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segunda-feira, 28 de novembro de 2022

É PRECISO DEFINIÇÃO, E ACERTADA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Diante dos imensos desafios fiscais e de uma dívida pública que bate em 1,1 trilhão de dólares, o governo eleito não pode continuar a manter suspense na escolha de sua equipe econômica. E se a escolha não for responsável, em relação ao déficit fiscal, continuaremos a assistir esta volatilidade do mercado, com aumento da desvalorização do Real, recuo da Bolsa e pressões inflacionárias novamente presentes. É um erro querer enfrentar o mercado. Afinal, é este mercado, quer queiramos ou não, que financia a dívida pública crescente, através da compra de títulos públicos. Uma dívida pública que, por mais necessárias sejam as medidas sociais, precisa ser administrada corretamente, cortando despesas de um lado e gerando receitas de outro, lá onde é possível. Inclusive realizando as reformas estruturais que estão paradas. Caso contrário, a inflação retorna com força, sem nem mesmo ter voltado à meta (a inflação média da cesta básica no Brasil, para 12 meses, fechou outubro em 16,17%, enquanto a oficial está em 6,47%). Não é por nada que o presidente do Banco Central indica que, em tal contexto (boa parte também gerado pela herança que vem sendo deixada pelo governo Bolsonaro), o juro básico volte a subir. Já se avança 15% de Selic para 2023 diante das incertezas existentes. Ora, se isso segura a inflação, também freia o pouco de crescimento econômico que se espera para o próximo ano. Hoje, um PIB entre 0% e 1% para 2023 é o que se desenha. Algo insustentável para um país que, em outubro, bateu um recorde de famílias inadimplentes, com 30,3% do total, enquanto o endividamento atinge 79,3% das mesmas. No Rio Grande do Sul, são 36,8% em situação de inadimplência. Isso explica que os saques na caderneta de poupança têm superado os depósitos. Nos 10 primeiros meses do ano, as retiradas geraram um saldo negativo de R$ 102,1 bilhões na poupança nacional, quase o dobro do ocorrido em 2015, pior ano até então na série histórica. Diante de uma renda muito baixa, as famílias têm consumido o pouco de poupança que possuem. E aumentar o rombo fiscal piora este quadro geral, o que atinge especialmente os mais necessitados, justamente a quem as medidas sociais visam favorecer. Sem falar que, um tal descuido, tende a levar a dívida pública para 95% do PIB no final do próximo governo, contra os já preocupantes 77% atuais. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 18/11/2022 a 24/11/2022


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A RETOMADA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O atual governo brasileiro praticamente ignorou as relações exteriores, deixando nosso país à margem das grandes negociações internacionais. O anti-globalismo foi a tônica, o que causou enormes prejuízos ao Brasil. Está mais do que na hora de reverter este quadro. Pelo menos é o que acena o novo presidente eleito. E no bojo deste contexto, reativar o Mercosul e as relações com o conjunto da América do Sul é fundamental. Geopoliticamente o Brasil tem uma vocação de liderança regional e jamais deve perdê-la, pois a mesma é o trampolim para uma melhor presença internacional. Especialmente agora que o cenário mundial está em franca modificação (possível retrocesso em algumas cadeias produtivas globais, o que poderia ser uma oportunidade para novos investimentos na região; volta de políticas protecionistas e amplo uso de subsídios pelos Estados Unidos e União Europeia na promoção de setores de novas tecnologias; reprodução da disputa entre Estados Unidos e União Europeia de um lado e China de outro na região sul-americana, como mostrou o caso do 5G com a Huawei; e recentes notícias sobre a preocupação da União Europeia em retomar o acordo com o Mercosul para deter o avanço da China nos mercados da região). E há, também, o lado comercial. Nos primeiros sete meses de 2022, a participação da América do Sul, nas exportações brasileiras, chegou a 12,8% do total, ficando em terceiro lugar, atrás da China, com 28,4% e da União Europeia, com 15,2%, e superando os EUA, que representaram 10,8% do total. Já na comparação com o mesmo período de 2021, a América do Sul registrou o maior crescimento, tanto em volume quanto em valor. Somente para a Argentina nossas vendas externas cresceram 14% e 34% respectivamente, enquanto para os demais países da América do Sul o crescimento foi de 14,3% e 42%, superando de longe a China (respectivamente -0,2% e -12,8%) e os EUA (3% e 27,8%), mas também a União Europeia, cujo crescimento foi de respectivos 12% e 40,6%. Enfim, nosso superávit comercial, entre janeiro e julho de 2022, foi de US$ 22 bilhões com a China; US$ 8 bilhões com a América do Sul; e US$ 5 bilhões com a União Europeia, havendo um déficit de US$ 9 bilhões com os EUA. Retomar as atenções para com a região, portanto, se impõe. (cf. Conjuntura Econômica, FGV, set/22)

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 11/11/2022 a 17/11/2022


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

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segunda-feira, 14 de novembro de 2022

ACENOS PREOCUPANTES E A REALIDADE (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Após o atual governo gastar acima de R$ 400 bilhões em 2022, indo muito além do projetado orçamentariamente, devido a interesses eleitoreiros, o governo eleito já negocia uma PEC que permitiria, para dar conta de promessas de campanha, um gasto adicional público de algo em torno de R$ 175 bilhões. Tais movimentos, embora muitas vezes socialmente necessários, não coadunam com a urgência do ajuste fiscal que o país precisa. Não é por nada que o câmbio, no Brasil, fechou a primeira quinzena de novembro muito próximo a R$ 5,40 quando, após os resultados da eleição, tenha chegado a R$ 5,05. Preocupa igualmente, a partir da formação das diferentes equipes de transição do governo eleito, a presença de economistas “desenvolvimentistas” com histórico de pouca atenção com o gasto público. Tudo isso faz o mercado rever posições e, ao invés do Lula I, imaginar como possível o retorno do Lula II, o qual deixou como herança as bases para a recessão econômica que se viu mais adiante, em 2015 e 2016. Pelo sim ou pelo não, o fato é que, com sabedoria, é possível se chegar a um déficit fiscal neutro em 2023 (sem aumento) e, até, um pouco mais reduzido. Para tanto, a carga tributária terá que aumentar, além de certos cortes em despesas públicas. A questão, como sempre, será: quem irá pagar esta conta? Mais precisamente, que segmentos da sociedade irão pagar a conta destes movimentos necessários? A classe média e os mais pobres, como tem sido à tônica, ou as classes mais abastadas? Lembrando que o debate sobre a política fiscal não se limita a se gastar mais ou menos, e sim como se gastar melhor e de forma eficiente, algo que pouco se fez nos últimos governos, incluindo o atual. O fato é que o governo não pode continuar a gastar sem responsabilidade fiscal, pois isso vem comprometendo as poucas políticas de ajuste de longo prazo que ainda existem. Afinal, se a economia está tão bem, segundo o atual governo, porque gastar o que se gastou, comprometendo sobremaneira o quadro fiscal, com medidas de estímulo de curto prazo? Mais uma vez volta-se ao debate: se a economia está bem, o está para quem? O resultado das urnas, quer gostemos ou não, assim como as manifestações pós-eleições, oferecem uma boa resposta para quem analisa os fatos com racionalidade, sem radicalismos ideológicos. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 04/11/2022 a 10/11/2022


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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

A CONTA DAS PROMESSAS ELEITORAIS (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A história nos mostra, e nossos comentários nas últimas semanas alertaram, quanto a conta que o país teria que arcar quando as promessas eleitorais, qualquer que fosse o candidato eleito ao governo brasileiro, tivessem que ser postas em prática. A outra opção seria não as cumprir. O candidato agora eleito, diante da necessidade social da maioria dos brasileiros, e não desejando iniciar seu governo praticando um “calote eleitoral”, se vê, hoje, às voltas com uma delicada costura para iniciar o mandato com, pelo menos, o encaminhamento de algumas dessas promessas. Particularmente visando manter o Auxílio Brasil em R$ 600,00 mensais e corrigir o salário mínimo pela nova sistemática desejada (a inflação do ano anterior, mais a média do PIB dos últimos cinco ou seis anos). Neste último caso, para o primeiro ano (2023), haveria um ganho real deste salário entre 1,3% e 1,4%. Isso será possível desde que a inflação oficial do ano 2022 vier 1,3 ponto percentual abaixo de 7,5%, valor aproximado que está previsto no Orçamento. Além disso, acaba ajudando muito o pífio crescimento econômico que o país tem nos últimos anos. O problema será os anos seguintes. Quanto ao Auxílio Brasil, que no orçamento para 2023 está projetado em torno de R$ 400,00, não há alternativa senão furar o teto de gastos, algo que já está em discussão na atual transição de governo. Fica evidente que uma nova âncora ao gasto público precisa ser criada rapidamente, mais eficaz que o teto de gastos, já totalmente desgastado pelo atual governo. Mas o desafio é ainda maior: para cumprir as promessas eleitorais, que são muitas, o novo governo terá que reduzir despesas na outra ponta e/ou aumentar as receitas. Neste segundo caso, se não optar pelo caminho mais fácil, que é aumentar impostos, terá que trabalhar fundo para recuperar a receita via maior crescimento da economia. E isso não será simples de fazê-lo, lembrando que o mundo sinaliza uma nova recessão geral no horizonte. Além disso, reformas tributária e administrativa, muito bem-feitas, se tornam urgentes. Mesmo assim, em acertando tudo isso, talvez somente em 2024 haja uma melhoria no quadro fiscal e de outros indicadores econômicos. O risco de derrapagem é enorme, o que exigirá uma equipe econômica de grande habilidade, e que não caia na tentação “desenvolvimentista intervencionista”. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 28/10/2022 a 03/11/2022


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