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quinta-feira, 27 de abril de 2023

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 21/04/2023 a 27/04/2023


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

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segunda-feira, 24 de abril de 2023

A INADIMPLÊNCIA E OS JUROS (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Os últimos dados oficiais disponíveis dão conta de que o Brasil possui, neste início de 2023, 70,1 milhões de cidadãos inadimplentes (que não conseguem pagar suas dívidas). Um recorde da série histórica, lembrando que em janeiro de 2018 o número era de 59,3 milhões de pessoas. Além disso, a média da dívida cresceu, no período, 19%, atingindo R$ 4.612,30 por pessoa inadimplente. A falta de conhecimento financeiro das pessoas, a inflação e os juros altos são os elementos que mais impactam nestes números (cf. Serasa Experian). Pelo sim ou pelo não, o fato é que o número de pessoas é altíssimo, considerando os aposentados e a população economicamente ativa. Além disso, sabendo que, de cada 10 brasileiros que trabalham de alguma forma, nove possuem renda mensal inferior ou igual a R$ 3.000,00, deve-se muito mais do que se recebe em média. Afora a necessária educação financeira, é preciso entender o mecanismo inflação x juros. Em boa parte, o juro elevado é consequência da inflação elevada que tivemos entre 2019 e fins de 2022, puxada pela pandemia, pela guerra Rússia x Ucrânia e pelo descuido na condução da política econômica do governo. Assim, a dívida cresce porque os preços disparam. Feita a dívida, a mesma sobe porque os juros aumentam, como instrumento de combate à inflação. E no meio disso, tem-se ainda o desemprego, os empregos mal pagos e alta informalidade. O quadro é ainda mais perverso porque a principal inadimplência está no rotativo do cartão de crédito, que a maioria ainda não sabe financeiramente usar. 86,6% das dívidas, grande parte gerando inadimplência, é feita com este instrumento aqui no país. Ora, o juro anual do cartão, neste momento, ultrapassa os 417%. Se uma pessoa fica inadimplente de R$ 500,00, por 12 meses, no final do período terá um débito de R$ 2.600,00. Se, porventura, esta dívida inicial permanecer por cinco anos, o débito sobe para estratosféricos R$ 1,8 milhão (cf. Anefac). Não há economia que resista à tal realidade. Cidadão sem dinheiro, inadimplente, não consome; não havendo consumo não se vende; não vendendo, trava a produção (depender do mercado externo não é suficiente); travando a produção, temos elevação do desemprego; e, por consequência, um PIB anêmico. Não é difícil entender, mas há muita resistência quanto a corrigir o problema.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 14/04/2023 a 20/04/2023


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segunda-feira, 17 de abril de 2023

A TENDÊNCIA INFLACIONÁRIA E A SELIC (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A inflação de março surpreendeu positivamente ao vir menor do que fevereiro. O IPCA do mês passado chegou a 0,71%, fato que trouxe o acumulado de 12 meses para 4,65%. Este percentual é o mais baixo desde janeiro de 2021 e ficou abaixo do teto da meta, para este ano, que é de 4,75%. Diante disso, a pressão para que se reduza o juro básico (Selic) aumenta. Especialmente agora em que o arcabouço fiscal já está conhecido e aceito por grande parte do mercado (ainda falta passar pelo Congresso Nacional). Assim, é fato que as condições começam a ficar reunidas para uma baixa da Selic no país. Porém, há um longo caminho para que se garanta uma estabilidade estrutural nos preços. Em primeiro lugar, mesmo que a inflação continue a baixar neste primeiro semestre (no simples cálculo matemático, entre abril e junho deverá sair do cálculo índices mensais muito elevados, do ano passado, e ingressar, em princípio, índices menores deste ano), teremos ainda forte pressão dos preços administrados, em especial na virada do semestre. Particularmente na área dos combustíveis, remédios, gás e energia elétrica. Em segundo lugar, entre julho e setembro do ano passado o IPCA mensal destes três meses foi negativo. Dificilmente isso se repetirá neste ano, fato que levará, no cálculo, à saída de índices negativos e à entrada de índices positivos. Com isso, o acumulado de 12 meses voltará a subir. Feitos os cálculos, a tendência média é de que o ano de 2023 termine efetivamente com uma inflação oficial entre 6% e 7%. Portanto, bem acima do teto da meta. Além disso, nada garante que os chamados núcleos inflacionários se mantenham em recuo no segundo semestre, condição para garantir um recuo estrutural da inflação. Em tal contexto, o que se pode esperar do Copom, em suas próximas reuniões, é a indicação de leve recuo na Selic, deixando para trás a ameaça de novos aumentos. Ou seja, se houver recuo nos juros, o mesmo deve ser mínimo. Esse recuo poderá começar entre as reuniões de maio e agosto, com maior probabilidade nas reuniões de junho ou agosto. Será um recuo cauteloso, ao redor de 0,75 ponto percentual até o final do ano, salvo surpresas mais positivas pelo lado dos preços no país. Com isso, a Selic terminaria 2023 em 13%. Será um começo, que pode gerar uma boa tendência para 2024, porém, ainda é cedo para se ter garantias.

quinta-feira, 13 de abril de 2023

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 07/04/2023 a 13/04/2023


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segunda-feira, 10 de abril de 2023

AINDA SOBRE O AJUSTE FISCAL (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O Brasil registra, hoje, 70,5 milhões de inadimplentes. Em boa parte, isso se deve, dentre outras coisas, aos altos juros praticados na economia brasileira. Os mesmos têm, na pressão inflacionária e nos riscos financeiros inerentes à realidade econômica brasileira, dois grandes motivos. E os mesmos muito se originam na incapacidade do governo, com honrosas exceções, gastar menos do que arrecada, abrindo um rombo nas contas públicas. Ou seja, os diferentes governos brasileiros, ao não resolverem esse problema, alimentam uma instabilidade que impede os investimentos e gera inflação. Hoje, nossa dívida ultrapassa a um trilhão de dólares ou, se assim o quiserem, atinge em torno de 75% do PIB nacional. No início de 2015 a mesma ainda estava em 57,2% do PIB, tendo atingido, pelo efeito dos gastos devido à pandemia, ao recorde de 86,9% no final de 2020. O teto de gastos, lançado em 2016, auxiliou a segurar o endividamento, porém, não foi suficiente. Neste contexto, o novo arcabouço fiscal, ainda em fase de ajustes, seguida da reforma tributária, precisam ser muito bem construídos e profundos se quisermos sair deste “buraco”. Como há anos vem se alertando, quanto mais demorarmos, pior será o quadro e mais difícil será para curarmos a doença, até chegarmos ao ponto de não retorno (vejam o que está acontecendo com a Argentina, que literalmente quebrou neste início de 2023, após minguar lentamente nos últimos anos). Recente estudo divulgado (cf. Estadão, 05/04/23) mostra que o governo central do Brasil, se tivesse adotado, a partir de 2011, a nova regra fiscal proposta, até 2022 teria economizado R$ 775,3 bilhões ou R$ 64,6 bilhões anuais, e a realidade do país e de sua população seria bem melhor. Todavia, o que deixamos acontecer é que as despesas públicas crescessem, no período, na média anual de 2,5% em termos reais, enquanto a receita cresceu na média de 1,4% ao ano. E grande parte destas despesas foram malfeitas, geralmente direcionadas a uma minoria privilegiada ou desviadas do seu objetivo inicial. Independentemente do governo que tivermos de plantão, ou mudamos ou continuaremos nos iludindo, com a grande maioria dos brasileiros assistindo à piora de seu nível de vida. Para muitos, sem condições de assistirem, no que resta de suas vidas, uma reversão do quadro, caso venhamos a construí-la de fato.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 31/03/2023 a 06/04/2023


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segunda-feira, 3 de abril de 2023

O ARCABOUÇO FISCAL SAIU: E AGORA? (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O Executivo Federal divulgou sua proposta de arcabouço fiscal, ou seja, da nova âncora fiscal. A mesma veio melhor do que o teto de gastos, porém, alguns aspectos precisam ser observados. A proposta ainda passará pelo Congresso Nacional. Espera-se que os ajustes, se houver, sejam na direção de melhorá-la. Por outro lado, em sua essência, a proposta retira a inflação como balizador dos gastos e passa para a arrecadação do governo. Ou seja, 70% da arrecadação dos últimos 12 meses poderão ser gastos anualmente. Assim, para aumentar o volume de despesas, necessário se faz aumentar a arrecadação. A melhor maneira de se fazer isso é aumentando o PIB. Maior crescimento, deste, representa mais empregos, mais consumo e, portanto, mais arrecadação. A outra alternativa é aumentar a arrecadação via impostos. Por enquanto, diante de um PIB que não deslancha o suficiente, sobram os impostos. É neste contexto que entra, na sequência, a reforma tributária. O governo promete não aumentar impostos. Ora, isso é praticamente impossível, salvo se o Estado souber reorientar estes impostos, de maneira que haja menos benefícios fiscais para setores específicos, em muitos casos sem nenhuma justificativa plausível, e canalize a cobrança de mais impostos para as categorias sociais abastadas, diminuindo a dos mais pobres e classe média. Pelo sim ou pelo não, alguém pagará mais, pois “não se faz omelete sem quebrar ovos”. Por outro lado, a meta de zerar o déficit, já em 2024, nos parece muito ambiciosa, a julgar pela realidade que temos. Já será muito positivo se conseguirmos zerá-lo no final do atual governo. A prática de colocar uma banda de flutuação, para o déficit, é inteligente, pois flexibiliza o processo de corte das despesas. Entretanto, será um enorme desafio ficar em 0,5% do PIB (centro da meta) de déficit já para 2023. Enfim, é engenhoso igualmente colocar um limite de 2,5% para as despesas, independente do crescimento da arrecadação (se a receita crescer 5%, a regra de 70% permitiria aumento de 3,5% nas despesas, mas o limite será os 2,5%, salvo para o Fundo de Educação Básica e a saúde). O problema será a capacidade oficial para cumprir tais metas. Em síntese, a proposta é boa, agradou boa parte do mercado, porém, ainda é preciso esperar mais detalhes sobre sua execução e como ela sairá de sua passagem pelo Congresso Nacional.   

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