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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

26/10/2018 a 01/11/2018)



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AO TRABALHO!


 Argemiro Luís Brum
01/11/2018

O Brasil terá um novo presidente da República, e governo, a partir de 1º de janeiro próximo. Jair Bolsonaro foi eleito democraticamente, em um pleito eivado de notícias duvidosas (muitas falsas) nas redes sociais, fato que evidenciou o nível de boa parte de nossos cidadãos. Espera-se que saiba praticar a democracia em seu mandato respeitando as diferenças de ideias. Que deixe de lado seu estilo belicoso, que chancelou à muitos de seus seguidores a ideia de que “agora tudo se pode”, e assuma a postura de dirigente de todos os brasileiros, com a capacidade de saber ouvir as críticas que naturalmente virão. Aos críticos, que saibam realizar críticas construtivas, mesmo que eventualmente duras. E que o Brasil, dividido que saiu desta eleição, seja pacificado, deixando de lado o radicalismo, em busca de um objetivo comum: recuperar o país, especialmente no que diz respeito à economia, à ética política, à honestidade (particularmente com o dinheiro público), ao respeito das diferenças em geral, ao reforço das instituições e à redução das desigualdades. A partir de agora é preciso mostrar “serviço” na prática e nesta direção. A começar pela escolha das pessoas que comporão o governo. Precisamos de um governo firme, sábio e ágil. Imagem que, na campanha eleitoral, Bolsonaro não conseguiu passar aos brasileiros e ao mundo (a revista The Economist, em uma de suas capas, chegou a apresentá-lo como “a nova ameaça da América Latina”). É chegado o momento de se deixar para trás os ranços políticos e ideológicos e dar início a um trabalho imenso, que tire o país do marasmo em que foi colocado nesta última década. Fazer isso lembrando que pouco mais da metade dos eleitores não o avalizou (os votos ao candidato derrotado, mais os votos brancos e nulos, somam 50,13%). Além disso, boa parte dos eleitores que o escolheram exerceram um voto antipetismo e não em favor de seu nome. Mesmo assim, com trabalho sério, profissional e honesto é possível fazer muita coisa positiva. É o mínimo que se espera do novo governo, diante da realidade nacional. Especificamente no que diz respeito à economia, este novo governo pega um país imerso em enormes dificuldades, saindo lentamente de uma das piores recessões de sua história, com um desemprego que atinge 11,9% da população ativa, com um rombo fiscal crescente e insustentável, com necessidade de reformas estruturais fundamentais, as quais vêm sendo adiadas há anos, e com um fazer político clientelista, pouco interessado no conjunto da sociedade e sim defendendo apenas seus interesses individuais. Diante de tal quadro, não há mágica e, se imaginam soluções imediatas, os brasileiros rapidamente se decepcionarão. Todavia, em não surgindo logo movimentos consistentes na direção de combater a crise, a mesma continuará e piorará. Portanto, ao trabalho, pois o tempo e os anseios sociais urgem!  

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

19/10/2018 a 25/10/2018)



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OBSERVAÇÕES PÓS-1º TURNO ELEITORAL (Final)


 Argemiro Luís Brum
25/10/2018

Para sairmos do buraco onde fomos colocados é preciso: uma liderança determinada por parte do presidente eleito; uma forte coalizão no Congresso; um grande e persistente esforço de comunicação e convencimento da sociedade sobre a necessidade das reformas. O desafio é imenso e, sim, infelizmente existe a possibilidade de que o próximo governo, qualquer que seja ele, não arrume as contas públicas, fato que elevará ainda mais a dívida pública, sendo motor de inflação e outros descontroles. O impacto na economia será tanto maior quanto maior for a percepção do mercado de que o novo governo não fará ou conseguirá fazer o ajuste fiscal e as reformas estruturais necessárias para restaurar os fundamentos de nossa economia. É apenas através desse movimento que poderemos reduzir a pobreza e a desigualdade entre os brasileiros, situação fundamental para a economia reagir. Hoje, 35% dos brasileiros possuem renda insuficiente para pagar as contas em dia. Outros 46% dos consumidores informam que, embora não falte dinheiro, nada sobra com a renda que possuem. Ou seja, são 81% dos brasileiros incapacitados de gerar um consumo que alavanque a economia de forma sustentável. Não é por nada que recente estudo da FGV nos mostra que no final do 2º trimestre de 2018 havia 23,3 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza em nosso país, com rendimentos inferiores a R$ 232,00 por mês, representando 11,2% da população. O estudo revela ainda que a miséria, nos últimos quatro anos, resultado de políticas econômicas desastrosas na última década, subiu 33% no país. No período da forte recessão (final de 2014 até meados de 2016), ápice do desastre econômico, a renda média dos brasileiros recuou para os níveis de 2012, enquanto o bem-estar social caiu 10,6%. Se, de lá para cá, a renda recuperou 40% do que havia perdido, em termos de bem-estar geral da Nação nada ocorreu. E o efeito do empobrecimento brasileiro é ainda mais dramático entre os jovens (-20,1% entre 15 e 19 anos e -13,9% entre 20 e 24 anos). Em conclusão podemos dizer que: 1) se o próximo governo não conseguir fazer as medidas que estabilizem e reduzam a dívida pública, entregará o poder em 2022, com uma economia pior do que está hoje; 2) se, ao contrário, conseguir realizar os ajustes, mesmo que não sejam completos, a economia poderá voltar a crescer 3% ao ano e teremos um respiro temporário, chegando a 2022 com um caminho melhor; 3) os dois candidatos eleitos para o 2º Turno presidencial não oferecem segurança em suas propostas político-econômicas, por enquanto, de conseguirmos espaço para melhorarmos o quadro econômico-social do país; 4) resta esperar que a prática de quem será eleito nos prove o contrário, para o bem do país.

domingo, 21 de outubro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

12/10/2018 a 18/10/2018)



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OBSERVAÇÕES PÓS-1º TURNO ELEITORAL (II)


Argemiro Luís Brum
18/10/2018

Dando continuidade ao comentário passado, o problema central é que, de 2015 para cá, o Brasil quebrou e deve continuar assim pelos próximos anos. Seja quem for o governo eleito o mesmo não terá dinheiro para nada. Neste contexto, vale alertar que o governo Temer deixará um orçamento engessado e já estourado, sendo que 92% do mesmo estará comprometido com gastos obrigatórios, quase todos na direção de manter a máquina pública que aí está. Assim, para a frustração geral, as coisas podem continuar piorando. Para escaparmos de um novo fracasso econômico e evitarmos uma segunda década perdida na sequência, o governo eleito precisará otimizar o desempenho educacional; elevar a taxa de poupança; aumentar os investimentos produtivos; e reduzir os gastos públicos ao necessário (reformas). Ou seja, realizar um imprescindível ajuste fiscal já no início do novo mandato presidencial, pois para criarmos uma trajetória de crescimento sustentável as contas públicas devem estar equilibradas. Precisamos de um superávit primário anual de no mínimo 3% do PIB. Sem isso não haverá equilíbrio macroeconômico. Hoje existem as condições mínimas para realizá-lo (inflação dentro da meta; juro básico reduzido; reservas cambiais confortáveis...), porém, a questão, mais uma vez, é se o governo eleito terá capacidade para isso. Se não fizermos o ajuste, teremos de volta a inflação, a disparada dos juros, o aumento do risco país, a desvalorização ainda maior do real, a perda de credibilidade e de crédito, e uma forte instabilidade política. E não há segredo! O ajuste passará pelo aumento de impostos (aonde?) e pela contenção de gastos públicos (aonde?). Nesse ponto, o que irá decidir muito é a coalizão governamental para que se aprovem as reformas (a capacidade de o presidente eleito convencer o Congresso). Tudo isso em um ambiente onde a PEC do Gasto Público está comprometida, pois as reformas estruturais não aconteceram, e o choque, agora, terá que ser mais duro e imediato. Não há espaço para um ajuste gradual. Os primeiros 100 dias do novo governo devem ser de choques intensos se o mesmo quiser avançar na agenda. O problema é que o Estado brasileiro está extremamente vulnerável a grupos de interesse que não estão preocupados com o ajuste fiscal e em organizar o ambiente de negócios. O objetivo é sempre atender suas demandas específicas às custas do restante da sociedade. E as eleições atuais nos diferentes níveis não parecem ter alterado tal quadro, apesar da clara e correta indignação popular contra a corrupção. Para piorar, grande parte da sociedade brasileira não consegue fazer uma relação entre o aumento do gasto público e o desastre econômico do período recente. Tanto é que cada grupo procura proteger seus recursos às custas do restante da sociedade. Não é esse, e jamais foi, o caminho para um crescimento e desenvolvimento econômico sustentável. (segue)


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

05/10/2018 a 11/10/2018)



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OBSERVAÇÕES PÓS-1º TURNO ELEITORAL (I)


Argemiro Luís Brum
11/10/2018

Como já é sabido há meses, o andar de nossa economia depende do novo governo a ser eleito. Ora, o resultado do primeiro turno deixa preocupações neste sentido, pois nenhum dos dois candidatos eleitos para o segundo turno oferece confiança quanto a possibilidade de ajustar a economia brasileira. Aliás, o debate em torno de ideias econômicas praticamente não existiu. Na verdade, estamos diante de uma eleição onde votamos muito mais levados pela emoção e bem menos com a razão. O “eles contra nós” ou o “nós contra eles” prevaleceu. Diante disso, o país claramente cristalizou uma divisão de forças e interesses onde é concreta a possibilidade de o governo eleito não conseguir fazer o que é necessário economicamente. Sem falar que o Congresso Nacional eleito ficou extremamente fragmentado, tornando a tarefa presidencial ainda mais difícil. E, para piorar o quadro, os dois candidatos que sobraram possuem um claro viés populista, com forte dose de demagogia, o que jamais foi bom conselheiro. A seguir, e nas próximas duas colunas, procuraremos fundamentar esta nossa preocupação. Um breve resumo dos últimos 11 anos nos mostra claramente o imenso desafio que o novo governo terá pela frente.  A partir de 2007 (Lula II) se tentou colocar em prática um contrato social que tinha como base a construção no Brasil de um Estado de Bem-Estar social de padrão europeu. Uma ideia boa, porém, de execução desastrosa, gerando uma profunda crise fiscal. Tanto é verdade que entre 1992 e 2014 o gasto público superou a expansão do PIB, saindo de 11% para quase 20%, sendo que nos últimos anos o mesmo foi na direção basicamente de manter uma máquina pública inchada e ineficiente. O cenário se agravou sobremaneira a partir de 2012 quando o crescimento na arrecadação de impostos e contribuições ficou igual à expansão do PIB. A partir daí começamos a gerar o buraco fiscal que não para de crescer. Assim, entre 2008 e 2014 o país saiu de um superávit primário de 3,5% do PIB para um déficit de 1,5% do PIB. Uma enorme piora fiscal de cinco pontos percentuais. Uma situação agravada pela aplicação de uma agenda de governo intervencionista ou nacional-desenvolvimentista (forte presença do Estado na economia com gastos públicos ilimitados).  Há consciência de que isso tudo deve ser corrigido, porém, isto tende a não mudar nos próximos quatro anos, salvo se o candidato eleito conseguir superar o racha político/ideológico oriundo destas eleições e colocar em prática uma equipe econômica responsável com as reformas. O problema será, como sempre, convencer o Congresso Nacional e a sociedade de que isso é imprescindível. Assim, é grande o risco de repetirmos a receita fracassada, qualquer que seja o governo eleito, salvo surpresas. (segue)


sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

28/09/2018 a 04/10/2018)



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MUITO ALÉM DE UM LITÍGIO COMERCIAL


Argemiro Luís Brum
04/10/2018

A partir de março passado o mundo assiste a um confronto entre EUA e China. Na ponta do iceberg aparece a disputa comercial entre os dois países, com os EUA avançando tarifas alfandegárias sobre um grande número de produtos chineses, e a China, em represália, realizando o mesmo sobre produtos estadunidenses, inclusive a soja. Nos últimos dias de setembro tal conflito recrudesceu quando os EUA passaram a taxar em 10% mais US$ 200 bilhões de produtos chineses, indicando que tal tarifa passará a 25% a contar de 1º de janeiro próximo. Um litígio desta envergadura atinge ao mundo inteiro. Entretanto, isto não preocupa os EUA, pois seu objetivo vai muito além. Trata-se de uma estratégia para impedir a ascensão da China como potência global, freando o seu atual desenvolvimento. Pode ser o início de uma longa luta pelo domínio global. O objetivo central dos EUA é frear a investida chinesa de colocar em prática o seu programa de metas “Made in China 2025”. Um projeto lançado em 2015 que traça diretrizes para colocar a China entre os líderes industriais em 10 setores considerados estratégicos para a dominância econômica e geopolítica nas próximas décadas, sendo que 70% do conteúdo dos bens produzidos nos segmentos escolhidos devem ser fabricados dentro do país. Um fator, pela dimensão da economia chinesa, que causaria desestabilização global. Ora, o conflito entre as duas maiores economias do mundo se constitui em um ataque direto ao sistema multilateral. Se antes a disputa comercial se concentrava no câmbio, agora envolve um questionamento da validade de todo o sistema multilateral de comércio, uma descrença nas organizações internacionais, particularmente a OMC, mas também OCDE e o G20. Mas há igualmente a questão militar: a China está se armando, e estaria desenvolvendo ativamente bombardeiros de longo alcance e provavelmente treinando pilotos para missões direcionadas aos EUA. Ou seja, esta realidade EUA x China é um dos temas mais importantes em termos de geopolítica nesta segunda década do século XXI. Se, por um lado, a ação dos EUA vai além de uma simples resposta às pressões protecionistas das indústrias estadunidenses, incomodadas com a competição chinesa, se constituindo em uma “tentativa de resistência” ao avanço da China em seu processo de internacionalização, por outro lado, o que está em jogo é como organizar “uma nova ordem comercial”, com a presença de um novo ator com poder econômico e militar e que não adere totalmente aos princípios que as grandes economias ocidentais e mais o Japão entendem como a ordem liberal a ser preservada (cf. Conjuntura Econômica, FGV, maio/18, p.48-49). O balanço final deste conflito não será positivo para o mundo. No Brasil, às vésperas das eleições presidenciais, infelizmente nossos candidatos parecem também desconhecer este tema.
  

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