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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

21/07/2017 a 27/07/2017)



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FRACASSANDO... (I)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
27/07/2017


O ajuste fiscal das contas públicas brasileiras é fundamental para a retomada do crescimento econômico sustentável. O mesmo depende, em grande parte, da realização de reformas estruturais adequadas. A reforma trabalhista foi aprovada, porém, da forma como o foi está longe, sozinha, de possibilitar tal recuperação. Será preciso que as demais reformas, como a previdenciária, tributária, administrativa e política avancem a contento. Como tal encaminhamento está difícil neste Brasil corroído pelo casuísmo político, onde os governos se mostram cada vez mais fragilizados por diferentes escândalos de corrupção, a atual equipe econômica vem fracassando na obtenção de tal ajuste. Assim, o que deveria ser um superávit primário anual (receitas maiores do que as despesas públicas, antes do pagamento do juro da dívida) tem se tornado um constante déficit, reforçando o fato de que a Pec do Gasto Público, aprovada em dezembro de 2016, sozinha, não funcionará. Tecnicamente, a situação é a seguinte: o embrião do problema começa ainda em 2007, agrava-se a partir de 2011 e se cristaliza em 2014, último ano do primeiro mandato da presidente Dilma, quando foi registrado o primeiro déficit primário da história nacional. O mesmo foi de R$ 32,53 bilhões ou 0,63% do PIB para o setor público consolidado (não se está considerando a maquiagem dos dados oficiais, iniciada em 2012), quando o governo tinha por meta obter um superávit de R$ 99 bilhões ou 1,9% do PIB para o ano. Ou seja, o iceberg da má gestão das contas públicas finalmente aflorou, refletindo o descontrole de tais contas iniciado alguns anos antes. Desde então, o déficit primário só fez aumentar. Já sob o governo Temer, em 2016, o mesmo atingiu a R$ 155,79 bilhões ou 2,79% do PIB (um desastre!). Para 2017 o governo estabeleceu a meta de um déficit de R$ 139 bilhões, esperando iniciar um processo de redução gradual do mesmo. Todavia, a prática mostra que os gastos públicos continuam muito superiores às receitas. Já em março o governo detectou um rombo adicional um pouco superior a R$ 58 bilhões e, para eliminá-lo, atacou com algumas medidas de cortes e aumento de impostos. Neste mês de julho, o governo “descobre” que irão faltar ainda R$ 10,4 bilhões para garantir o déficit de R$ 139 bilhões ao final de 2017. Sendo os cortes de despesas, como sempre, mais difíceis, ele opta pelo aumento de receitas e, para tanto, mais uma vez via aumento de impostos. Neste caso, aumentou-se o PIS e a COFINS incidente sobre os combustíveis visando compensar as dificuldades fiscais. Pelo menos três pontos merecem destaque, a partir desta decisão governamental, os quais iremos analisar na próxima coluna. (segue)

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

14/07/2017 a 20/07/2017)



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MULTILATERALISMO: UM NOVO CENÁRIO (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
20/07/2017


A partir do quadro exposto no comentário passado, destaca-se que a reunião do G20 mostrou uma nova recomposição de forças, com a Alemanha, França e China, seguidos de diversos outros países, inclusive o Brasil, defendendo o livre mercado e a continuidade das relações multilaterais globais, contra os interesses protecionistas dos EUA, Rússia e alguns outros seguidores. Tal embate está apenas começando! Os aliados tradicionais dos EUA parecem iniciar uma estratégia de “represamento” aos interesses atuais do governo norte-americano. Tal estratégia passaria pelo recurso aos atores não-estatais, à sociedade civil, às empresas, às cidades, visando contrabalançar as decisões de Trump. Tal esforço já foi notado por ocasião das reações quanto à saída dos EUA do acordo de Paris sobre o clima e, agora, ficaram nítidos na reunião do G20 em Hamburgo (Alemanha). A derrota política dos extremistas de todos os matizes, em países como a Holanda e a França, mostra que o mundo reage ao atraso. Isso abre novamente um grande espaço para o avanço do livre comércio positivo, com maiores integrações comerciais regionais e inter-regionais. É neste contexto que, se espera, o Mercosul venha a se reestruturar, pois um acordo comercial com a União Europeia ficou novamente mais próximo, após a paralisação das negociações desde 2004. Espera-se aumentar o intercâmbio comercial entre as partes na razão de 50% ao que hoje existe. Portanto, a reação mundial ao protecionismo populista que começa a ser implantado nos EUA, e que afundou a economia de muitos países latino-americanos ultimamente, é salutar. Afinal, se não fosse o mercado externo, a lenta recuperação da economia brasileira, neste momento, estaria longe de ocorrer. Tanto é verdade que nos anos de 1990 nosso país possuía apenas 70 acordos comerciais, os quais cobriam menos de um terço de nosso comércio externo. Hoje, tais acordos chegam a 400 e atingem a dois terços de nosso comércio com o mundo. Enfim, em termos mundiais, ganha espaço novamente a ideia do Estado do Bem-Estar Social, pois quanto mais eficiente ele for mais a globalização é aceita. A questão é que, para uma nação construir um Estado deste tipo, profundas reformas em seu funcionamento, estrutura e composição de interesses sociais e políticos devem ser realizadas. Quem não as fizer ficará marginalizado, deixando uma minoria usar o poder político em benefício próprio, a partir da manutenção deliberada do atraso cultural, educacional, social e econômico dos seus cidadãos. Os acontecimentos dos últimos anos no Brasil cristalizam muito bem como isso é praticado e o quanto representa de perdas para a Nação, diante de um mundo cada dia mais globalizado e em mutação permanente. Mundo este que busca, justamente, a superação desta realidade retrógrada que hoje tentamos superar em nosso país. 

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

07/07/2017 a 13/07/2017)



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quarta-feira, 12 de julho de 2017

MULTILATERALISMO: UM NOVO CENÁRIO (I)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
13/07/2017


A recente reunião do G20, em Hamburgo (Alemanha), confirmou algumas tendências e cristalizou outras tantas mudanças no cenário multilateral mundial. A reação contrária ao encontro, de setores organizados, mostra a necessidade de se fazer chegar os ganhos da globalização econômica a toda sociedade internacional. Os contestadores, ao não proporem novos caminhos, lutam, na prática, para não ficarem excluídos do processo, o que é justo. Isso porque a globalização mundial em geral e da economia em particular é irreversível e sabido há décadas. A globalização não é um complô das oligarquias contra o povo, não é uma ideologia e sim o resultado de forças complexas, onde o avanço tecnológico, a começar pelo acesso a informações, é um dos pontos centrais, somado à vontade legítima dos países subdesenvolvidos em obter maior acesso à riqueza internacional. Para tanto, o livre-comércio se tornou um caminho a seguir, porém, acompanhado de uma regulação dos Estados, através da OMC, desde que tais Estados sejam eficientes e organizados, coisa que falta à maioria deles. A revolução tecnológica permitiu o deslocamento do trabalho, onde o que se pensa produzir aqui é produzido no outro lado do mundo e vendido em todas as partes do Planeta. Com isso, se acelerou as trocas, tanto comerciais quanto de ideias e imagens. Neste contexto, alguns países subdesenvolvidos conseguiram se inserir nas “cadeias de valor mundiais”. Em países emergentes como China, Índia e Brasil, milhões de pessoas ficaram menos pobres. Ir contra tal movimento é um retrocesso. Mesmo porque ele não irá parar e sim se acelerar, e ninguém deseja ficar à margem do processo. Assim, a globalização das trocas é sustentada pelo crescimento do progresso tecnológico. Defender o retorno às práticas dos anos de 1960 é defender o atraso. Assim, os Estados devem adaptar suas economias a essa nova era mundial. Quem não se reformar tende a se marginalizar ainda mais. Dito isso, toda e qualquer mudança deste porte provoca choques sociais importantes. Hoje o mundo vive sob a aceleração de três grandes forças: tecnológica, globalização das trocas e o aquecimento climático. Como a democracia enfrentará tamanha mutação? Os fluxos migratórios incontroláveis, a perda de status social, a diluição dos corpos intermediários e da família, e referências culturais cada vez menos presentes, levam a ações protecionistas que, ao invés de ajudar, tencionam ainda mais o ambiente (cf. Le Monde 05/05/17). Dentre elas, temos a política isolacionista dos EUA sob Donald Trump; a saída do Reino Unido da União Europeia; as constantes ameaças armadas da Coreia do Norte; a postura centrista de Putin na Rússia; e o populismo destruidor junto a diversos países subdesenvolvidos, em especial na América Latina. (segue)

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

30/06/2017 a 06/07/2017)



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SOJA: JANELAS DE COMERCIALIZAÇÃO

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
06/07/2017


Até o dia 30/06 o bushel de soja em Chicago registrava um comportamento baixista, tendo o mesmo batido em US$ 9,04 no dia 23/06, se consolidando como a mais baixa cotação desde abril de 2016. A partir daí o bushel saltou para US$ 9,64 no dia 03/07. Dois motivos estiveram na origem deste movimento: a) o relatório de plantio nos EUA, informado no dia 30/06, acabou confirmando uma área já precificada, embora seja importante dizer que o mercado esperava 7,8% de aumento na mesma enquanto o relatório trouxe 7% (houve recuo de 3% no milho e de 9% no trigo); b) especulações em torno de um clima mais seco e quente durante o mês de julho sobre as lavouras estadunidenses. Isto, associado a um câmbio que gira, nos últimos dias, ao redor de R$ 3,30 por dólar no Brasil, favoreceu a um aumento nos preços médios da soja brasileira. No sul do país, no início de julho (momento em que escrevemos este artigo), os preços do saco de soja nos portos chegaram a ultrapassar os R$ 70,00, enquanto o balcão trabalhou entre R$ 60,00 e R$ 62,00 em muitas localidades do interior. Ou seja, graças especialmente às especulações sobre o clima nos EUA, como sempre ocorre nesta época, o mercado oferece nova janela de comercialização aos produtores na busca de uma média final melhor. Vale lembrar que a última semana de junho havia terminado com o preço no balcão gaúcho valendo R$ 59,21/saco na média. Além disso, e a título de comparação, no ano passado o mês de junho terminou com tal média valendo R$ 80,70/saco. Ou seja, nos últimos 12 meses terminados em junho/17 a perda nominal no preço médio de balcão gaúcho chegou a 26,6% ou R$ 21,49/saco. Dito isso, dois alertas se impõem: 1º) o clima nos EUA deverá continuar sendo o centro da especulação sobre os preços, pelo menos entre julho e agosto, fato que ainda pode oferecer novas janelas de alta nas cotações; 2º) não se pode ignorar, todavia, que a atual área semeada com a oleaginosa (36,2 milhões de hectares) é a maior da história estadunidense, fato que, em clima normal, deve levar a colheita local para um novo recorde a partir de fins de setembro. Além disso, os estoques trimestrais de soja, na posição 1º de junho, nos EUA, estão 11% acima do registrado no mesmo período do ano anterior (26,2 milhões de toneladas). Assim, será preciso muita atenção dos produtores brasileiros (o Rio Grande do Sul ainda teria cerca de 50% de sua última safra em estoque e o Brasil 35%) para não desperdiçarem as janelas de oportunidade. Afinal, os aspectos fundamentais do atual mercado (oferta e demanda) continuam baixistas e as oscilações, que tendem a ocorrer nas próximas semanas, dependem particularmente do clima no Meio Oeste estadunidense. Este, por sua vez, ainda não definiu uma tendência, devendo gerar grandes volatilidades nos próximos dois meses. 

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