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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

GRANDES DESAFIOS NACIONAIS PARA 2021 (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O Brasil, além de gerar uma política que consolide um processo adequado e eficiente de vacinação contra a Covid-19, coisa que não existe no país, na esfera econômica terá de criar uma política de substituição ao auxílio emergencial diante das restrições fiscais internas. Mas a questão essencial, superado este estágio, se encontra ainda um degrau acima: enquanto 2021 não deve recuperar o que se perdeu em 2020, o desafio maior é o país acelerar o medíocre crescimento econômico dos últimos anos (encerramos agora a pior década perdida dos últimos 120 anos neste país, com um crescimento médio anual de 0,2%, sendo que a pandemia apenas agravou o péssimo quadro existente). E não basta acelerar o crescimento! É preciso elevar a qualidade de vida da população brasileira, algo que o recente IDH da ONU mostrou que piorou na comparação com outras Nações, pois caímos do 79º para 84º lugar mundial dentre 189 países. Para tanto, precisamos ganhos de produtividade, tanto do trabalho quanto do capital. E as reformas estruturais seriam para isso. Ocorre que as reformas já feitas foram incompletas, e as que estão por vir (administrativa e tributária) patinam, além de trazerem indicativos de serem insuficientes dado o jogo de interesses e o negacionismo retrógrado de parte dos membros do governo federal. Em um ambiente político contaminado, e com uma economia em frangalhos (2020 estaria fechando, em relação ao PIB, com assombrosos: déficit primário de 11,2%, déficit nominal em torno de 15,5%, e dívida pública bruta entre 95% e 100%), este novo ano, embora possa ser melhor, continuará sendo muito difícil para a economia nacional. “Chega-se ao final do ano com o quadro bastante turvo sobre que arranjo virá em 2021 para tentar reenquadrar a política econômica e atender às diferentes expectativas e interesses de eleitores, políticos e grupos econômicos.” (cf. IBRE/FGV, dezembro/20).

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

MUDANÇAS ESTRUTURAIS NO MERCADO DA SOJA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

No momento em que, conjunturalmente, os preços da soja cedem, na esteira de uma revalorização do Real e de um mercado nacional em compasso de espera devido as festas de final de ano (o saco de soja já está sendo negociado abaixo de R$ 130,00 no RS, contra mais de R$ 160,00 há um mês), indicando que na futura colheita o mesmo possa estar em R$ 100,00 e mesmo um pouco abaixo (em permanecendo a tendência cambial), o mercado da oleaginosa aponta para uma realidade sem retorno. A mesma não é de agora, porém, ganhou força em junho passado com o posicionamento de diversas empresas em relação à política ambiental brasileira e, neste final de ano, ganha um novo capítulo. Um grupo de empresas internacionais agroalimentares, incluindo Tesco, Walmart, Unilever e McDonald’s, pediu, neste mês de dezembro, às tradings de commodities que parem de trabalhar com a soja cuja produção está associada ao desmatamento do Cerrado brasileiro. No total foram 163 companhias que assinaram a Declaração de Apoio ao Manifesto do Cerrado, o qual foi endereçado às tradings Archer Daniels Midland (ADM), Bunge, Louis Dreyfus, Cargill, Cofco International e Glencore pedindo para que elas deixem de obter soja, direta ou indiretamente, de áreas desmatadas no Cerrado após 2020. Por enquanto, nenhuma das tradings concordou com as medidas, segundo notícias, porém, a disputa neste contexto ambiental está cada vez mais forte e preocupante para os produtores de soja do Centro-Oeste em particular. Em paralelo, o governo francês lançou um plano de produção e compra de soja visando substituir a oleaginosa brasileira. Atualmente o Cerrado brasileiro produz 60% de toda a soja nacional, o que dá a dimensão do estrago na economia brasileira caso tais ameaças venham a ser praticadas. Quem não atentar para isso, nos próximos anos pode ficar sem mercado, pois o processo é de natureza estrutural.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

ANÁLISES SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 11/12/2020 a 17/12/2020


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

2021: JURO SOBE E DÓLAR CAI (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Esta deveria ser a lógica para nossa economia no próximo ano. Considerando que a humanidade, e o Brasil por tabela, obtenha sucesso na vacinação contra a pandemia da Covid-19. Se é importante que o juro básico baixe, é preciso entender que isso tem limite. E o mesmo foi largamente ultrapassado quando se trouxe a Selic para 2%aa. Não só não impulsionou a economia, como favoreceu basicamente os bancos e o Estado. Em paralelo, ajudou para uma aceleração na saída de dólares do país, movimento que já era notado desde meados de 2018. Nossa moeda foi a que mais se desvalorizou no mundo (cerca de 40%), causando três efeitos interligados: 1) impulso anormal nas exportações, particularmente de bens primários, desabastecendo o país, situação agravada pela falta de uma política de estoques reguladores eficiente; 2) encareceu sobremaneira as importações, fato que, diante de uma demanda estimulada pelo auxílio emergencial, nos obrigou a importar com preços muito elevados, inclusive alimentos que exportamos; 3) este conjunto de fatos provocou uma elevação inflacionária que se espalha para o todo da economia, a ponto de a projeção para o final do ano é de que ela supere o centro da meta (4%). Neste contexto, é preciso uma Selic mais condizente com o tamanho e realidade da economia brasileira, atraindo dólares ao país, fato que revalorizaria o Real, situação que já começou pelo efeito das eleições presidenciais nos EUA. Para os padrões nacionais de hoje, a Selic deveria terminar 2021 em torno de 4% e o câmbio entre R$ 4,00 e R$ 4,50 por dólar. Isso levaria a uma baixa de preços na importação e um rearranjo entre as exportações e as necessidades de abastecimento interno, ajudando a manter a estabilidade dos preços. No curto prazo pode ser isso! No médio prazo, só atacando de fato o preocupante déficit público, através de reformas estruturais bem elaboradas e de rápido efeito.   

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 04/12/2020 a 10/12/2020


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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

RECUPERAÇÃO SERÁ MESMO EM U (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Apesar de o ministro Guedes insistir na ideia de que nossa economia se recuperará em V, a realidade está mostrando que não será assim. E o PIB do terceiro trimestre do corrente ano corrobora esta afirmação. O crescimento de 7,7%, embora importante, ficou aquém do esperado pelo mercado, não compensando os -9,7% do segundo semestre. Comparando com o mesmo período de 2019, quando não tínhamos a pandemia, o PIB de agora ficou negativo em 3,9%, projetando para 2020 um resultado final entre 5% e 4,5% negativo, o pior desempenho anual em décadas. Assim, a recuperação da economia para os níveis pré-pandemia (início de 2020) deverá mesmo ocorrer somente em 2022, pois a projeção mais otimista para o PIB do próximo ano é de 3,5%, o que não recupera as perdas do corrente ano. Por enquanto, a economia está rodando no ritmo de 2017 (se considerarmos os efeitos da recessão de 2015 e 2016, que ainda não recuperamos, a economia nacional roda em níveis de 2012). E as agruras fiscais do Estado, onde o déficit público tende a terminar o ano perto de R$ 1,0 trilhão, não permitem novos gastos, fato que leva a equipe econômica a defender corte total dos auxílios oficiais dados durante este ano. Dentre eles está o auxílio emergencial, elemento que motivou um crescimento no consumo das famílias de 7,6% no trimestre considerado, além de elevar a taxa de poupança nacional para 17,3% do PIB, contra 13,7% em igual período de 2019. Enfim, os investimentos, que deram um salto positivo de 11% no período, ainda registram um recuo de 7,8% sobre o terceiro trimestre de 2019. A taxa de investimentos (quanto mais investimentos, melhores expectativas econômicas o país tem para o futuro) está em apenas 16,2% do PIB, quando o mínimo necessário seria 20% e o ideal 25%. Portanto, mesmo com a vacina, a recuperação se desenha no formato de U, se nenhum novo percalço surgir. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 27/11/2020 a 03/12/2020


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