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segunda-feira, 28 de junho de 2021

MELHOROU OU DESPIOROU? (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Nos últimos três meses o cenário específico da economia mudou. Se evidencia que haverá mais crescimento econômico no mundo. Em contrapartida, haverá também mais inflação sobre os produtos comercializáveis, já que a demanda retoma em meio a uma desorganização das cadeias produtivas devido à pandemia. Neste contexto, os países produtores de commodities, caso do Brasil, se beneficiam da demanda global, pois há um novo ciclo de valorização das mesmas. Mas é importante ressalvar que este movimento de recuperação se deu graças ao estímulo vindo dos Estados e, em algum momento, isso será “desligado”. Aqui no Brasil não é diferente, porém, com algumas especificidades. Dentre elas, o fato de o PIB crescer sem puxar o emprego, pois segmentos mais intensivos em empregos, caso dos serviços, ainda patinam. Por outro lado, para 2022 teremos eleições, as quais devem puxar políticas distributivas que vão aumentar o déficit fiscal. Em assim sendo, somente por volta de 2026 poderemos ter superávit primário e um real alívio econômico. Se é verdade que o sentimento melhorou em relação ao início do ano, também é verdade que é preciso muito cuidado com a falsa sensação de que nossa economia está bem. Melhorou um pouco mas tem muita coisa para ajustar. A começar pela inflação, que não está sendo de curto prazo, impactando nos juros internos. Além disso, parte da melhora se deve ao fato de, na pandemia, ter havido mais compras de bens em substituição ao consumo de serviços. Ora, os bens geram mais impostos do que os serviços. Com isso, a arrecadação melhora e alivia o déficit e, por tabela, a dívida pública, apesar do aumento da Selic. O BACEN fala em normalização parcial, porém, isso parece ser muito otimista. Com a retomada do consumo de serviços, desde que debelada a pandemia, a inflação subirá mais, pois aquela população, que conseguiu fazer poupança na pandemia, irá gastá-la em serviços, invertendo parcialmente o quadro da arrecadação. Desta forma, o “novo normal” na economia, por algum tempo, será com mais inflação e juros maiores. Assim, os problemas estruturais continuam, especialmente na área fiscal, enquanto a agenda social veio para ficar. Diante disso, como fazer uma boa política social, de inclusão e mais justa? Como chegaremos no pós-eleição de 2022?

quinta-feira, 24 de junho de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 18/06/2021 a 24/06/2021


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

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segunda-feira, 21 de junho de 2021

SOJA: A BOLHA ESTOUROU (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Tínhamos uma bolha especulativa em torno das cotações em Chicago. E toda bolha, um dia, estoura. E, quanto “maior a especulação maior o tombo”. E foi isso o que ocorreu no dia 17/06/21. Neste dia, o primeiro mês cotado perdeu US$ 1,20/bushel. A maior perda diária da história deste contrato, pelo menos desde a década de 1970. O bushel fechou o dia em US$ 13,29, após US$ 15,44 na semana anterior e US$ 16,60 no dia 12/05, quando bateu seu recorde de alta nesta nova bolha especulativa. Assim, em uma semana o bushel perdeu US$ 2,15 e em pouco mais de um mês perdeu US$ 3,31. O tombo se deveu a movimentos no setor financeiro e cambial dos EUA, tendo por apoio o clima normal nas regiões produtoras daquele país, a pouca presença chinesa nas compras de soja estadunidense, e o forte recuo das cotações do óleo e farelo. No caso do óleo, o mesmo caiu para 56,57 centavos de dólar por libra-peso no dia 17, contra 72,08 centavos sete dias úteis antes. Já o farelo, que vinha recuando há mais tempo, bateu no seu mais baixo nível desde o dia 14 de outubro do ano passado, atingindo a US$ 361,50/tonelada curta. Como a queda foi muito intensa em pouco tempo, houve uma correção altista nos dias seguintes, com o bushel voltando a US$ 14,15 na segunda-feira (21). Altos e baixos ainda deverão continuar, pelo menos até o início da colheita estadunidense, a partir de setembro, porém, o estouro da bolha pode levar Chicago para um novo patamar, agora mais baixo (entre US$ 12,50 e US$ 13,50/bushel), embora ainda bastante elevado em relação ao nível de US$ 8,71 que estava há um ano. As próximas semanas definirão se ocorrerá esta nova tomada de rumo. Pelo sim ou pelo não, o fato é que esta nova realidade, associada a um câmbio que se instalou, por enquanto, ao redor de R$ 5,05 por dólar, derrubou o preço da soja no país. Aqui no Rio Grande do Sul, a média, que estava em R$ 156,85 um dia antes do choque, recuou para R$ 136,00 logo em seguida. Uma perda ao redor de R$ 11,00/saco em um dia. Além disso, entre o auge da média histórica gaúcha, de pouco mais de R$ 170,00/saco em fins de abril, e o preço obtido após o tombo (menos de dois meses), o recuo é de R$ 34,00/saco. Tudo isso reforça que a melhor estratégia é fazer média de comercialização, balizada no custo de produção. O resto é especulação, tendo na essência um altíssimo risco. 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 11/06/2021 a 17/06/2021


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segunda-feira, 14 de junho de 2021

AINDA SOBRE O PIB (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Nestes dias saiu igualmente o PIB gaúcho para o primeiro trimestre de 2021. Houve crescimento de 5,5% em relação ao primeiro trimestre de 2020, o qual havia sido negativo em 3,3%. Além da base de comparação ser muito baixa, dois outros fatores merecem atenção. O empuxe do setor primário, diante de uma safra cheia e preços recordes das commodities de exportação, em especial a soja e as carnes. E a performance da indústria, especialmente a exportadora, na medida que o câmbio puxou os preços em reais para cima, gerando mais renda bruta. Quanto ao PIB do Brasil, além do já comentado na coluna passada, deve-se complementar que o consumo das famílias veio fraco, pois neste período não houve auxílio emergencial; que os investimentos cresceram bem, porém, muito devido a plataformas de petróleo antigas que foram ali computadas (tirando isso o mesmo fica bem menor); e a alta dos estoques. Isso significa que o 1,2% de crescimento não permite euforia. Além disso, o PIB cresce, porém, não puxa o emprego. Porque o PIB do setor de serviços cresceu muito pouco, sendo o mais atingido pela pandemia. E esse é o setor que gera mais empregos. Assim, segmentos mais intensivos em empregos, caso dos serviços, ainda patinam. Desta forma, ficamos diante de uma contradição importante: a economia começa a voltar ao estágio anterior, o que é positivo embora insuficiente, porém, o desemprego continua crescendo; a fome aumentou enormemente no país; a inflação dispara; os juros começam a subir para segurá-la, fato que tende a frear a recuperação econômica logo adiante; e muitas empresas e empregos não voltarão mais ao mercado. É esse conjunto de fatos e situações que exigem ainda muita cautela nas expectativas futuras de PIB. Neste contexto, o pior parece ter passado (embora isso ainda dependa da pandemia e da vacinação). Estamos, agora, em um processo de transição, por enquanto apenas voltando ao lugar em que estávamos. O grande desafio é fazer esta transição o melhor possível, tendo no horizonte um ano de 2022 que será tomado pelas questões eleitorais, as quais geralmente geram medidas populistas que irão cobrar seu preço no futuro. Enfim, os PIBs vieram bons, superando expectativas, mas a análise aprofundada dos mesmos nos obriga a alertar para a falsa sensação de que estamos bem, pois não é o caso, já que há muita coisa ainda a ajustar. 

quinta-feira, 10 de junho de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

  04/06/2021 a 10/06/2021


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segunda-feira, 7 de junho de 2021

PIB: DA BOA SURPRESA AO REALISMO (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O surpreendente PIB do primeiro trimestre de 2021 coloca a economia brasileira, provisoriamente, no ponto pré-pandêmico, indicando uma recuperação mais rápida do que se esperava. Agora, os mais otimistas chegam a projetar 5% de PIB no final do ano. Dentre os indicativos favoráveis, que vieram no trimestre, está o crescimento dos investimentos (FBCF), o qual ficou em 4,6%, acumulando 17% em comparação com o primeiro trimestre de 2020. Investimento, em princípio, indica melhoria da capacidade de crescimento no futuro. Dito isso, a realidade obriga mais cautela com as projeções. Nesta lógica, a possibilidade de um crescimento total no ano ao redor de 3% é mais realista. Isso porque ainda temos presente a pandemia em nosso meio, com um processo de vacinação muito lento. Todavia, mesmo que a sociedade já esteja absorvendo como natural os riscos sanitários, potencializando novos “fechamentos econômicos”, como já temos em partes do Brasil, parece difícil voltarmos à situação extrema de 2020. Mas ainda estamos longe da normalidade. Tanto é verdade que a inadimplência dos brasileiros voltou a subir, atingindo a 39,5% da população adulta, o desemprego continua crescendo segundo a Pnad-Contínua, e estamos com uma base de comparação muito baixa. Pelo sim ou pelo não, se terminarmos o ano com 3% de PIB, ainda não recuperaremos as perdas de 2020. Se conseguirmos atingir a 5%, eliminaremos as perdas do ano passado, porém, no máximo estaremos nos reaproximando do ritmo baixíssimo dos três anos anteriores (1,2% ao ano na média). Por outro lado, é importante observar que nos últimos três trimestres estamos crescendo em ritmo cada vez menor, tendência que deverá continuar. No terceiro trimestre de 2020, quando a economia começou a reagir, crescemos 7,8% sobre o trimestre anterior, no quarto trimestre 3,2% e agora 1,2%. Ou seja, na comparação de 12 meses atrás, a recuperação surpreende mais pelo inesperado do que pela performance. Isso significa que a economia perde tração. Afinal, voltar ao nível anterior de atividade é uma coisa, crescer é outra. Por enquanto, na melhor das hipóteses, estamos voltando ao nível anterior, largamente insuficiente. Mas não deixa de ser um passo, diante dos estragos pandêmicos e de gestão pública vividos neste país.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 28/05/2021 a 03/06/2021


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