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quinta-feira, 28 de maio de 2020

Análise semanal dos mercados da soja, milho e trigo

22/05/2020 a 28/05/2020


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segunda-feira, 25 de maio de 2020

A SELIC, OS BANCOS E A PANDEMIA (Final)


O isolamento social prejudica sim a economia, porém, em países onde a economia é desestruturada em seu funcionamento, particularmente na relação entre crédito bancário e clientes, o quadro piora sensivelmente. O caso brasileiro é ímpar neste sentido. Senão vejamos: diante da pandemia, o Copom reduziu a Selic (taxa básica de juros) para 3,75% ao ano em março e para 3% agora em maio visando reanimar a economia (aliás, desde outubro de 2016 a Selic vem sendo reduzida com este intuito). Ao mesmo tempo, em março a busca por crédito aumentou em 21% junto às famílias brasileiras, porém, o juro cobrado a elas foi de...95% ao ano! A linha de crédito chamada de “composição de dívida” (quando o cliente não paga o cheque especial, o crédito consignado e/ou o cartão de crédito) cobrou juros anuais de 96% em março. Como esperar que a demanda retome ao se endividar nestes níveis? Enquanto isso, o lucro dos bancos no Brasil subiu 20,5% em 2019, atingindo a R$ 118,7 bilhões, sendo o mais alto desde 1994. Um crescimento absurdo diante de uma economia praticamente parada desde 2014 (o crescimento médio da mesma, nos últimos três anos, foi de 1,2% ao ano, e na última década ao redor de 0,3% ao ano). Não é por nada que 88% do crédito total disponibilizado no Brasil em março foi absorvido por grandes empresas. Ou seja, o crédito, mesmo com o governo tentando orientá-lo em meio à pandemia, não chega a quem mais dele precisa. Assim, sem conseguir corrigir esta distorção, o governo libera crédito com poucos efeitos práticos na economia, engordando os lucros bancários e elevando o déficit público (R$ 600 bilhões neste ano), levando a dívida pública a 90% do PIB. E nossos gastos públicos, para enfrentar a pandemia, estão muito acima da média de 50% do PIB das demais economias emergentes. Assim, o problema que teremos, depois da volta ao “normal”, será muito mais difícil a resolver do que em países com perfil econômico semelhante. Portanto, há muito mais e profundas razões que explicam a crise econômica brasileira do que o isolamento social diante da pandemia.   

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Análise semanal do mercado da soja, milho e trigo

15/05/2020 a 21/05/2020


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segunda-feira, 18 de maio de 2020

A SELIC, OS BANCOS E A PANDEMIA (I)


O Copom voltou a reduzir a taxa Selic, trazendo a mesma para 3% ao ano em sua última reunião. O objetivo aparente é reanimar a economia nacional nocauteada pela recessão de 2015/2016 e posta à lona pela pandemia da Covid-19 neste início de 2020. Entretanto, este objetivo não será atingido. O melhor que a redução da Selic fará é a redução dos juros da dívida pública. No restante, a mesma não chega na ponta empresarial e consumidora em geral, e eleva a fuga de dólares do país, ajudando a provocar esta brutal desvalorização do Real (em quatro meses o dólar se valorizou ao redor de 45% em relação a nossa moeda). Ora, se no curto prazo o Real fraco ajuda o setor exportador, acaba, sob olhar do conjunto da balança comercial, surtindo pouco efeito neste momento porque o mundo também está parado devido a pandemia e, portanto, comprando bem menos (algumas commodities, como a soja, têm sido exceção). Por outro lado, as importações se tornam muito mais caras, penalizando o setor produtivo nacional, pois aumenta custos. Por enquanto, como vivemos um período de inflação baixa, pois a economia está freada, este efeito geral ainda pouco se observa. Mas há um potencial inflacionário gestado aí caso nossa economia consiga se normalizar, em especial a partir de 2021. Por outro lado, na ponta final (empresários e consumidores) o juro real subiu, contrariando a lógica da Selic. E isso tem sido recorrente em nosso país. O risco de inadimplência aumentando, no seio da crise, permite aos bancos usarem este elemento como justificativa para manterem seus lucros em níveis elevados, não colaborando com as necessidades nacionais diante da crise excepcional em que vivemos. Afora isso, os bancos estão dificultando sobremaneira, através de exigências e burocracia, a chegada do dinheiro aos que mais precisam, particularmente as micro e pequenas empresas. Assim, se o isolamento social prejudica à economia, é a desestruturação de seu funcionamento, sem que o Estado consiga evitá-la, pois igualmente mal organizado, que aumenta o problema. (segue)

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Análise semanal dos mercados da soja, milho e trigo

08/05/2020 a 14/05/2020


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segunda-feira, 11 de maio de 2020

DA RECESSÃO À DEPRESSÃO


Diante das consequências da pandemia e da incapacidade de se definir quando a mesma será superada, a economia brasileira já teria passado da fase da recessão para atingir uma depressão econômica neste primeiro semestre de 2020, com potencial de continuar assim o restante do ano. Entende-se por recessão o declínio do PIB para níveis negativos por dois ou mais trimestres consecutivos. Já a depressão indica não só o declínio do PIB, mas igualmente do nível de emprego, da produção industrial, do rendimento real etc. Pois é exatamente isso que está ocorrendo no Brasil. Para completar o quadro, o comércio mundial vem se fechando, aumentando o protecionismo e complicando economias emergentes que dependem das exportações de bens e serviços. Além disso, em crises deste porte os investidores internacionais saem destes países emergentes e buscam refúgio em países desenvolvidos. Até o pouco que resta do Mercosul “faz água” com a saída da Argentina das futuras negociações comerciais do bloco. Assim, o Brasil deverá fechar o ano com um PIB ao redor de -6% (existindo projeções de até -11%). A produção industrial, após registrar -9,1% no mês de março (o pior resultado para março em 18 anos), deve registrar um percentual muito pior em abril, fechando o primeiro semestre em um dos piores níveis de sua história. Por outro lado, o desemprego, que já havia voltado a aumentar em fevereiro (antes da pandemia), atingindo a 11,6% da população, poderá chegar ao seu pior nível dos últimos 25 anos ao atingir, no final do corrente ano, a 25% da população ativa. Obviamente, isso já está reduzindo a renda média dos brasileiros em geral, a qual já estava em níveis desastrosos. Segundo estudo do IBGE recentemente divulgado, em 2019 o Brasil registrava 105 milhões de pessoas (metade da população) sobrevivendo com apenas R$ 438,00 mensais (R$ 15,00 por dia). Pior: os 10% mais pobres (cerca de 21 milhões de pessoas) sobreviviam com apenas R$ 112,00 mensais (R$ 3,73 por dia). Desta forma, mesmo que a economia volte a funcionar, a recuperação será morosa, pois a população não tem renda para gastar. E o crédito existente é pouco e muito caro, pois a redução da Selic não resolve a questão do juro real pago pela sociedade. Enfim, superar a atual depressão, voltando para os níveis do pré-Covid-19 (que já não eram bons), levará ainda entre dois a três anos (na melhor das hipóteses, em meados de 2022). E aqui ainda não está sendo contabilizado os efeitos negativos da péssima gestão pública que o Executivo brasileiro vem realizando nestes últimos meses.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Análise dos mercados da soja, milho e trigo

01/05/2020 a 07/05/2020


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segunda-feira, 4 de maio de 2020

A CRISE E O DINHEIRO ESTATAL PARA PAGÁ-LA


Se é verdade que os gastos públicos em socorro à economia devem ser mantidos e melhorados enquanto durar a pandemia, também é verdade que, passada a crise, o Estado deve retomar o rumo do ajuste fiscal, sabendo que, agora, tal ajuste levará de dois a três anos adicionais. Portanto, os gastos para enfrentar a Covid-19 devem ser vistos como temporários. Errará o governo se decidir, pós-pandemia, esquecer o ajuste fiscal e partir para um programa desenvolvimentista populista/eleitoreiro. Já sabemos onde nos leva esta segunda opção. É por isso que o anunciado programa Pró-Brasil, em suas linhas gerais importante, precisa ser organizado em acordo à retomada do ajuste fiscal irrestrito. O mesmo terá que estimular o investimento privado, aliviando o setor público. Caso contrário, a inviabilização de nossa economia será mais longa e profunda do que já se projeta. Isso porque os recursos que os Estados estão utilizando para atacar a crise são provenientes de empréstimos, sendo a forma mais comum a venda de títulos públicos. Isso leva a um aumento da dívida bruta em relação ao PIB, sendo que a nossa se aproxima rapidamente de 100% do PIB. Títulos públicos são contratos emitidos pelo Tesouro Nacional pelos quais investidores (pessoas físicas, empresas e até outros governos) emprestam dinheiro ao governo por um período de tempo determinado. No vencimento eles recebem o dinheiro que emprestaram com juros. Com que dinheiro o governo paga esta conta? Arrecadando mais impostos; de lucros de empresas estatais; da emissão de moeda; e do corte de gastos públicos. Esta última é a estratégia mais correta, pois no Brasil tais gastos são muitos e mal feitos. Desde 2017 o governo vem tentando implementar esta estratégia, via reformas estruturais, com grandes dificuldades de execução. Se o custo da Covid-19 não entrar nesta lógica, será um retrocesso, pois mais impostos inviabilizaria por completo o já combalido setor produtivo; o lucro de estatais, quando há, é muito pouco para as necessidades nacionais; e a emissão de moeda tende a gerar inflação logo adiante, como nosso passado já mostrou.   

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