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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

(19/06/2015 a 25/06/2015)




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A PREVIDÊNCIA SOCIAL POSSÍVEL



Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
25/06/2015

A gestão de nossa Previdência Social, desde sua criação e, particularmente, nas últimas décadas, não permite que tenhamos aquilo que realmente se mereça: o trabalhador brasileiro se aposentar pelo seu salário final. Infelizmente, por termos permitido a prática de aposentadorias muito precoces, durante um longo tempo, além de termos incluído certos segmentos sociais no sistema sem antes terem contribuído, sem falar dos desvios, roubos e toda sorte de desmandos com o dinheiro da mesma, gerou-se um rombo bilionário que hoje a inviabiliza. Embora polêmico, o déficit existente na Previdência brasileira gira, no mínimo, ao redor de R$ 50 bilhões nos dias de hoje. A implantação do fator previdenciário, no governo FHC, foi na verdade um redutor nos valores a serem pagos aos que se aposentavam, visando dar viabilidade por mais tempo ao sistema. Todavia, com a esperança de vida aumentando e as pessoas continuando a se aposentar muito cedo (a idade de aposentadoria, que muitos países estão corrigindo para cima devido à nova realidade populacional, não tem sido tratada como se deve aqui no Brasil) o sistema não se sustenta. Assim, chegamos em 2015 com a clara tendência de não haver condições de se manter a Previdência Social para os jovens que entram atualmente no mercado de trabalho. Dito de outra forma, em continuando como está o sistema irá definitivamente quebrar antes que os mesmos cheguem à idade de se aposentar. O recado, em tal caso, é que se preocupem em construir uma previdência privada com urgência. E agora a situação de sobrevivência do sistema piorou, pois a fórmula 85/95 que o Congresso Nacional tentou passar nos últimos dias, inviabiliza ainda mais o sistema, caso não haja reformas mais profundas na própria estrutura e regras previdenciárias nacionais. Todos os especialistas na matéria indicam que a fórmula, com a combinação de tempo de serviço e idade, acelera a inviabilização da Previdência, agravando o quadro para quem já se aposentou e para os que irão se aposentar. O mesmo permite ganhos imediatos, porém, compromete totalmente o futuro dos aposentados, gerando um déficit ainda maior do que o já existente. Se a mesma for aplicada tal e qual, o gasto extra com as aposentadorias, nos próximos 15 anos, chegaria a R$ 185 bilhões e, até 2060, a despesa com a mesma atingiria R$ 3,22 trilhões. É nesse contexto que entra o artifício que o governo Dilma acaba de propor, ao concordar que a previdência passe a considerar a fórmula 85/95, porém, aumentando tal patamar progressivamente a partir de 2017, até chegar a uma relação de 90/100 em 2022. Na prática, Não resolvemos o problema, apenas o protelamos. De fato, enquanto não nos dignarmos a realizar uma reforma estrutural séria no sistema previdenciário nacional, pensando nas gerações futuras, é o que se pode ter no momento.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

(12/06/2015 a 18/06/2015)




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UM DOS PORQUÊS



Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
18/06/2015

Há anos os brasileiros buscam compreender porque o país não consegue manter um crescimento econômico e uma melhoria na qualidade de vida sustentáveis, mesmo já tendo conquistado uma razoável estabilidade econômica. As respostas são muitas, mas um problema central, antes de tudo, está na nossa falta de capacidade de construirmos uma Constituição que gere menos privilégios ao setor público. A deturpação deste setor em relação ao seu real objetivo obriga os brasileiros a sustentarem uma máquina pública cada vez mais inchada e ineficiente, tirando da sociedade renda e capacidade de melhorar de vida. Um simples exemplo comparativo: na Suécia os deputados federais moram em pequenos apartamentos de 40 m2, tendo um único cômodo que serve de sala e cozinha. Não possuem assessores e secretária particular; fazem sua própria refeição e lavam sua própria roupa em lavanderia coletiva onde cada um reserva seu horário para tal ação; não têm direito a carro com motorista e assim por diante. Aqui no Brasil, cada deputado federal recebe R$ 33.700,00 mensais e tem direito a ajuda de custo e cotão (valor se refere à média dos 513 deputados, consideradas as diferenças entre Estados. A média não computa adicional de R$ 1.244,54 devido a líderes e vice-líderes partidários. A Câmara decidiu aumentar o valor do cotão este ano em 12%. O cotão inclui passagens aéreas, fretamento de aeronaves, alimentação do parlamentar, cota postal e telefônica, combustíveis e lubrificantes, consultorias, divulgação do mandato, aluguel e demais despesas de escritórios políticos, assinatura de publicações e serviços de TV e internet, contratação de serviços de segurança. O telefone dos imóveis funcionais está fora do cotão: é de uso livre, sem franquia. O cotão varia, de Estado para Estado, de R$ 25.000,00 a R$ 38.000,00, por deputado). Tem direito ainda a auxílio moradia e verba de gabinete para até 25 funcionários, além de amplos apartamentos em Brasília, pagos pelos contribuintes. Em um ano os 513 deputados federais brasileiros custam, somados, quase um bilhão de reais aos cidadãos brasileiros. E ainda temos os privilégios dos senadores, dos deputados estaduais, do judiciário e assim por diante. Sem falar que, como se descobre todos os dias pela imprensa nacional, muitos destes “nossos representantes” desviam verbas públicas para benefício próprio, pouco trabalham em prol da sociedade e nem mesmo comparecem às sessões plenárias do Congresso Nacional. A Suécia é um país desenvolvido, exemplo do chamado Estado do Bem-Estar Social. O Brasil, um país subdesenvolvido, sem saúde pública e educação decentes, sem infraestrutura adequada, com reduzida segurança pública etc, onde o povo paga cada vez mais impostos que se destinam, em grande parte, a sustentar tais mordomias.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

(05/06/2015 a 11/06/2015)




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O CUSTO DA IRRESPONSABILIDADE



Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
11/06/2015

Quando a crise econômico-financeira de 2007/08 eclodiu no mundo o capital privado se retirou do cenário de investimentos rapidamente. Para impedir que suas economias parassem, gerando forte desemprego e crises sociais agudas, os governos optaram pela injeção de recursos públicos no mercado. Ocorre que muitos países já se encontravam em situação de crise fiscal, gastando historicamente mais do que arrecadavam. Alguns ultrapassando o teto de 100% do PIB em endividamento público. Tal realidade acabou acelerando as dificuldades, levando esses países a “quebrarem”, caso da Grécia, Espanha, Irlanda, Portugal e outros tantos. O Brasil não escapou desta lógica. Todavia, o problema não é tanto a estratégia usada mas sim sua forma de execução. Para que a mesma dê resultados sem comprometer a economia do país, as vantagens e apoios dados por um lado devem ser compensados com cortes de despesas pelo outro lado. Ora, nosso país não fez isso, assim como a maioria de seus Estados (ver o caso do Rio Grande do Sul). Com isso, citando o presidente do Banco Central brasileiro Alexandre Tombini “...a política fiscal adotada pelo governo federal desde 2008 não apenas foi ineficaz para gerar crescimento, como também comprometeu a economia do país...”(ZH,27/05/2015,p.10). Ou seja, o governo, irresponsavelmente, ignorou as medidas prudenciais a respeito e passou seis anos gastando ainda mais do que podia, diminuindo a arrecadação através de isenções fiscais, não cortando despesas públicas na outra ponta (pelo contrário, as aumentou) etc. Como qualquer ente econômico, uma política suicida deste tipo um dia provoca um estouro nas contas, gerando uma crise ainda maior a que se tentava evitar. É nesse estágio que o Brasil se encontrava ao iniciar 2015. Percebendo o gravíssimo erro cometido, o governo reverte a lógica, procurando restabelecer o ajuste fiscal e recriar os chamados “colchões de proteção fiscais”. Daí o aumento de impostos, os reajustes dos preços administrados, os cortes de crédito, o aumento de juros, o corte no orçamento e outras tantas medidas. Todavia, nem todos ainda aceitam a realidade. Os poderes legislativo e judiciário, por exemplo, continuam gastando e ganhando benesses como se nada houvesse. Nada mais fazem do que infligirem ainda mais custos sobre os cidadãos, chamados a pagar a conta do descalabro público, como sempre nestes casos. A realidade é assustadora? Sim, é e não deve ser ignorada, pois o tamanho do rombo, e as resistências de grupos políticos e sociais às correções, nos indicam que teremos alguns anos de grandes apertos pela frente até os ajustes (que devem ser acompanhados de reformas estruturais) darem resultados adequados. Tudo isso desde que o executivo federal se mantenha no propósito de, finalmente, fazer esse “dever de casa”, não cedendo às pressões contrárias.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

(29/05/2015 a 04/06/2015)




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quarta-feira, 3 de junho de 2015

PIB: O TOMBO CONTINUA



Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
03/06/2015

O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2015 confirmou as expectativas negativas que se tinha sobre o crescimento de nossa economia. O resultado negativo de 0,2% mostra que a economia brasileira está sim em processo de recessão na prática (para o ano todo a projeção é de menos 1,2%, segundo o mercado). Quais são algumas das outras lições que ele nos indica? A primeira é de que não são as medidas adotadas agora que provocaram tal queda, embora restritivas à economia. Nosso PIB vem caindo desde 2011, após o forte aumento fora da curva em 2010 (7,6%). Tanto é verdade que o PIB de 2014 ficou em míseros 0,1% positivo. E isso graças à mudança na metodologia de cálculo e apesar dos enormes e irresponsáveis gastos públicos realizados. Em segundo lugar, as medidas de ajuste fiscal iniciadas agora poderão servir de remédio para o PIB se recuperar já a partir de meados de 2016, embora em um processo lento. Portanto, as mesmas, embora amargas, são necessárias. Em terceiro lugar, os fatores que continuam preocupando, se olharmos num horizonte de médio e longo prazo, são as baixas taxas de poupança e investimento. Isso compromete a possibilidade de um crescimento mais robusto nos anos vindouros. Afinal, sem poupança pouco se consegue de investimentos. E sem investimentos produtivos não há como a economia crescer e gerar empregos sustentáveis. Sobretudo nesse momento em que o acesso a poupança externa continua restrito. A taxa de poupança brasileira está em apenas 16% do PIB, quando o necessário seria algo ao redor de 25%. Já a taxa de investimento está em 19,7% do PIB, quando o necessário, para voltarmos a crescer ao menos 4% ao ano, sem precisar muito de empuxe externo, seria algo em torno de 25% igualmente. E não nos iludamos! Não será um Plano Safra 2015/16 com mais recursos que permitirá resolver o problema, como deixa entender o governo. No estado das coisas atuais, muito do que será anunciado dificilmente chegará até a ponta consumidora efetivamente, sem falar que o mesmo vem com juros mais elevados, especialmente agora que a Selic vem sendo reajustada para cima. Ainda no quesito investimento, o quadro é tão sério que, na comparação com os demais países emergentes, ficamos muito atrás: a China destina 49% de seu PIB para investimentos; a Índia 33%; a Coreia do Sul 29%; o Peru 28%, o Chile 24%; a Rússia 23% e assim por diante. Não é por nada que a indústria brasileira, em tal contexto, amargou uma queda de 3% no primeiro trimestre deste ano e vem acumulando recuos consecutivos nos últimos trimestres. Enfim, continuamos comprometendo a capacidade de crescimento futuro e não podemos esperar que o setor agropecuário “salve” a economia nacional eternamente, mesmo porque ele depende muito de clima, um fator que não dominamos. Assim, mais do que nunca, o PIB anunciado exige reforma fiscal e estrutural, aguda e imediata, se quisermos recuperar a economia e a geração de empregos no Brasil.

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