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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

20/09/2019 a 26/09/2019)



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ECONOMIA: REALIDADE E REAÇÕES (Final)


Argemiro Luís Brum
26/09/2019


Quais são as principais reações do governo à crise nacional e que resultados podemos delas esperar? Na prática o governo ataca as questões estruturais, visando eliminar o déficit público (o mesmo está programado para atingir R$ 139 bilhões em 2019), através de reformas tais como a previdenciária, a trabalhista, a tributária e, mais recentemente, começa a discutir uma real reforma administrativa. Esta última é urgente, pois não é possível continuar comprometendo 94% do orçamento com despesas obrigatórias (a maior parte com pagamento de pessoal e aposentadorias do setor público). Pela primeira vez, de forma mais objetiva, se cogita reduzir tais despesas, através de uma alteração na Constituição. Assim, os ajustes estruturais que a atual equipe econômica implementa, embora longe de serem completos, estão no caminho certo, mesmo que privilégios, infelizmente, sejam mantidos para alguns segmentos sociais (a reforma tributária não irá contemplar uma redução da carga de impostos sobre a Nação, e muito menos redistribuir melhor a renda, o que seria um verdadeiro impulso ao consumo tão necessário, pois o Estado não pode prescindir de arrecadar para poder fechar a conta pública pelos próximos anos, sem falar na questão previdenciária). Em paralelo a isso, o Estado deve se manter fiel ao teto dos gastos públicos e procurar não desrespeitar a “regra de ouro” (se endividar para pagar despesas correntes), algo que já o fez em 2019 e cogita fazê-lo em 2020 para manter a máquina pública funcionando. Enquanto trabalha tais medidas, o governo corta nas chamadas despesas “não-obrigatórias” (nos 6% restantes). Isso pode ser feito, mas com muito cuidado, pois o corte nestas áreas (investimentos, infraestrutura, educação, saúde...). tende a comprometer a retomada econômica e os próximos 30 anos da Nação. Assim, neste caso, a melhor estratégia é um choque de gestão, onde se gaste melhor o dinheiro público disponível enquanto as medidas estruturais são implantadas. Isso porque os brasileiros, dado o tamanho da crise que resultou de más gestões passadas, não podem mais esperar. É preciso superar o fato de que, por exemplo, a indústria brasileira opera hoje no mesmo patamar de janeiro de 2009, ou seja, no nível de 10 anos atrás. Dito de outra forma, o que a indústria produz hoje é suficiente para atender a demanda existente 10 anos atrás. E o quadro econômico só não explodiu completamente, com disparada inflacionária, ainda maior desvalorização do Real, aumento do juro básico e desestruturação da economia porque nossa demanda se encontra com um poder aquisitivo igualmente semelhante ao de 10 anos atrás. Como será quando viermos a nos recuperar, aumentando a demanda, e nos depararmos com a falta de infraestrutura, educação e saúde suficientes, por estarmos, hoje, cortando investimentos nestas áreas? 

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

13/09/2019 a 19/09/2019)



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terça-feira, 17 de setembro de 2019

ECONOMIA: REALIDADE E REAÇÕES (II)


Argemiro Luís Brum
19/09/2019

Na sequência do comentário da semana passada, vale ainda destacar que nossa economia se mantém estagnada, praticamente no fundo do poço pós-recessão, porque o consumo não cresce. A política anterior, de estimular o mesmo a qualquer custo, sem que houvesse uma cultura financeira junto à população, nos trouxe a uma realidade onde 64% das famílias brasileiras se encontram endividadas (maior nível desde julho de 2013), sendo que 78,8% destas dívidas estão no cartão de crédito, instrumento que cobra juros anuais ao redor de 300% em caso de atraso no pagamento da fatura. E por falar em atraso de pagamento, o Brasil registrou um crescimento de 9% neste quesito, apenas no primeiro semestre deste ano, atingindo a 41% da população adulta inadimplente (62,6 milhões de brasileiros). No Rio Grande do Sul, por exemplo, a renda do trabalhador segue no mesmo nível de 2014. Dito de outra forma, entre o segundo trimestre de 2014 e o segundo trimestre de 2019 a renda média do trabalhador gaúcho aumentou míseros R$ 21,00 ou 0,8% em cinco anos. Como esperar que o consumo puxe o crescimento econômico com tal realidade? Enfim, para completar o quadro, as relações comerciais internacionais sofrem com a postura desastrada do executivo, assim como com a freada da economia mundial, fato que nos leva a exportarmos menos (em valor, o Brasil exportou 5,1% menos neste ano – até o final da primeira semana de setembro – em relação a igual período do ano passado, sendo que o saldo positivo recuou 12,1% na mesma comparação), lembrando que um terço de nosso PIB depende do comércio exterior. Resultado de toda esta realidade: o país parou nestes últimos quase 10 anos e sua recuperação está sendo muito mais lenta do que a maioria imaginava, com o risco de não se consolidar. Os recentes soluços positivos, caso do PIB de 0,4% no segundo trimestre do corrente ano, ainda são insuficientes para se cravar uma tendência. Por enquanto se tem a continuidade de um cenário de estagnação pós-recessão o que, para alguns economistas, já caracteriza uma depressão econômica, pois há quase seis anos estamos ou em recessão ou em estagnação. Mas a equipe econômica, nestes oito primeiros meses de novo mandato reage, inclusive com algum apoio do Congresso Nacional. Quais são suas principais reações e que resultados podemos delas esperar? De forma geral, as reformas tendem, se bem realizadas, a gerar um ambiente favorável na economia no longo prazo. Todavia, não resolvem os problemas imediatos do país, que precisam ser atacados de forma pontual e eficiente, a partir de um Estado organizado, algo que ainda está longe de existir. (segue)


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

06/09/2019 a 12/09/2019)



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ECONOMIA: REALIDADE E REAÇÕES (I)


Argemiro Luís Brum
12/09/2019

Entre 2007 e 2016 os governos brasileiros insistiram em uma política econômica centrada no Estado como “alavancador” do crescimento, através da máxima de que “o gasto público, para isso, deve ser ilimitado”. Ao mesmo tempo, descuidaram-se do tripé de sustentação da estabilidade econômica (meta inflacionária, câmbio flutuante e superávit primário). Alertamos durante todo o período que, se os motivos para alavancar o crescimento eram bons, a execução se mostrava desastrosa. Destacávamos que o risco de inviabilizar o Estado, e com ele piorar o quadro econômico, era enorme. E, caso chegássemos a tal situação, a recuperação da economia exigiria, inclusive, cortes pesados nas áreas sociais, além de outras (educação, saúde, segurança, infraestrutura, investimentos...). Pois chegamos a este estágio. Hoje, a ideia é recolocar o país nos trilhos do crescimento necessário, após 10 anos de desastrada gestão econômica (do segundo mandato de Lula ao final do governo Temer). Lembrando que os constantes casos de corrupção, nesse período, pioraram ainda mais o quadro. Hoje, a realidade econômica pode ser assim resumida: o país caminha para o terceiro ano consecutivo, após a recessão, com um crescimento pífio, ao redor de 1% ao ano, quando precisamos voltar a crescer, pelo menos, 4% ao ano; a situação é tão séria que estudos divulgados pela FGV apontam que em 2020 (cujo crescimento já está sendo revisado de 2,5% para 1,5%), fecharemos a pior década econômica do país nos últimos 120 anos, com um crescimento médio de 0,6%, piorando de longe a década perdida ocorrida entre 1982 e 1992; com isso, o desemprego continua elevado, atingindo entre 11,5% e 12% da população ativa, sendo que a pequena melhora recente destes números se deve ao aumento do emprego informal; ora, emprego informal paga menos e, com isso, temos menos renda disponível para o consumo (e sem consumo a economia não reage); ao mesmo tempo, não há investimentos suficientes, especialmente na infraestrutura, comprometendo o setor industrial, o agronegócio e até mesmo o setor de serviços; o Estado brasileiro praticamente quebrou, precisando dos recursos privados. Ora, o setor privado interno não encontra confiança suficiente para investir, enquanto o setor privado externo se vê às voltas com dois problemas: a iminente volta da recessão econômica internacional, exigindo cautela; e a insegurança interna no Brasil, potencializada pelos discursos, geralmente irresponsáveis e descolados das necessidades do país, feitos pelo Presidente e alguns de seus ministros (o que deixa de “cabelos em pé” a área econômica do governo, além de seus seguidores mais conscientes e preparados). Com isso, o recurso externo que chega é largamente insuficiente. (segue)

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

30/08/2019 a 05/09/2019)



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AMAZÔNIA: ALGUMAS PONDERAÇÕES (Final)

Argemiro Luís Brum
05/09/2019


Dentro do contexto que expressamos na coluna passada, temos a dizer que as queimadas e desmatamentos criminosos na Amazônia, feitos especialmente por brasileiros inescrupulosos, apoiados em muitos casos por interesses externos, precisam ser combatidas. Se os focos de incêndio aumentaram 84% no primeiro semestre deste ano, em relação ao ano passado, isso não se deve apenas ao regime de chuvas, como nos tentou fazer crer o atual ministro do Meio Ambiente. Ajudou em muito a tudo isso o discurso irresponsável do atual governo, em relação àquela região e ao meio ambiente nacional em geral, fato que alimentou a lógica de que agora “se está livre para agir”. E o governo não teria se mobilizado se não ocorresse a pressão internacional, pois o que lá ocorria, em boa parte, estava dentro de seus preceitos ideológicos. Ora, se é verdade que a Amazônia acabou virando quase terra de ninguém, com interesses multinacionais lá presentes explorando nossas riquezas, também é verdade que o Brasil não foi capaz de controlar este movimento, assim como não tem recursos suficientes, e mesmo interesse político, para organizar uma ação de utilização econômica da região sem destruí-la. Tal situação nos trouxe à triste realidade de hoje. E neste imbróglio, o governo brasileiro, por falta de estofo político, está perdendo uma grande oportunidade de se impor como garantidor de seu território amazônico. Preferimos entrar numa briga política infantil, de baixo nível, o que desmoraliza a Nação brasileira e coloca “no lixo” mais de 30 anos de trabalho de convencimento mundial de que nossos produtos agropecuários não são oriundos do descuido com o meio ambiente, e que temos sim condições de os gerenciarmos adequadamente. Tal situação dá margem à aplicação de medidas protecionistas dos estrangeiros contra nossas exportações. Ou seja, por incompetência, mais uma vez, estamos dando munição a que nossos concorrentes comerciais coloquem barreiras sobre nossos produtos, retirando-nos do mercado. E não é só isso! Investimentos externos passam a ser adiados, sai dólar do país, o Real se desvaloriza fortemente, a Bolsa despenca, desestabiliza o governo e a crise econômica, que já não é pequena, aumenta consideravelmente. É óbvio que precisamos defender a Amazônia, mas é preciso cientificamente detectar onde concentrar a defesa e agir em consequência. Ao invés disso, o governo preferiu duvidar das estatísticas e, levianamente, sair acusando cientistas, ONGs e outras pessoas e instituições, sem nenhuma prova, o que o desmoraliza. Portanto, se defender nossos interesses nacionais na Amazônia está correto, a forma de fazê-lo está sendo um desastre para o país, tanto em termos de resultados, quando de imagem e presença econômica internacional. E a conta, como sempre, cai no colo da população nacional. 

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