Após o atual governo gastar acima de R$ 400 bilhões em 2022, indo muito além do projetado orçamentariamente, devido a interesses eleitoreiros, o governo eleito já negocia uma PEC que permitiria, para dar conta de promessas de campanha, um gasto adicional público de algo em torno de R$ 175 bilhões. Tais movimentos, embora muitas vezes socialmente necessários, não coadunam com a urgência do ajuste fiscal que o país precisa. Não é por nada que o câmbio, no Brasil, fechou a primeira quinzena de novembro muito próximo a R$ 5,40 quando, após os resultados da eleição, tenha chegado a R$ 5,05. Preocupa igualmente, a partir da formação das diferentes equipes de transição do governo eleito, a presença de economistas “desenvolvimentistas” com histórico de pouca atenção com o gasto público. Tudo isso faz o mercado rever posições e, ao invés do Lula I, imaginar como possível o retorno do Lula II, o qual deixou como herança as bases para a recessão econômica que se viu mais adiante, em 2015 e 2016. Pelo sim ou pelo não, o fato é que, com sabedoria, é possível se chegar a um déficit fiscal neutro em 2023 (sem aumento) e, até, um pouco mais reduzido. Para tanto, a carga tributária terá que aumentar, além de certos cortes em despesas públicas. A questão, como sempre, será: quem irá pagar esta conta? Mais precisamente, que segmentos da sociedade irão pagar a conta destes movimentos necessários? A classe média e os mais pobres, como tem sido à tônica, ou as classes mais abastadas? Lembrando que o debate sobre a política fiscal não se limita a se gastar mais ou menos, e sim como se gastar melhor e de forma eficiente, algo que pouco se fez nos últimos governos, incluindo o atual. O fato é que o governo não pode continuar a gastar sem responsabilidade fiscal, pois isso vem comprometendo as poucas políticas de ajuste de longo prazo que ainda existem. Afinal, se a economia está tão bem, segundo o atual governo, porque gastar o que se gastou, comprometendo sobremaneira o quadro fiscal, com medidas de estímulo de curto prazo? Mais uma vez volta-se ao debate: se a economia está bem, o está para quem? O resultado das urnas, quer gostemos ou não, assim como as manifestações pós-eleições, oferecem uma boa resposta para quem analisa os fatos com racionalidade, sem radicalismos ideológicos.
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