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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 23/10/2020 a 29/10/2020


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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O RISCO FISCAL E A INVIABILIZAÇÃO DA ECONOMIA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Com a pandemia o déficit nominal público deverá terminar o ano em 15% do PIB, contra 6% sem a mesma. A dívida pública, portanto, vem crescendo rapidamente. Ela deverá bater em 101% neste final de ano em sua versão bruta. E o governo começa a encontrar dificuldades cada vez maiores para pagá-la. E isso, somado à forte baixa do juro básico, leva a uma saída importante de dólares do país, incluindo investimentos, o que freia a economia e causa enorme desvalorização do Real, com suas consequências já conhecidas. Parte do problema foi provocada pelo próprio Tesouro que, para evitar aumentos excessivos no custo da dívida, passou a oferecer títulos públicos em prazos cada vez mais curtos. A venda de títulos permite a rolagem da dívida pública, porém, tende a aumentá-la com o tempo, pois a exigência de juros mais elevados, pelo mercado, se consolida na esteira do descontrole do déficit público (o Estado continua gastando mais do que arrecada, situação agravada pela pandemia), elevando o risco para quem empresta ao Brasil. De janeiro a agosto de 2020, o prazo médio de vencimento da dívida pública passou de 5,5 anos para apenas 2,4 anos. Nesse contexto, o Tesouro tem pela frente (entre janeiro e abril de 2021) o vencimento de quase R$ 650 bilhões de títulos, o equivalente a 15% de toda a dívida pública. É o dobro da média da quantidade de papéis públicos com vencimento nos primeiros quatro meses dos últimos cinco anos. Ou seja, o risco fiscal cresceu assustadoramente, colocando ainda mais em xeque a economia nacional. Assim, tendo que rolar a dívida em condições sempre piores, pagando mais caro por ela, além de ficar refém do mercado, com pouca margem de manobra, o Tesouro tende a ficar sem recursos em caixa para bancar a dívida. Em suma, a dívida cresceu, o risco aumentou e o mercado está exigindo um juro cada vez mais alto para rolá-la. O problema é que a política fiscal é que dá o suporte para a já combalida atividade econômica nacional. Fazer um profundo ajuste fiscal, interrompendo o déficit e diminuindo a dívida pública, significa retirar em grande parte o Estado do atual cenário econômico, o que piorará ainda mais o quadro geral. Mesmo assim, sem corte de gastos públicos mais profundo, o teto de gastos vai estourar e o quadro também irá piorar. É aí que entram as reformas tributária e administrativa, desde que bem feitas. Infelizmente, como não há consenso em relação as mesmas e seus conteúdos, o governo procura, mais uma vez, a saída fácil do aumento da arrecadação via mais e/ou novos impostos enquanto, no curto prazo, talvez caminhe por aceitar juros mais altos em troca de um alongamento dos vencimentos da dívida pública. Mas isso de pouco adiantará se o déficit continuar crescendo anualmente!     

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 16/10/2020 a 22/10/2020


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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

NÃO É A PANDEMIA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Segundo informações da B3 (ex-Bovespa), após uma valorização de quase 100% entre o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o final de 2019, o Ibovespa chegou ao início de outubro como o pior índice global em dólares em 2020. O índice caiu 18,7% neste ano, sendo que em moeda estadunidense o mesmo recuou 42,5%, enquanto no primeiro trimestre do corrente ano (antes dos efeitos mais concretos do Covid-19) o mesmo teve o pior trimestre de sua história. Em paralelo, o Real foi a moeda que mais se desvalorizou no mundo, em relação ao dólar estadunidense, incluindo as moedas dos demais países emergentes. A partir de um indicador que leva em conta a média ponderada das taxas de câmbio dos 61 principais parceiros comerciais do Brasil, de acordo com sua importância na economia brasileira, tem-se que o dólar, no início de outubro do corrente ano, apresentava uma alta de 41% em relação ao Real. Até o peso argentino tem vantagem sobre a moeda brasileira, ficando quase 10% mais valorizado. Isso ocorre porque há uma forte saída de investidores estrangeiros do país, além de muitos brasileiros igualmente. E isso não se dá em função da pandemia e sim em função da condução político-econômica no Brasil, onde a redução do juro básico foi além da conta; o ajuste fiscal não avança (agora atrapalhado pelos necessários gastos devido à pandemia); as reformas estruturais patinam, sendo suas propostas apenas parciais e longe de resolverem os problemas existentes; o gerenciamento da questão ambiental é péssimo; os três poderes pouco se entendem; e a postura do Executivo nacional, perante a pandemia, foi a pior possível. Ou seja, o mercado, que já desconfiava, perdeu a confiança no governo que aí está, especialmente quando o ministro da Economia, que tem suas limitações, é “fritado” constantemente pelo Presidente da República. Assim, saíram R$ 11,5 bilhões de dinheiro estrangeiro em 2018, já sinalizando o problema. Em 2019 outros R$ 44,5 bilhões se retiraram e, agora, entre janeiro e setembro de 2020 mais R$ 87,7 bilhões deixaram o Brasil, em um valor recorde. E a confirmação anunciada pelo FMI de que a dívida bruta brasileira pode ir a 101% do PIB neste ano e não se estabilizará até 2025, completa o quadro. Assim, o aumento dos gastos públicos durante a pandemia não é o problema, pois todos os países o fizeram de alguma maneira. O problema é a situação delicada em que o Brasil se encontrava ao precisar fazer isso, e a dificuldade de gestão que o governo Bolsonaro tem demonstrado em torno deste tema central. E a ideia populista de romper com o teto dos gastos públicos, animada por um grupo dentro do governo, parece ser a pá de cal a indicar que o mercado pouco espera do atual governo até o final de seu mandato. Se assim for, estamos na iminência de mais quatro anos perdidos em nossa economia.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 09/10/2020 a 15/10/2020


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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

CORTE DE DESPESAS OU MAIS IMPOSTOS (Final) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Dos caminhos existentes, na busca para implantar um programa necessário de transição ao auxílio emergencial, tipo o Renda Cidadã, se o governo optar pelo abandono, mesmo que parcial, do controle fiscal, todo mundo irá perder. Em um quadro econômico que está longe de ser bom, se isso ocorrer, veremos os juros aumentarem, a inflação voltará, os desequilíbrios vão se acentuar e os investimentos cairão ainda mais. Além disso, o prêmio de risco para o Brasil colocar seus títulos públicos no mercado, buscando rolar a dívida, será muito alto, levando a uma disparada do juro e deixando a situação muito séria (cf. Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro Nacional no site UOL Economia, 30/09/2020). Por outro lado, propostas que incluíam a contabilidade criativa, usada pelo governo Dilma e que serviu de motivo para a sua derrocada política, foram atacadas pelo mercado, forçando o governo a recuar. Assim, na prática, sobram efetivamente dois caminhos: partir para um ajuste fino nos gastos públicos, abrindo espaço para auxiliar os mais pobres (grande maioria dos brasileiros), através, por exemplo, de uma reforma administrativa que ataque imediatamente os privilégios de uma parte expressiva de funcionários públicos nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), os quais até o momento não foram atingidos por nenhuma medida importante de cortes em relação a pandemia, incluindo as reformas trabalhista e previdenciária, protegidos pelos “direitos adquiridos”; ou aumentar impostos, dentro de uma estrutura tributária que sempre tem penalizado os mais pobres e que já chegou ao nível da exaustão econômica. O ministro Guedes vem tentando esse caminho, diante do tradicional desinteresse político em realizar a primeira alternativa, através do que se batizou, até o momento, de “nova CPMF”. Como a reação geral não tem sido boa igualmente, a tendência é de o Renda Cidadã ser abandonado, penalizando mais uma vez os mais pobres, ou ser implantado “à fórceps”, pressionando os gastos públicos de tal forma que a recuperação sustentável de nossa economia fique sem perspectiva. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 02/10/2020 a 08/10/2020


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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

CORTE DE DESPESAS OU MAIS IMPOSTOS (I) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O Brasil é um dos países socialmente mais desiguais do mundo. Em sendo assim, todo programa público que venha mitigar esta desigualdade é bem-vindo. A questão é como implementá-lo, no contexto de uma realidade extremamente deficitária do Estado nacional. A pandemia do Covid-19 obrigou o governo a colocar em prática um auxílio emergencial. Segundo a FGV, o mesmo reduziu em 20,7% o número de pobres no Brasil (renda per capita abaixo de meio salário mínimo), porém, junto com outras medidas, abriu um rombo extraordinário nas contas públicas (de um déficit primário previsto em R$ 129 bilhões, o país deverá encerrar o ano com R$ 900 bilhões a um trilhão). Ora, a estabilidade da economia, num horizonte dos próximos 10 anos, só acontece se o Estado deixar de penalizar o crescimento econômico pela sua ineficiência, parando de gastar mais do que arrecada. Os gastos, devido a pandemia, eram necessários. Agora, o retorno ao controle fiscal é fundamental a partir de 2021. Isso não significa abandonar as classes sociais desfavorecidas. Como fazê-lo? Com interesses estritamente políticos, mirando a reeleição, parte do governo central defende a continuidade de programas sociais, visando uma transição de ajuda com o fim do auxílio emergencial. Neste contexto, entra o debate sobre o Renda Cidadã, o qual é uma recauchutagem do Bolsa Família, que por sua vez já havia sido uma recauchutagem dos programas sociais implantados na era FHC. Acontece que, na análise fria dos números, tal programa estouraria o teto de gastos (única âncora fiscal existente para controlar as despesas públicas e evitar o aumento do déficit). Essa possibilidade, além de criar um precedente para o impeachment do Presidente da República, já fez o Banco Central reagir, apontando o retorno da elevação dos juros, a começar pela Selic, pois haverá mais pressão inflacionária. Além disso, o estouro do teto dos gastos, ao comprometer as contas públicas, confirmará ao investidor internacional, que já vem saindo do país desde meados do ano passado, que o controle fiscal perdeu, mais uma vez, para o populismo eleitoral. (segue)

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 25/09/2020 a 01/10/2020


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