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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

19/02/2016 a 25/02/2016)




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PORQUE O AJUSTE FISCAL É FUNDAMENTAL (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
25/02/2016



Como vimos no comentário passado, diante de gastos públicos muito mais elevados do que as receitas, os recentes governos brasileiros têm preferido um ajuste fiscal pelo aumento das receitas e não pelo corte de despesas. Ora, os gastos públicos são tantos (inchaço da máquina pública, corrupção etc) que a receita não é mais suficiente para cobri-lo. Assim, como grande parte do dinheiro público foi para outras funções que não as necessárias ao bem-estar dos cidadãos, os serviços públicos pioraram sensivelmente. Resultado: o Estado brasileiro gasta muito acima do que arrecada, e gasta pessimamente. Para corrigir esse descalabro financeiro somente com um profundo ajuste fiscal. E, nesse momento, o mesmo passa necessariamente por cortes nas despesas públicas, muito mais do que por aumento de receitas, pois para estas a Nação está praticamente esgotada (embora o atual governo insista com o retorno da CPMF). A questão é quem nos governa querer e poder fazer tal ajuste, pois cortar despesas significa hoje realizar reformas estruturais, a começar pela Previdenciária, passando pela Administrativa, e seguindo pela Tributária e Fiscal, a fim de que a despesa caiba na receita que se tem. Nos últimos dois anos, por exemplo, o país registrou um déficit primário (despesas maiores que as receitas), demonstrando que continuamos a não fazer o dever de casa, apesar dos discursos. Somente em 2015 o rombo foi superior a R$ 111 bilhões ou 1,9% do PIB, quando a meta inicial era um superávit primário de 1,2% deste PIB. Em sendo assim, se quisermos colocar a economia brasileira nos trilhos e recuperar empregos, não será via programas já superados de abertura de crédito público e subsídios estatais a setores escolhidos (estratégia que volta a ser tentada, diga-se de passagem). Isso tende a aumentar ainda mais o rombo fiscal e aprofundar a crise nacional. É absolutamente necessário que façamos um vigoroso ajuste fiscal, acompanhado das importantes reformas estruturais que permitam as diferentes instâncias públicas realizarem mais e melhor, com recursos equilibrados. Obviamente, a grande maioria de brasileiros, que está pagando hoje esta salgada conta, especialmente os mais pobres, terão que enfrentar os privilégios de uma minoria que se encastelou nos órgãos públicos e no governo, e que trabalha para manter o que aí está, usando os partidos políticos, os órgãos e o dinheiro públicos, em benefício próprio. A maioria dos brasileiros terá que aprender a não cair na tentação dos discursos populistas e demagógicos, tônica de quem se aproveita do Estado para se manter no poder. Ou superamos isso ou não avançaremos jamais, nos contentando com melhorias temporárias que acabam rapidamente caindo no terreno das ilusões, geração após geração.  

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

12/02/2016 a 18/02/2016)




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POR QUE O AJUSTE FISCAL É FUNDAMENTAL (I)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
18/02/2016

O Estado é um ente econômico gerenciado pelas pessoas que o governam. Assim como qualquer outra empresa, o Estado tem gastos, os quais devem estar relacionados às receitas que obtém. Esse processo chama-se de Política Fiscal. O Estado é encarregado de fornecer uma série de serviços públicos, geralmente ligados aos direitos dos cidadãos (educação, saúde, infraestrutura, segurança etc...). Isso porque os agentes que atuam no mercado somente irão oferecer isso para quem tiver dinheiro para pagar, ou seja, irão investir onde há resultados econômico-financeiros. Ou seja, acaba sendo seletivo e, portanto, não atende ao conjunto da sociedade, particularmente àquelas onde a distribuição de renda é ruim. Portanto, em grande parte, a demanda por bens e serviços proveniente dos cidadãos em geral tem no Estado um papel importante. Mas a história mundial já provou que o Estado sozinho também não é a solução. Na prática, um Estado organizador/regulador do processo econômico, visando atuar com eficiência lá onde o mercado não atua, além de gerar as condições para que esse mercado avance dentro de regras pré-estabelecidas, tem sido o caminho utilizado pelas nações desenvolvidas. Para isso funcionar, é preciso eficiência na gestão pública e consciência de seus cidadãos. A eficiência de um Estado, através da competência de seu governo, está em gastar bem os recursos que possui. De onde vêm tais recursos? As quatro fontes principais são: impostos; empréstimos; venda de bens, serviços e concessões; e emissão de moeda. Portanto, a atividade fiscal afeta o poder aquisitivo dos diferentes segmentos da economia e da sociedade, bem como o tipo de bens e serviços que serão produzidos e consumidos. Ora, se o gerenciamento do Estado é mal feito, o mesmo acaba gastando acima do que arrecada, abrindo um rombo em suas contas o qual compromete o caminhar de toda a economia, podendo carregar o país para uma crise recessiva, ao desemprego, à concentração de renda etc. Nos últimos anos, o governo brasileiro, por incompetência de um lado e interesses eleitoreiros de outro, levou o Brasil para esse caminho. O problema é tão sério que nosso país está entrando em seu segundo ano de recessão aguda, algo somente visto em 1930/31. Para corrigir esse grave problema é preciso equilibrar as despesas com as receitas públicas. O problema é que os diferentes governos, nestes últimos anos, preferiram a via mais fácil: aumentar a receita através do aumento de impostos (fazendo o povo pagar a conta da má gestão), e pouco cortando as despesas. E nessa decisão igualmente têm responsabilidade elevada os poderes Legislativo e Judiciário nacionais. Todavia, os gastos públicos são tantos (o Estado brasileiro virou um cabide de empregos; o desvio de verbas públicas se tornou imenso, sendo que um em particular – Petrobrás - foi “eleito” mundialmente como o segundo maior escândalo de corrupção do Planeta na atualidade; a máquina pública inchou de tal maneira etc) que as receitas não são mais suficientes para cobri-los. Portanto, equilibrar receitas e despesas do Estado é o ajuste fiscal que o país precisa. Estamos fazendo isso? (segue)


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

30/12/2015 a 11/02/2016)




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NENHUMA NOVIDADE

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
11/02/2016


Infelizmente chegamos a meados de fevereiro de 2016 sem nenhuma novidade no cenário econômico nacional. O país continua afundando à procura do fundo do poço, enquanto o governo permanece sem governar e, pior, lançando “mais do mesmo” ao insistir em recuperar a economia com injeção de crédito via agravamento da crise fiscal. Ao mesmo tempo, como se temia, a realidade política não evoluiu, tudo ficando para depois do Carnaval, o que atrasa ainda mais o país. A projeção de queda do PIB, após algo ao redor de -3,8% em 2015, piorou consideravelmente, ficando agora entre -3,5% e -4% para o corrente ano. A inflação, cujo controle o governo deixou de lado, insiste em subir, agora com um claro processo de indexação de preços. Janeiro bateu um novo recorde, ao atingir 1,27% e elevar o acumulado em 12 meses para 10,71%. Se tal processo de indexação não for contido, corremos o risco de alimentar a inflação inercial, tão nociva no final de 1980 e início dos anos de 1990. A crise de confiança continua, na medida em que nossa indústria cada vez produz menos. Em 2015 a retração do setor foi de 8,3%, sendo o pior resultado desde 2003 (até novembro/15 o emprego no setor caía há 50 meses seguidos em comparação com igual período do ano anterior). Com isso poucos investem e o desemprego continua aumentando. As últimas projeções dão conta de que a taxa sairá dos 9% atuais para 13% no final de 2016. A balança comercial, que apresentou um forte superávit, está turbinada particularmente pela forte redução das importações e não pelo retorno da dinâmica exportadora. Para piorar o quadro, após um rombo primário superior a R$ 111 bilhões, ou 1,9% do PIB, o ajuste fiscal tão necessário não surge no fim do túnel. Pelo contrário, a retomada de certo arroubo desenvolvimentista à custa do Estado tende a piorar o quadro já que a projeção de superávit primário para 2016 baixou para 0,5% do PIB e está longe de ser alcançada. Das reformas estruturais então, pouco se fala. O discurso correto da necessidade de uma profunda reforma na Previdência, por enquanto, não tem sequência na prática. Ao mesmo tempo, o Executivo continua bloqueado pelo Congresso e cada vez mais às voltas com os escândalos de corrupção de aliados, ex-presidente, ministros e outros próceres da República. Sobra o aumento de impostos, na tentativa de arrecadar mais para cobrir os erros do passado recente, levando o povo a pagar a conta das últimas gestões temerárias e irresponsáveis que o país teve em Brasília. Não é por nada que a presidente Dilma insiste na aprovação da a nova CPMF. Nesse contexto, a economia mundial se mostra incapaz de sair da crise iniciada em 2007/08. Pelo contrário, os últimos movimentos internacionais confirmam que a mesma voltou a piorar. Alguns analistas consideram que estamos às portas de um novo tombo mundial. A diferença para o Brasil, agora, é que tal realidade, diferentemente de 2007/08, nos pega econômica e politicamente em frangalhos, o que potencializa as consequências negativas para a sociedade em geral.

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