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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

15/12/2017 a 21/12/2017)



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RENDA AGROPECUÁRIA: 2017 NÃO FOI BOM

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
21/12/2017


O resultado econômico médio da agropecuária brasileira não foi bom em 2017. Embora a safra de verão tenha puxado o PIB do 1º trimestre, o recuo dos preços médios durante o ano levou a uma diminuição na renda líquida final recebida na maioria dos casos. Após alertas nossos e estudos da Fiergs, agora a Fetag nos informa que, “apesar do aumento de 10% no volume produzido na atual safra, a renda da agricultura familiar fechará o ano em queda de 26,9%”. Tomando por referência apenas o Rio Grande do Sul, verificamos que todos os principais produtos agropecuários viram seus preços despencarem entre o início e o final deste ano de 2017. As exceções foram a soja, que termina 2017 praticamente no mesmo nível de preço de janeiro, ou seja, com o balcão na média de R$ 65,23/saco. Mesmo assim, há perda real devido a inflação no período. Sem falar que em boa parte do ano tais preços estiveram entre R$ 56,00 e R$ 60,00/saco. A segunda exceção foi o frango que, após meses de estabilidade em valores ao redor de R$ 2,40/quilo vivo, termina 2017 em R$ 2,60 o quilo, o que representa um ganho de 8,3%. Entretanto, tal ganho se cristalizou apenas nos últimos 40 dias. Portanto, não sendo suficiente para cobrir os custos de produção acumulados em todo o ano. Já nos demais produtos o quadro é preocupante. No arroz, a queda no preço médio do saco de 50 quilos foi de 23% neste ano, com o produto fechando o ano em R$ 37,30/saco. Em alguns momentos o mesmo ficou abaixo até mesmo do preço mínimo. Já o feijão preto assistiu a um recuo de 42,3% em seu preço na média estadual ao compará-lo com o preço de arrancada em 2017. A média fecha o ano em R$ 129,00/saco, porém, há muitas regiões com preços mais baixos. No milho, o preço registra um recuo de 21,6% quando comparado com dezembro/16 e uma estabilidade quando a comparação é com o mês de janeiro/17. Todavia, em parte do ano o produto ficou avaliado ao redor de R$ 21,00/saco, bem abaixo dos R$ 27,30 registrados na média deste final de dezembro/17. Já o trigo viu seu preço médio subir de R$ 28,70/saco no início do ano, para R$ 30,30 neste momento (+5,6%), porém, uma recuperação longe de compensar a enorme perda no volume produzido neste ano (-53%), sem falar na baixa qualidade da maior parte do produto colhido. Na pecuária, o preço do boi gordo no mercado gaúcho perdeu 5%, com a média do quilo vivo passando de R$ 5,00 no início do ano para os atuais R$ 4,75, ocorrendo momentos no ano em que o valor recuou para R$ 4,30. Já o suíno perdeu muito mais! O preço do quilo vivo pago ao criador gaúcho recuou 17,2%, se estabelecendo neste final de ano na média de R$ 3,56. Por fim, o leite perdeu 17,1% no mesmo período, com seu preço médio saindo de R$ 1,11/litro para R$ 0,92. E, a julgar pelas tendências futuras, incluindo as meteorológicas, precisamos muita cautela para 2018.   

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

08/12/2017 a 14/12/2017)



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NÃO BASTA BAIXAR A SELIC

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
14/12/2017


A equipe econômica do governo, através do Copom, fecha 2017 com mais um corte no juro básico (Selic), trazendo o mesmo para 7% aa, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Entre outubro de 2016, quando os atuais cortes iniciaram, até este mês de dezembro de 2017, a Selic recuou de 14,25% para 7%, ou seja, um corte de 50,9% em pouco mais de 12 meses. Entretanto, o efeito desta redução na economia real brasileira está sendo muito tímido, contrariando expectativas. Isso porque os juros normais, que atingem o bolso do brasileiro e de suas empresas, foram reduzidos muito pouco no período. O juro médio do empréstimo pessoal recuou apenas 12,3%, passando de 73% para 64% aa. O juro médio anual do comércio saiu de 98% para 90%, ou seja, recuou tão somente 8,2%. Já o juro para empréstimos em financeiras recuou 13%, ficando agora em 142,47% aa, enquanto o juro do cartão de crédito caiu 29%, se estabelecendo agora em ainda estratosféricos 324,34% aa. Por sua vez, o juro do cheque especial, o qual é usado por um grande número de brasileiros como um complemento salarial no final do mês, recuou somente 5,1% no período, para ficar em 295,48% aa. Enfim, o financiamento de automóvel, na média, passou de 31,68% para 27,27% aa, com recuo de 13,9%. Paralelamente, as aplicações financeiras realizadas pelos brasileiros acompanharam o tombo da Selic. Com a nova fórmula, o rendimento da poupança está abaixo de 5% ao ano no momento. Paralelamente, o CDB recuou de 10,52% para 5,18%; os rendimentos da LCA e LCI passaram de 12% para 5,92%; os Fundos de Renda Fixa de 10,51% para 4,53%; e os Títulos do Tesouro de 11,27% para 5,95%. Portanto, o cidadão perde duplamente! Diante de tal quadro, não é de se admirar que o sistema financeiro brasileiro continue obtendo lucros enormes, mesmo durante a grande recessão nacional (2014 a 2016). E boa parte do alto custo do dinheiro no Brasil vem da própria ação do governo, na medida em que sua dívida interna continua crescendo (hoje na casa dos R$ 3,4 trilhões), pois o mesmo não consegue realizar reformas estruturais adequadas, que venham a encaminhar solução para o crescente rombo das contas públicas. Com isso, o governo se vê obrigado a buscar no mercado, via Títulos Públicos, recursos que poderiam ser canalizados para o crescimento da economia. Esta constante e forte demanda encarece o dinheiro disponível. E para 2018 o quadro será ainda mais apertado, pois a estratégia da Selic já está no limite do seu fôlego, podendo mesmo o juro voltar a subir um pouco para o final do próximo ano, e as reformas não saem. Não basta uma ou duas medidas de impacto! É preciso um conjunto de medidas, todas bem pensadas, executadas e inter-relacionadas, as quais exigirão sacrifício de todos. Como convencer a sociedade a tal sacrifício diante do descalabro político que temos?

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

01/12/2017 a 07/12/2017)



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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

MELHOROU, MAS AINDA FALTA MUITO

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
07/12/2017


As notícias sobre o comportamento do PIB nacional, anunciadas pelo IBGE neste início de dezembro, nos oferece uma fotografia dividida em duas partes. A primeira, positiva! A revisão do PIB dos dois trimestres anteriores, que passa de 1% para 1,3% (1º trimestre) e de 0,2% para 0,7% (2º trimestre), somada ao 0,1% do 3º trimestre, já permite especular que o acumulado de 2017 possa alcançar 1%. Seria o dobro do que o 0,5% inicialmente esperado e bem melhor do que o 0,7% indicado recentemente. Juntamente com esta informação, veio o anúncio de que, finalmente, os investimentos acusaram resultado positivo (1,6% no 3º trimestre), após 45 meses de queda contínua. Afinal, os investimentos são a mola propulsora do crescimento futuro de uma economia. Ao mesmo tempo, o consumo das famílias cresceu 1,2% no trimestre, demonstrando que, embora o alto endividamento e inadimplência, há uma recuperação, mesmo que lenta, do consumo no país. Neste último caso, a redução da Selic, que deve fechar o ano ao redor de 7% (o mais baixo percentual de sua história), mesmo que não esteja sendo repassada aos juros reais da economia, pouco chegando ao bolso do consumidor até o momento, acaba tendo um elemento mobilizador do consumo: os juros das aplicações financeiras e poupança, estes sim baixando na rapidez da Selic, desestimulam os brasileiros a poupar, levando paulatinamente muitos cidadãos às compras e a investimentos produtivos. A segunda, ainda preocupante! Isso porque o crescimento do terceiro trimestre foi justamente de 0,1%, ou seja, bem abaixo dos PIBs dos dois trimestres anteriores. Seria um indicativo de que a recuperação econômica estaria perdendo força, mais rapidamente do que se imaginava (o famoso voo de galinha antecipado)? A resposta virá no 4º trimestre, ora em andamento, e particularmente em 2018. Por outro lado, grande parte da atual reação do PIB nacional continua concentrada na agropecuária, já que indústria e serviços ainda enfrentam dificuldades para uma reação consistente. E o setor primário, como sabemos, está à mercê do clima (no 3º trimestre seu PIB já foi negativo de 3%). Tanto é verdade que, no acumulado do ano o PIB nacional chega a 0,6%, sendo que na agropecuária o mesmo atinge a 14,5% positivos, enquanto serviços e indústria apresentam resultados negativos respectivamente de 0,2% e 0,9%. Além disso, apesar da melhora, no acumulado de 12 meses o PIB nacional ainda está negativo em 0,2%. Enfim, em relação ao PIB nacional, a poupança (com 15,6%) e os investimentos (com 16,1%) marcam passo e estão longe dos 25% necessários para tirar o país do marasmo de forma sustentável. Além disso, a continuidade da recuperação depende do ajuste fiscal e, este, das reformas estruturais. Portanto, o país ainda tem um longo caminho pela frente antes de se entregar ao otimismo! 

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