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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

2021: JURO SOBE E DÓLAR CAI (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Esta deveria ser a lógica para nossa economia no próximo ano. Considerando que a humanidade, e o Brasil por tabela, obtenha sucesso na vacinação contra a pandemia da Covid-19. Se é importante que o juro básico baixe, é preciso entender que isso tem limite. E o mesmo foi largamente ultrapassado quando se trouxe a Selic para 2%aa. Não só não impulsionou a economia, como favoreceu basicamente os bancos e o Estado. Em paralelo, ajudou para uma aceleração na saída de dólares do país, movimento que já era notado desde meados de 2018. Nossa moeda foi a que mais se desvalorizou no mundo (cerca de 40%), causando três efeitos interligados: 1) impulso anormal nas exportações, particularmente de bens primários, desabastecendo o país, situação agravada pela falta de uma política de estoques reguladores eficiente; 2) encareceu sobremaneira as importações, fato que, diante de uma demanda estimulada pelo auxílio emergencial, nos obrigou a importar com preços muito elevados, inclusive alimentos que exportamos; 3) este conjunto de fatos provocou uma elevação inflacionária que se espalha para o todo da economia, a ponto de a projeção para o final do ano é de que ela supere o centro da meta (4%). Neste contexto, é preciso uma Selic mais condizente com o tamanho e realidade da economia brasileira, atraindo dólares ao país, fato que revalorizaria o Real, situação que já começou pelo efeito das eleições presidenciais nos EUA. Para os padrões nacionais de hoje, a Selic deveria terminar 2021 em torno de 4% e o câmbio entre R$ 4,00 e R$ 4,50 por dólar. Isso levaria a uma baixa de preços na importação e um rearranjo entre as exportações e as necessidades de abastecimento interno, ajudando a manter a estabilidade dos preços. No curto prazo pode ser isso! No médio prazo, só atacando de fato o preocupante déficit público, através de reformas estruturais bem elaboradas e de rápido efeito.   

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