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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

21/04/2017 a 27/04/2017)




Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.
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A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A RECUPERAÇÃO AMEAÇADA (I)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
27/04/2017


A pior realidade que poderia acontecer, em termos de ajuste das contas públicas, em busca de uma retomada do crescimento econômico, está se cristalizando. É sabido que o Brasil precisa equacionar o déficit crescente de suas contas públicas. A PEC dos Gastos Públicos veio com esse objetivo, porém, é sabido também que a mesma só terá efeito positivo nestas contas se as reformas estruturais tiverem êxito. Ora, já na principal delas, a Reforma da Previdência, o processo caminha para uma “meia sola” insuficiente. O governo, desejando dar uma resposta política ao país e, principalmente, uma resposta ao mercado, acelera uma reforma onde o debate construtivo deixa a desejar e, diante das pressões sociais e políticas, cede em demasia. Parte da sociedade, a mais radical, se posiciona contra o processo muito mais por questões ideológicas do que por conhecimento de causa. Outra parte assume uma atitude contemplativa, sem entender exatamente o que está em jogo e, na maior parte dos casos, aceitando discursos mentirosos ou pouco esclarecedores. Uma terceira parte acredita na importância da reforma, porém, não tem muita certeza quanto ao nível em que a mesma deve ser realizada. No centro de toda esta situação temos um Congresso Nacional que, mais uma vez, vira um balcão de negócios onde o ajuste da economia nacional, pensando nas gerações futuras, é o que menos importa. Enfim, um executivo que, por estar indiciado igualmente nos escândalos de corrupção, se mostra enfraquecido em sua capacidade propositiva. Resultado: o mundo nos olha e, a cada dia que passa se convence, como muitos brasileiros, que desta forma o país não sairá do marasmo econômico. O FMI, por exemplo, já avança que a economia nacional, em 2017, deverá crescer apenas 0,2%, isso se os ajustes e reformas forem realizados a contento. Se é verdade que a reforma da previdência precisa se adequar ao possível, também é mais verdade que o risco de deixarmos esse possível em um estágio largamente insuficiente está cada vez mais presente. Até agora, em tudo que o governo já cedeu nesta reforma, a economia calculada nas contas públicas recua dos esperados R$ 800 bilhões para R$ 630 bilhões nos próximos 10 anos, havendo cálculos que indicam uma economia de apenas R$ 430 bilhões no período. Se isso for confirmado, não só o processo travará o ajuste das contas públicas como logo adiante a sociedade será obrigada a realizar uma nova reforma previdenciária, com um custo econômico e social ainda maior. (segue)

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

14/04/2017 a 20/04/2017)




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PACOTE ECONÔMICO: O QUE FALTOU DIZER

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
20/04/2017

O governo brasileiro recentemente anunciou um pacote econômico com o objetivo de cobrir um rombo extra nas contas públicas para este ano de 2017. Além dos R$ 139 bilhões já incorporados no orçamento, as contas oficiais mostraram que o déficit público teria um rombo adicional de R$ 58,2 bilhões. Das diferentes medidas anunciadas, destacamos três: o fim da isenção de IOF para operações de crédito das cooperativas de crédito, tirando das mesmas esta gordura de competitividade que havia em relação ao restante do sistema financeiro; a “reoneração” da folha de pagamento junto a 52 setores da economia nacional, os quais irão recolher, agora, novamente 20% da folha ao invés de 1,5% a 4,5% vigentes; e um corte de R$ 42,1 bilhões nas despesas públicas, especialmente junto a obras de infraestrutura alavancadas, bem ou mal, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Diante de tal decisão, vale aqui destacar os seguintes aspectos: 1) a “reoneração” da folha de pagamento irá pesar sobre as empresas e pode, muito bem, causar dois efeitos negativos sobre a economia – aumento da inflação, freando posteriormente a redução do juro básico (Selic); e uma possível dificuldade adicional para a retomada do emprego em um momento em que o país já atinge 13,5 milhões de desempregados; 2) o corte nas despesas públicas, pelo engessamento constitucional e orçamentário, virá especialmente sobre a infraestrutura, justamente onde o Brasil mais precisa de investimentos para sair da recessão; 3) o pacote tende a ser insuficiente, fato que deverá levar o governo a lançar novo pacote ainda neste ano, talvez com mais cobrança de impostos. E imposto é custo, custo se transforma em elevação de preço e perda de competitividade, e isto se torna inflação, quebra de empresas e mais sonegação. O problema é que a herança recebida dos recentes governos anteriores, nesta área das contas públicas, é assustadora. E sem o retorno do superávit primário, o Estado brasileiro continuará se inviabilizando, sem perspectiva de voltar a crescer de forma sustentável. A luta, agora, é tentar evitar que o Brasil “quebre”. O que, aliás, está faltando pouco! Portanto, a situação é grave! Tão grave que o atual governo, em meados de 2016, projetava um déficit público de R$ 66 bilhões para 2017. Hoje o mesmo já está em R$ 139 bilhões e crescendo. Ao mesmo tempo, o déficit para 2018 acaba de ser revisto para cima. Por sua vez, segundo o FMI, se em 2016 o endividamento total do setor público atingiu ao redor de 78% do PIB, a previsão é de que o mesmo atinja a 93,6% em 2021 antes de começar a recuar. A instituição projeta um superávit primário, no Brasil, talvez para 2020/21. Isto se a PEC dos Gastos Públicos for aplicada integralmente. Ora, o seu sucesso dependerá das reformas estruturais, a começar pela previdenciária, a qual já está fazendo água em função de pressões sociais e políticas.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

07/04/2017 a 13/04/2017)




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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

31/03/2017 a 06/04/03/2017)




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ECONOMIA DA SOJA: O QUADRO PIOROU

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
06/04/2017

Há cerca de um mês concluíamos neste espaço que, apesar de uma safra recorde em volume, a renda média da mesma deixava a desejar na comparação com o ano anterior. Agora, passados quase 30 dias desta primeira constatação, e ainda tomando a realidade gaúcha como referência, a evolução do mercado mostra que, infelizmente, a situação piorou. E isso, mesmo diante de uma revisão para cima na produção e produtividade final gaúcha. Segundo Safras & Mercado, a safra do RS deverá ficar em 17 milhões de toneladas e a produtividade média em 3.120 quilos/ha ou 52 sacos/ha. Ocorre que, nestas últimas semanas, os elementos fundamentais de mercado pioraram. O valor do bushel em Chicago, neste início de abril, caiu para US$ 9,37, voltando aos patamares de um ano atrás, contra US$ 10,14 na média do primeiro trimestre de 2017 (mesmo assim, tal média ainda é bem superior aos US$ 8,81 obtidos no primeiro trimestre de 2016). Em segundo lugar, o câmbio continuou estável, com a média nacional ficando em R$ 3,14 por dólar no período atual, contra R$ 3,90 um ano antes. Em terceiro lugar, a combinação destes dois elementos anteriores resulta em um preço médio em Chicago, em reais/saco, em recuo igualmente (de 75,76 no primeiro trimestre de 2016, para 70,21 em 2017, e apenas 64,26 especificamente no dia 04/04/17). Nesse contexto, o quarto aspecto indica naturalmente um preço médio, praticado no balcão gaúcho, bem mais baixo em 2017 (R$ 64,11/saco na média do trimestre), em relação a 2016 (R$ 70,40/saco no período), sendo que o mesmo já havia recuado, no dia 04/04/17, em muitas localidades, para apenas R$ 54,00/saco. Enfim, seguindo os custos de produção apontados pela Embrapa e a Farsul, e levando-se em conta os dados médios de cada trimestre, a receita líquida operacional média no RS, já considerando a melhoria da produtividade recentemente apontada, recuou de R$ 1.115,22/ha em 2016 para apenas R$ 541,32/ha na atual safra. Ou seja, uma perda de 51,5%! Sem falar que, em muitos casos, ao preço de R$ 54,00/saco, o produtor está apenas empatando com os custos operacionais totais realizados na atual safra. Obviamente, escapam desta situação os produtores que venderam antecipadamente sua safra, atingindo valores entre R$ 70,00 e R$ 85,00/saco, e aqueles produtores que apresentam uma produtividade bem superior a 52 sacos/ha. Ressalvado isso, no quesito renda, pela média, a atual safra está longe se ser super.  Em tempo: no dia 21/03 a Farsul, usando a sua metodologia, já havia anunciado que a rentabilidade média do produtor gaúcho de soja havia caído 21% em 2017

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