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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 23/02/2024 a 29/02/2024


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

O PACTO VERDE (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

As atuais manifestações dos produtores rurais europeus trazem à tona uma situação que redobra a necessidade de atenção por parte dos agricultores brasileiros, exportadores de commodities. Trata-se do Green Deal ou Pacto Verde como passou a ser chamado no Brasil. Por um lado, os produtores europeus protestam exigindo que sua aplicação seja mais lenta, mais racional em relação às tecnologias e ao seu processo produtivo. Por outro lado, mesmo a Comissão Europeia cedendo a determinadas pressões, é evidente que o Pacto será posto em prática, servindo também, mais uma vez, de arma protecionista para os europeus. Pois a partir de 2025 a Europa não deverá mais importar produtos agrícolas que não tenham comprovação formal de sustentabilidade. Para o Brasil, isso não diz respeito apenas à Amazônia, mas sim a toda a produção primária nacional. A Europa busca, com o Pacto Verde, alcançar a neutralidade climática até 2050. Com isso, busca reduzir de forma significativa a liberação de gases do efeito estufa e o consumo de produtos de alto impacto ambiental. No caso da agropecuária, tais medidas atingem sete cadeias produtivas, sendo duas de alto interesse para o Brasil: pecuária e soja. Os países fornecedores dos produtos destas sete cadeias produtivas (as outras são café, cacau, madeira, borracha e óleo de palma) serão classificados em categorias de risco para o cumprimento dos objetivos a que se propõem os europeus. E não bastará dizer que estamos fazendo uma agropecuária “mais ecológica”, pois teremos que comprovar isso. Embora ainda não esteja claro como será esta comprovação, o fato é que tais exigências também atingem os próprios produtores europeus, os quais as julgam muito intempestivas e draconianas. Porém, apoiam integralmente que as mesmas atinjam os produtos concorrentes vindos do resto do mundo em geral e do Brasil em particular. E a União Europeia é nosso segundo maior importador de produtos primários, atrás apenas da China, sendo que as sete cadeias produtivas indicadas nos renderam US$ 86 bilhões em exportações para a Europa em 2022. E não adianta acharmos que, por estarmos, hoje, mais voltados ao mercado asiático, tais medidas terão pouco efeito sobre nós. Além disso, a Ásia começa a caminhar na mesma trilha europeia, sem falar nas mudanças exigidas, bem ou mal, no próprio mercado interno brasileiro. 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 16/02/2024 a 22/02/2024


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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

EMPREGO NO BRASIL: A REALIDADE (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Com as estatísticas oficiais indicando um desemprego de 5,4% no Rio Grande do Sul e de 7,8% no Brasil, no final de 2023, voltam os discursos do chamado “pleno emprego”. Vamos devagar com o entusiasmo! Se é verdade que a situação melhorou em relação aos anos recentes, também é verdade que continua havendo muita disparidade neste processo. Por enquanto, quem puxa o emprego no Brasil é o setor de serviços e o comércio. A indústria continua amargando problemas no geral, gerando pouco emprego e mesmo desempregando (-4,7% de emprego no RS e apenas 0,2% no Brasil, em 2023). Se é verdade que a população ocupada atinge seu maior nível nos últimos 12 anos, também é verdade que boa parte destes empregos se mantêm precários, com baixa remuneração. Tanto é verdade que a taxa de informalidade continua altíssima, chegando a 39,1% no ano passado. Ou seja, mais de um terço da força de trabalho brasileira está na informalidade. Com isso, a renda média do brasileiro empregado continua muito baixa, fechando 2023 em apenas R$ 2.979,00 mensais (R$ 3.222,00 no RS), isto é, 2,1 vezes o atual salário mínimo. Aliás, nove em cada 10 brasileiros que trabalham recebem menos de R$ 3.500,00 mensais. Assim, não deve ser surpresa quando a ONU aponta que o Brasil é um dos países socialmente mais desigual do mundo (fechamos 2023 com 1% dos mais ricos de nossa população detendo 28,3% de toda a renda nacional). Pois bem, se as definições e conceitos econômicos permitem especular o pleno emprego, a realidade nacional mostra que ainda estamos longe do mesmo. Sem falar da qualidade dos empregos que o país vem gerando. Como bem alerta o coordenador do IBGE no RS a respeito, precisamos ter muita cautela quando se fala de pleno emprego no país pois a expressão passa a ideia de que está tudo bem, quando muitas regiões do país e do Estado não estão com desemprego baixo (ZH-17-18/02/24, p.12). Gerar emprego com baixa remuneração, ou na informalidade, é melhor do que nada, porém, está longe de causar bem-estar social e alavancar o crescimento sustentável da economia. Isso explica muita coisa do porquê estarmos marcando passo econômico há anos. Temos potencialmente um dos maiores mercados do mundo, porém, nossa sociedade tem sido incapaz de torná-lo uma realidade.    

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 09/02/2024 a 15/02/2024


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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

O LADO QUE PREOCUPA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A economia brasileira terminou 2023 melhor do que o esperado se considerarmos a inflação, o juro básico, o PIB, o desemprego, o câmbio e outros itens. Mas há o outro lado da moeda! O endividamento e a inadimplência, da população e empresas, continuam muito elevados, bloqueando uma recuperação econômica mais vigorosa. Além disso, temos o déficit atuarial dos funcionários aposentados do setor público, que atingiu ao redor de R$ 6 trilhões e é um dos grandes motivos para a queda dos investimentos no país. E sem investimento não há crescimento sustentável. Ou seja, o governo (União, Estados e municípios) gasta cada vez mais para pagar servidores aposentados, sobrando sempre menos para investir. Por não termos feito uma reforma administrativa profunda no passado (e ainda não a fizemos), assistimos, nos últimos 30 anos, só com a despesa previdenciária da União, um salto de 19,2% do total gasto, para 51,8%. Ao mesmo tempo, os recursos que o governo tinha para gastar livremente caíram de 33,7% do total que gastava, para 3,1%. E, neste caso, os investimentos caíram, no período, de 16% para apenas 2,2% do total. Entre 1980 e 2022 a taxa de investimento público em infraestrutura caiu de 5,1% para 0,6% do PIB. Para piorar o quadro estrutural, o investimento privado também recua, a tal ponto que o investimento direto externo no país (investimentos produtivos), nos primeiros 11 meses de 2023, recuou 35,9% sobre o ano anterior, ficando em US$ 52,7 bilhões. Soma-se a isso a continuidade de um saldo negativo na caderneta de poupança, o qual atingiu R$ 87,8 bilhões no ano passado (mais saques que depósitos), após uma saída líquida de R$ 103,2 bilhões em 2022. O investimento alavanca o crescimento, mas para tê-lo, antes é preciso poupar. Ou seja, uma coisa puxa a outra, tanto para melhor quanto para pior! Enfim, o déficit primário do governo, em 2023, foi muito pior do que o previsto, atingindo a R$ 230,5 bilhões. Mesmo que isso se explique, em parte, pela correção de decisões erradas do governo anterior, dentre elas o calote dado ao pagamento dos precatórios, tal rombo confirma que dificilmente haverá déficit zero nas contas públicas em 2024, colocando em xeque o arcabouço fiscal. Aliás, esse ponto será crucial para a estabilidade da economia nacional neste novo ano e anos futuros. 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 22/12/2023 a 08/02/2024


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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

A REVOLTA DOS TRATORES (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O título acima é do jornal francês Le Monde Diplomatique (janeiro 2024). Trata-se do fato internacional mais relevante neste início de ano. Estamos falando da revolta dos produtores rurais europeus, membros da União Europeia, contra a rigidez das políticas ambientalistas locais, as quais estariam sufocando sua capacidade produtiva e colocando em xeque a sobrevivência da agropecuária local. Ela coloca em discussão todo o modelo de preservação ambiental que o mundo vem tentando pôr em prática. Se, por um lado, é verdade que o mundo precisa ajustar o seu sistema produtivo a uma lógica mais ecológica e ambiental, também é verdade que nenhum sistema agrícola de produção consegue subsistir, hoje, gerando alimentos suficientes ao mundo que pode comprar, sem o uso de produtos químicos e de tecnologia avançada. O grito dos produtores europeus é um alerta para se encontrar um remédio que não mate o paciente, e também chama a atenção para “o absurdo de um sistema que os faz contribuir a sua própria destruição”. Mas o quadro é ainda mais complexo! Quando da criação do bloco econômico europeu, em março de 1957, também criou-se a Política Agrícola Comum (PAC) que tem, como objetivo, proteger a produção primária local. Ou seja, a PAC tem claro cunho protecionista no contexto da economia global. A reação dos produtores europeus igualmente passa por aí. Não há interesse em abrir seus mercados para os produtos estrangeiros. E, se está “esgotada” a discussão tarifária a respeito, coloca-se em cena o protecionismo ambiental, ecológico, ou seja, as chamadas regras não-tarifárias as quais, há anos, alertamos que viriam. Isso liquidou a construção do acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul (grande parte dos europeus não o querem), que está em negociação há mais de 20 anos. O Brasil e a Argentina são grandes perdedores com isso. Por outro lado, o mundo precisará rever a radicalização quanto ao debate ambiental, pois se é preciso ajustar muitas práticas agropecuárias, é ainda mais necessário combater a poluição e o descaso junto às práticas urbanas, que são as que mais colocam em risco o meio ambiente mundial. E disso, pouco se fala. O meio rural, via União Europeia, estaria dando um basta a esta visão parcial da realidade, a qual coloca os agricultores em geral como inimigos.

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