagflação em plena economia recessiva, prejudicando ainda mais a população, já duramente atingida pela pandemia e a péssima gestão sanitária em relação a ela. E são inúmeros os exemplos negativos na condução econômica nestes últimos 15 anos, a ponto de praticamente inviabilizarmos o funcionamento do Estado. O custo de tudo isto, além de mais uma década economicamente perdida entre 2011 e 2020, é iniciarmos nova década sem perspectiva alguma de melhoria substancial. E o horizonte político para as eleições presidenciais de 2022 é sombrio, pois continua indicando a persistência da polarização populista. Assim, temos um longo caminho pela frente, cujo cerne da decisão a ser tomada está no fato de nossa sociedade ter que decidir com quem ficará a conta deste descalabro econômico que alimentamos nestes anos. Se fica com os mais pobres, com o corte de programas assistenciais, redução de investimentos em saúde, educação, segurança, infraestrutura, ou para os mais ricos, realizando as reformas administrativa, tributária e outras tantas, com profundidade e seriedade, acabando com os privilégios de toda a ordem para determinados grupos. 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 21/05/2021 a 27/05/2021


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segunda-feira, 24 de maio de 2021

O ESTADO NA ECONOMIA (Final) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

No Brasil, enquanto falta dinheiro para as atividades essenciais à vida dos brasileiros, a começar pela saúde e educação, o orçamento de 2021 é votado favorecendo emendas parlamentares, geralmente com destino duvidoso; aumenta-se em 400% a verba para as Forças Armadas; e se gera uma portaria criando supersalários aos cargos do Executivo. E quando isso não basta, cria-se um “orçamento paralelo”, apelidado agora de “tratoraço”, para dar conta de interesses específicos em detrimento da população. Assim, enquanto a pandemia devasta nossa economia e a própria população, a partir de um péssimo enfrentamento governamental, gasta-se o pouco que se tem em rubricas questionáveis. Ora, nosso futuro econômico, já para o 2º semestre, está nas mãos do resultado do confronto entre o ritmo da vacinação X a evolução da pandemia. Se esta última vencer, perde-se o pouco que ainda se pode ter em 2021 e se compromete também 2022. Também preocupa a falta de capacidade do governo em dar mais previsibilidade para o ambiente econômico, e o fato de o teto de gastos já não mais ser suficiente para conter o déficit público. Hoje, há dois caminhos, em paralelo às reformas estruturais. Ter interesse e eficiência no estímulo ao retorno do crescimento econômico, pois isso melhora a arrecadação, permitindo reduzir o déficit público e aumentar o investimento público; ou aumenta impostos e/ou reduz as isenções fiscais para controlar o déficit. Porém, isso de nada resolverá se o governo não tomar juízo na administração do país. Já faz tempo que o país não aguenta aumentar despesas, em muitos casos em questões supérfluas, enquanto as receitas não acompanham. Para quem ainda não se deu conta, o Estado nacional já está em colapso (em situação de shutdown), pois onde ele pode cortar no orçamento (os gastos discricionários), em 2021, soma apenas US$ 74,6 bilhões (menos de 8% do PIB), o menor nível da série histórica. Não é por nada que o Censo Demográfico foi inviabilizado; houve paralisação na construção de habitações da faixa 1 ainda do Minha Casa Minha Vida; corte nos diferentes ministérios; corte nas verbas para as universidades federais etc. Mas como tudo é questão de prioridade, à luz dos interesses dos gestores, não faltou dinheiro para o corporativismo, repetindo governos passados. Não há como o país avançar desta forma. 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 14/05/2021 a 20/05/2021


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segunda-feira, 17 de maio de 2021

O ESTADO NA ECONOMIA (I) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Ultrapassadas as fases do “Estado proprietário” e do “Estado mínimo”, o mundo tem caminhado para uma economia de mercado com a participação do Estado de forma “organizadora/reguladora”. A crise de 2007/08, de natureza econômico-financeira, e a crise de 2020/21, de natureza sanitária, mostram que a presença de um Estado eficiente é fundamental para a economia sobreviver. A questão em jogo é o Estado ser eficiente, governado por pessoas preparadas e voltadas ao interesse público, a fim de poder dar conta dos desafios inerentes a esta passagem, assim como a crises desta envergadura. Infelizmente, a maioria dos países não possui isso. E o Brasil é um deles. Hoje, diante do enorme e crescente déficit público, o país está praticamente inviabilizado, não conseguindo enfrentar seus problemas, situação alimentada por péssimos gestores escolhidos pelos brasileiros, nestes últimos quase 15 anos. Hoje, temos uma carga tributária ao redor de 35% do PIB, enquanto os investimentos públicos alcançam apenas 2,5% do PIB. O restante da arrecadação vai para sustentar uma máquina pública quase sempre inchada e ineficiente. Assim, o Brasil ainda não conseguiu uma posição sustentavelmente confortável no financiamento das atividades do Estado. Com isso, o déficit e a dívida pública são crescentes. Como tornar o Estado solvente? Ora, ao se verificar como foram votadas a PEC Emergencial e a lei orçamentária de 2021, nota-se que os governantes deste país continuam sem interesse em resolver nosso gravíssimo problema de sustentabilidade. Os poderes da República, e de muitos Estados e municípios, continuam “vivendo em outro mundo”, mesmo com toda a crise existente, potencializada agora pela pandemia. Assim, se é inevitável que o Estado atue para animar as atividades econômicas, via investimentos produtivos, também é inevitável que, para isso funcionar, o Estado tem que ter as condições para tal. Ora, no Brasil, os governantes continuam concedendo aval para mais gastos públicos sem ter clareza do impacto de sua destinação, retirando dinheiro da infraestrutura, educação, saúde, meio ambiente etc., para aumentar a verba de rubricas que nada ajudam ao mercado avançar e ao desenvolvimento da Nação, atendendo apenas a interesses pessoais e corporativos. (segue)

 

quinta-feira, 13 de maio de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 07/05/2021 a 13/05/2021


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segunda-feira, 10 de maio de 2021

A REALIDADE NA GERAÇÃO DE EMPREGOS (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

No contexto de uma pandemia ainda indefinida, a tendência da economia nacional gera muitas dúvidas. Uma delas se encontra na geração de empregos. No país temos dois “medidores” para isso: o Caged e a Pnad Contínua. O primeiro, insuficiente, considera apenas o registro permanente de admissões e dispensa de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. O segundo leva em consideração os informais, desalentados e outros segmentos, portanto, mais completo. Pelo Caged, no primeiro trimestre do ano, o país gerou 837.074 postos de trabalho, fato que fez o governo apontar que, para o mês de março, seria o melhor resultado da série iniciada em 1992. Essa última informação não é verdadeira. Isso porque o Caged mudou a metodologia da pesquisa recentemente, passando a usar o e-Social como fonte de dados e não mais a Rais. Portanto, houve uma quebra de série, com outra base de dados, e isso não permite comparações. Tomemos, então, os cálculos do IBGE (Pnad Contínua) como referência. Ela indica que temos ainda 14,4% da população ativa desempregada (trimestre dezembro-fevereiro), sendo este o maior contingente da série, iniciada em 2012. O nível de ocupação continua em 48,6%, sendo que a categoria de trabalhadores por conta própria (especialmente as MEIs) chega a 23,7 milhões de pessoas, em parte justamente por não conseguirem outro emprego. Os trabalhadores do setor privado, com carteira assinada, somam 29,7 milhões de pessoas. Em comparação com o mesmo trimestre de 2020 (antes do estouro da pandemia) houve um recuo de 11,7%. Além disso, o Brasil tem 6 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego por não o encontrar, com crescimento de 26,8% ante o mesmo período de 2020. Temos outros 39,6%, da população ocupada, na informalidade, contra 40,6% um ano antes, confirmando que o emprego se precarizou no país, o que é óbvio diante da pandemia, e ainda continua muito ruim. Enfim, o rendimento médio do brasileiro que trabalha recuou 7,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, com redução de R$ 16,8 bilhões na massa de rendimentos no país, o que impacta no consumo. E tais dados ainda não consideram os efeitos desta nova onda da pandemia, que nos atingiu a partir do final de fevereiro deste ano.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 30/04/2021 a 06/05/2021


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segunda-feira, 3 de maio de 2021

SOJA: E O FUTURO? (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Em termos nominais estamos vivendo a melhor safra de soja da história. Uma produção recorde, tanto no Brasil quanto no RS, e preços recordes. Neste último caso, contrariando as tendências do final do ano passado, já que o Real continuou fortemente desvalorizado e Chicago se manteve firme, tendo chegado em abril com o bushel se aproximando dos US$ 16,00, algo somente visto em 2012. No caso de Chicago, muito se deve à disparada do óleo de soja, na medida em que a libra-peso chegou a bater em 68,95 centavos de dólar no final de abril, algo que não era visto desde o início de março de 2008. Dito isso, o cenário futuro exige observar os seguintes aspectos: 1) os atuais preços em Chicago, em boa parte, se constituem em bolha especulativa em cima do clima nos EUA, neste início de plantio de sua nova safra, associado ao fundamento dos baixíssimos estoques de passagem naquele país; 2) os custos de produção da próxima safra serão ainda mais elevados, e dificilmente recuarão; 3) se olharmos para as cotações na CBOT, neste fim de abril, verificamos que, entre o primeiro mês (maio) e o segundo mês (julho) o grão tem uma redução de 2,9% e sobre novembro, quando ocorre a colheita nos EUA, a redução é de 17,2%. Já no óleo de soja a diferença entre os dois primeiros meses é de uma redução de 12,7% em seu valor, enquanto sobre novembro a redução aumenta para 35,4%; 4) portanto, há sinais de que, em o clima transcorrendo bem nos EUA, as cotações tendem a recuar para níveis bem mais normais, mesmo porque a demanda começa a reagir diante de preços tão altos, com a China, por exemplo, buscando alternativas mais baratas para compor suas rações animais, em substituição parcialmente à soja e o milho; 5) no Brasil, espera-se que o câmbio feche o ano entre R$ 5,20 e R$ 5,40 por dólar, na medida em que a Selic começou a ser aumentada, tendo chegado a R$ 5,34 no final de abril. Assim, embora este quadro seja dinâmico, podendo se modificar rapidamente ao sabor da especulação e das políticas internas brasileiras, é preciso precaução dos produtores, pois a rentabilidade da soja em 2022, na comparação ao quadro excepcional do corrente ano, pode ser menor. Isso exige mais atenção na gestão das empresas rurais, assim como a continuidade no escalonamento da comercialização visando a realização de uma boa média de preços.

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