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quinta-feira, 29 de março de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

23/03/2018 a 29/03/2018)



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terça-feira, 27 de março de 2018

JUROS, PIB E INFLAÇÃO


Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
29/03/2018

A Selic a 6,5% ao ano, de certa maneira, já está além das expectativas! Mas há explicações para tal comportamento. Em primeiro lugar, a inflação continua em baixa, tendo recuado em fevereiro para se estabelecer em 2,84% anuais (para um mês de fevereiro esta é a inflação mais baixa desde 1999, enquanto no acumulado dos dois primeiros meses do ano a mesma é a mais baixa desde a implantação do Plano Real, em 1994). Em segundo lugar, o PIB brasileiro não apresenta crescimento robusto. Após o 1% de 2017, o mês de janeiro/18, na prévia do IBC-Br, apontou um recuo de 0,56% (a primeira queda mensal desde agosto/17). Embora no acumulado anual o PIB atinja a 2,97%, tem-se aí um sinal de alerta quanto ao desempenho da economia nacional neste momento de saída da recessão. Estes dois aspectos somados confortaram o Copom em sua decisão! Todavia, há sinais que apontam na direção contrária. De um lado, os preços em geral têm subido mais do que a inflação oficial, particularmente junto aos produtos que realmente a população mais consome, ao mesmo tempo em que ela não assiste a sua renda real aumentar. Além disso, o desemprego aumentou em janeiro e pouco se recuperou em fevereiro, sendo que a maior parte dos empregos gerados nos últimos meses é precária, de baixa remuneração, quando não informal. Neste contexto, mesmo com as famílias demonstrando um pouco mais de confiança, o consumo não decola. Assim, o PIB reage menos, embora haja expectativas de que 2018 termine com o mesmo entre 2% e 3% (entre 2014 e 2016, o PIB nacional recuou mais de 8%). Enfim, a baixa do juro básico nacional não repercute na economia real, estando longe de alcançar o consumidor e as empresas nacionais. Enquanto a Selic já recuou, desde outubro de 2016, mais de 55%, a média dos juros praticados no Brasil recuou apenas um pouco mais de 14%, com alguns até aumentando no período. Esta realidade freia o consumo, trabalhando contra a retomada econômica. Além disso, há sinais do exterior que devem nos deixar em alerta. O Banco Central dos EUA, nestes últimos dias, realizou o primeiro aumento de sua taxa básica, de um total de três esperadas para 2018. Com isso, o novo patamar de juro básico naquele país passou para 1,5% a 1,75%. Quanto mais a distância entre os dois juros (Brasil e EUA) se reduzir, maior será a tendência de sair capitais de nosso país, desvalorizando o Real e potencialmente criando condições para aumento da inflação via importações. Isso obrigará o Banco Central brasileiro a retomar a alta do juro básico, invertendo a lógica atual. E o ano eleitoral que vivemos, pela sua enorme indefinição política que acarreta no momento, não ajuda em nada para a estabilidade dos mercados. Neste sentido, a decisão de Henrique Meirelles em renunciar ao Ministério da Fazenda, para concorrer à Presidência da República, coloca mais lenha na fogueira.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

16/03/2018 a 22/03/2018)



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terça-feira, 20 de março de 2018

EUA BALANÇAM A ECONOMIA (Final)


Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
22/03/2018

A segunda grande medida tomada pelo governo dos EUA, a qual, juntamente com a reforma tributária que analisamos no comentário passado, está balançando a economia mundial, é a tarifação de suas importações de aço e alumínio (medida tomada em 8 de março passado e que começa a vigorar a partir deste dia 23/03/2018). A partir de agora toda importação de aço e alumínio feita pelos EUA sofrerá um acréscimo, em seu preço de venda interna, de 25% para o aço e de 10% para o alumínio. Ou seja, estamos diante de uma medida protecionista que contraria a lógica liberal do livre-mercado. Em função dos acordos do NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), Canadá e México, por enquanto, não serão atingidos. Já o Brasil, que é o segundo maior fornecedor mundial de aço para os EUA (em 2017 este país comprou quase US$ 3 bilhões deste insumo brasileiro, absorvendo um terço das exportações nacionais do produto), será diretamente atingido. Por sua vez, nos EUA, se por um lado a tarifação sobre o aço e o alumínio visa proteger a indústria local e gerar mais empregos, na prática provocará um aumento no custo de vida geral já que tais insumos ficarão muito mais caros (o alumínio já subiu 40% e o aço 33%). Como o país não tem autossuficiência no abastecimento de tais insumos, isto provocará quebra das empresas menos competitivas e desemprego, saindo o “tiro pela culatra”. Esta pressão inflacionária atingirá todos os setores da economia que usam aço e alumínio (automóveis, eletrodomésticos, embalagens de bebidas etc.). E isto em um momento em que a economia estadunidense começa a reaquecer, após a crise mundial de 2007/08. Ora, inflação mais alta obrigará a um aumento nos juros locais para contê-la! Assim, as duas medidas (redução na tributação das empresas e tarifação nas importações de aço e alumínio) alimentam a expectativa de que os EUA poderão aumentar suas taxas básicas de juros além do esperado até o momento. E juro alto freia a economia, derruba os preços das commodities negociadas em Bolsas de Mercadorias, atinge negativamente boa parte das ações nas Bolsas de Valores e leva os países atingidos pelas medidas a retaliar (no caso da tarifação). Com isso, o comércio mundial se fecha, aumentando o custo de vida geral e freando a retomada da economia global. No Brasil, além de exportar menos os produtos atingidos, teremos mais desemprego no setor, os preços da soja e outras commodities tendem a cair pelo recuo no mercado internacional, e o juro básico, logo mais, terá que ser elevado para conter a saída de dólares do país em busca de juros melhores nos EUA. Com isso, vai se confirmando que a janela externa, que está na essência de nossa tímida recuperação econômica, se fecha rapidamente nos colocando enormes desafios pela frente.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

09/03/2018 a 15/03/2018)



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quarta-feira, 14 de março de 2018

EUA BALANÇAM A ECONOMIA (I)


Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
15/03/2018

Em menos de três meses o governo dos EUA adotou duas medidas de extremo impacto econômico para o mundo em geral e o Brasil em particular. Em 20 de dezembro passado Donald Trump assinou uma profunda reforma tributária, a maior em 30 anos naquele país. Em 8 de março do corrente ano anunciou a aplicação de sobretaxas aduaneiras às importações de aço e alumínio. Sem entrar no mérito social de tais medidas, as quais penalizam boa parte da população local, em especial os mais pobres, o fato é que o ainda maior país do mundo busca, com as medidas, dar mais competitividade à sua economia. No que diz respeito à reforma tributária, seu eixo central é reduzir a alíquota do imposto de renda para as empresas estadunidenses, de 35% para 21%, seguindo a tendência mundial. Hoje 83% entre 202 jurisdições, em 193 países, possuem alíquotas de imposto de renda abaixo de 30%. Os países membros da OCDE (os mais ricos do mundo e mais o México, Coreia do Sul, Chile e outros emergentes) reduziram sua alíquota média de 32,5% em 2000 para 24,2% em 2016. A Argentina, busca reduzir tal tarifa de 35% para 25% até 2020. Já o Brasil patina e, apesar de estar em um patamar acima de 30%, não consegue realizar a reforma tributária, além de outras, a qual nos daria igualmente mais competitividade e, por extensão, geraria mais empregos, mais renda e mais empresas produtivas. Esta medida do governo estadunidense, todavia, merece um pouco mais de reflexão. Ela terá importantes efeitos internos e externos. Se por um lado as empresas norte-americanas ganharão mais competitividade para conquistar espaço no mercado internacional, por outro lado não se pode esquecer que a dívida pública estadunidense equivale a 100% de seu PIB. Desta forma, uma redução de tributos significa menos arrecadação. Os primeiros estudos indicam que o Estado norte-americano deixará de arrecadar em torno de US$ 1,45 trilhão nos próximos 10 anos. Isso aumentará o déficit público, o qual exigirá a venda de maior quantidade de títulos públicos visando cobrir o rombo. Tal medida pressionará os juros estadunidenses para cima a fim de tornar tais títulos mais atraentes e, com isso, encontrarem compradores. Ocorre que juros mais altos por lá significa maior atração de capitais do resto do mundo, inclusive do Brasil. Ora, nosso país é importador de capitais, os quais são fundamentais para tocar a economia nacional, pelo menos no atual ritmo (que não é bom, diga-se de passagem). Diante disso, para conter a saída destes capitais nosso governo se obrigará, mais dia menos dia, a elevar a Selic, revertendo a atual política, exatamente em um momento em que estamos tentando retomar o crescimento. (segue)

quinta-feira, 8 de março de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

02/03/2018 a 08/03/2018)



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PIB DE 2017: O FUTURO É DESAFIADOR


Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
08/03/2018

Oficialmente o PIB brasileiro em 2017 cresceu 1%. Por trás deste percentual há uma série de informações que merecem análise. Pontos positivos: 1) confirmou-se que 2017 foi o ano em que o Brasil saiu de sua pior recessão em quase um século; 2) que a agropecuária salvou o PIB nacional no ano passado, pois cresceu 13% (sem ela, o crescimento geral teria sido de apenas 0,3%); 3) o consumo das famílias cresceu 1% (ele representa 63,4% do PIB brasileiro), porém, a sustentação disso nos próximos anos não será simples, pois a inadimplência continua elevada, os juros não deverão baixar muito (a Selic deve mesmo subir até o final de 2019); a inflação igualmente será maior em 2018; e o crédito tem sido mais seletivo; 4) a taxa de poupança na economia subiu para 14,8% do PIB, contra 13,9% em 2016, embora o ideal seja 25% do PIB; 5) o superávit da balança comercial, em um recorde de US$ 67 bilhões, igualmente auxiliou a positivar o PIB, porém, foi muito resultado do freio nas importações devido a uma economia ainda travada. Alertas: 1) o crescimento do setor primário foi um ponto fora da curva, pois não deve se repetir em 2018, já que no ano passado sua performance foi a melhor da série histórica, iniciada em 1996; 2) o PIB do ano passado ainda está muito aquém das necessidades brasileiras, pois, em termos reais, a economia nacional apenas voltou ao patamar do primeiro semestre de 2011; 3) em outras palavras, a recessão que acabamos de superar aniquilou o crescimento econômico de seis anos; 4) o PIB per capita cresceu bem menos, ficando em 0,2% em 2017, já considerando a inflação, indicando que o consumo das famílias aumenta pelo endividamento e não pela melhoria adequada da renda, o que é sempre perigoso em um contexto de alta inadimplência, sem falar que o desemprego voltou a aumentar no trimestre que inclui o mês de janeiro/18, passando a 12,2%, contra 11,8% no trimestre anterior; 5) a indústria ficou estagnada em 2017, após três anos consecutivos de queda; 6) o investimento recuou mais uma vez, desta feita 1,8% em 2017, com sua taxa caindo para o menor nível da série histórica, ou seja, 15,6% do PIB, quando o necessário seria 25%; 7) nosso 1% de crescimento não salvou o Brasil de ficar no último lugar entre 45 países ranqueados (84,9% do PIB mundial) em 2017. Para voltarmos ao estágio de antes da recessão, somente em 2020 (isso se o crescimento do PIB atingir 2,9% em 2018 e 3% em 2019). E para recuperarmos o PIB per capita apenas em 2022. Portanto, a recuperação é lenta e exigirá muito trabalho da sociedade nacional para mantê-la, lembrando que 2018 nos traz desafios que podem interromper o processo: eleições presidenciais; impossibilidade política de realizarmos reformas estruturais; cenário internacional dá sinais de que a ampla liquidez disponível está chegando ao fim (atenção aos juros dos EUA).   

quinta-feira, 1 de março de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

23/02/2018 a 01/03/2018)



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