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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

ELEIÇÕES E O QUE PODERÁ VIR (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Passadas as eleições presidenciais, assim como foram as demais desde o retorno do voto direto no país, em 1989, agora é continuar trabalhando em favor de toda a Nação, exaltando o princípio democrático do processo. Na área econômica, os desafios são imensos. Como sempre, há coisas boas a serem mantidas e coisas ruins a serem corrigidas. Neste último caso, continua o grave problema do déficit fiscal brasileiro. Especialmente porque o mesmo aumentou muito com a pandemia e com os gastos eleitorais. É preciso, agora, uma ação objetiva para se iniciar um ajuste consistente em relação ao mesmo. Neste sentido, o Presidente eleito precisa urgentemente definir sua equipe econômica de maneira que ofereça segurança ao mercado, sem esquecer as necessidades da Nação. A dúvida é se teremos um governo Lula 1 (2003-2006) ou Lula 2 (2007-2010). Em sendo o primeiro, um ministro da Economia monetarista, que cuide das contas públicas adequadamente, deverá ser o escolhido, encaminhando a governabilidade. Em sendo o Lula 2, há grande risco de termos um ministro desenvolvimentista que, para avançar no social, obviamente necessário, venha a ser irresponsável no controle fiscal do país, alimentando ainda mais o que já está difícil. Nesse meio tempo, seria de extrema importância que o atual Presidente, derrotado democraticamente nas urnas, tenha a sabedoria de acalmar seus seguidores mais radicais e reconheça o resultado. Quanto mais demorar para fazê-lo, mais prejuízo trará ao país, o que não serve a ninguém. Quando os leitores estiverem lendo esta coluna, espera-se, para o bem do país, que isso tenha acontecido. Aliás, um bom governante, democrata, reconhece o resultado eleitoral ainda na noite em que o mesmo seja oficialmente divulgado, pois garantido pelas Instituições do país. Enfim, muito cuidado com os reflexos econômicos de curto prazo que poderão vir (aumento dos combustíveis, disparada cambial etc.), pois, se vierem, estarão na conta do atual governo, que construiu erroneamente tal cenário, e não em função do resultado direto da eleição. Como alertamos sempre, em economia não há almoço grátis, e um dia a conta das irresponsabilidades econômicas chega para todos. E a solução não será, jamais, colocar em dúvida o resultado democrático das eleições, mesmo que não gostemos dele.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 21/10/2022 a 27/10/2022


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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

2023: ILUSÕES E IRREALISMO ORÇAMENTÁRIO (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O atual governo federal apresentou um orçamento, para 2023, completamente fora da realidade. E isso aumenta a bomba fiscal que o próximo governo, qualquer que seja ele, terá que gerenciar a partir do ano que vem. Mais uma vez se está diante de ações irresponsáveis no contexto de eleições gerais, onde as promessas ilusórias proliferam. Se é verdade que a economia nacional parece ter superado o impacto da pandemia, também é verdade que, diante dos gastos públicos desmesurados nos últimos tempos, 2023 será de contração fiscal, ou seja, de bem menos dinheiro público disponível. Caso contrário, continuaremos com uma inflação bem acima da meta inclusive em 2024. A FGV (Conjuntura Econômica, setembro/22) acaba de mapear quatro grupos de fatores potenciais de piora fiscal do país: com impacto sobre o teto de gastos; com impacto na receita primária; com impacto financeiro; e riscos fiscais. Com isso, haverá uma piora das condições financeiras do Estado brasileiro, com a mesma podendo chegar a R$ 434 bilhões, ou algo em torno de 4,2% do PIB, sendo que R$ 207 bilhões apenas na parte federal. Ora, o orçamento para 2023 contempla um déficit primário, do governo federal, ao redor de R$ 63,7 bilhões. Portanto, largamente irreal, como muitas das recentes ações de nossos últimos governos. Está de fora deste cálculo, por exemplo, a manutenção do reajuste para R$ 600,00 do Auxílio Brasil e o reajuste da tabela do Imposto de Renda, largamente prometidos na atual campanha eleitoral e, portanto, sem condições concretas de serem cumpridas, mais uma vez aliás. E se isso vier a ocorrer, haverá uma piora fiscal significativa no país, gerando ainda mais inflação, além de outros problemas, pois o ajuste fiscal realizado no Brasil, nos últimos anos, é insustentável. Hoje, há pelo menos R$ 125 bilhões à descoberto no orçamento federal. O próximo governo terá que fazer frente, de forma realista e responsável, a este risco fiscal contratado para 2023. O problema é que nenhum dos dois candidatos à presidência, neste segundo turno, apresenta propostas para solucionar este desafio central para a vida futura dos brasileiros. Para piorar o quadro, o Congresso Nacional projeta manter o famigerado orçamento secreto para o próximo ano. Congresso este que os brasileiros não souberam, ou não quiseram, mudar adequadamente a composição no dia 02/10.

 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 14/10/2022 a 20/10/2022


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terça-feira, 18 de outubro de 2022

A MIUDEZA QUE NOS DESTRÓI (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

É notório que o Brasil não está crescendo de forma estrutural já faz mais de uma década. E neste momento o que está ocorrendo é um estímulo econômico, em função das eleições, que apenas aquece momentaneamente a economia. Portanto, o crescimento que temos não é sustentável, tem um custo alto, e irá atingir o país logo adiante de maneira aguda. Estamos há muitos anos sem dinamismo. E, o mais preocupante, nenhum dos candidatos à Presidência apresenta caminhos para solucionar esse grave problema. Pelo contrário: todas as ideias expostas (quando elas existem) vão no sentido de piorar o quadro, pois não há responsabilidade fiscal nelas embutida. Como se previa, a Nação está tendo que optar entre o penhasco e o abismo. Com isso, a retomada da inflação, com novos aumentos no juro básico, não pode ser descartada. E o Parlamento recentemente eleito pelos brasileiros, salvo exceções, não exala nenhuma perspectiva de que possa atuar com responsabilidade para tirar o país do atoleiro. E esta ingovernabilidade tende a continuar, qualquer que seja o Presidente eleito. Afora isso, nestes últimos tempos fomos ainda governados sem a devida noção da importância da economia externa sobre a realidade nacional. Ora, não somos uma bolha isolada. E os erros de hoje são o custo que a Nação irá pagar amanhã. A maioria dos economistas percebe isso, porém, infelizmente a população não se convence, preferindo discutir miudezas inconsequentes, deixando de lado os verdadeiros problemas nacionais. Exemplo: enquanto o mundo se prepara para mais uma recessão econômica junto aos principais países, com reflexos sobre todos os demais (o FMI alerta para o fato de que, em 2023, mais de um terço da economia global irá se retrair, incluindo os EUA, a União Europeia e a China), por aqui o governo avaliza as chamadas “bombas fiscais” que podem chegar a um total de gastos ao redor de R$ 435 bilhões (4,3% do PIB e quase sete vezes maior do que o déficit fiscal previsto no orçamento da União para o próximo ano). Não há país que não afunde em tais condições. Especialmente porque, no Brasil, não se age conforme às leis e sim se faz as leis para acomodar os interesses de uma minoria, despejando a conta e as consequências sobre o restante da sociedade.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 07/10/2022 a 13/10/2022


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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

MERCADO DE GRÃOS: A REALIDADE (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A realidade do mercado de três dos principais grãos produzidos no sul do Brasil é de preços em queda. A soja, em Chicago, fechou a primeira semana de outubro em US$ 13,67/bushel. Mais de quatro dólares abaixo do auge de preços obtido nestes últimos 10 anos, ocorrido em junho passado. Essa situação, associada a um câmbio médio estável ao redor de R$ 5,20 há alguns meses, fez o preço da oleaginosa, no interior gaúcho, recuar para R$ 164,00, após ter chegado, em meados de março passado, ao recorde nominal médio de R$ 205,14. Um ano atrás a soja valia R$ 158,00 na média gaúcha. Uma forte retomada dos juros básicos internacionais; o início da colheita de uma safra normal de soja nos EUA, prevista em cerca de 120 milhões de toneladas; o início do plantio de uma área recorde na América do Sul, onde, somente o Brasil espera colher mais de 151 milhões de toneladas; a redução na demanda chinesa, reflexo de uma economia local mais fraca; e um câmbio brasileiro bastante estável, não muito distante de sua paridade normal, apesar das eleições presidenciais locais, trouxeram o mercado para um patamar de preço mais baixo. Já o milho, após ter atingido US$ 8,18/bushel no final de abril do corrente ano, viu Chicago bater em US$ 5,91 no início de agosto, antes de subir para US$ 6,80 neste início de outubro, se mantendo bem abaixo de seu auge no ano. No mercado gaúcho, o preço médio ao produtor veio para valores entre R$ 80,00 e R$ 84,00 na atualidade, contra um pouco mais de R$ 100,00/saco meses atrás. Um ano antes o milho valia R$ 84,39/saco na média gaúcha. Enfim, o trigo, em estágio de colheita no Brasil e perto de registrar uma safra nacional recorde (entre 9 e 10 milhões de toneladas), viu sua cotação, em Chicago, chegar a US$ 14,25/bushel no início de março passado, para depois recuar a US$ 7,31 em meados de agosto e se estabelecer, na atualidade, entre US$ 8,80 e US$ 9,00, devido a continuidade da guerra no Leste Europeu. Com isso, o saco do cereal, no mercado gaúcho, que chegou a atingir R$ 115,00 neste ano, já recuou para R$ 90,00, podendo cair mais a partir da colheita recorde que se espera igualmente no Rio Grande do Sul. Em paralelo, os custos gerais de produção, que subiram mais de 50%, em média neste ano, parecem se estabilizar, porém, sem indicarem recuos compensadores.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

30/09/2022 a 06/10/2022


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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

EMPREGO: RECUPERAÇÃO AINDA INCIPIENTE (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Em 2022 a recuperação do mercado de trabalho, no Brasil, é uma grata surpresa. A taxa de desemprego, que ainda era de 11,1% (PNADC) no final do ano de 2021, recuou para 9,3% no final de junho/22 e para 8,9% no trimestre encerrado em agosto/22.  Além disso, os empregos formais cresceram 1,4 milhão entre o último trimestre de 2021 e o final do segundo trimestre de 2022. No entanto, o processo ainda é incipiente. Afinal, em paralelo à criação de empregos ocorre uma queda do rendimento médio real do trabalho, ou seja, as pessoas estão ganhando menos. Por outro lado, há sérios problemas estruturais, pois toda a criação de postos de trabalho, entre 2012 e 2019, e que se recupera agora, após o auge da pandemia, se deu em ocupações caracterizadas por baixa renda, pouca instrução e alta informalidade. Assim, desde o ano passado, a volta do emprego tem sido puxada por segmentos intensivos em trabalho e de mais baixa produtividade, o que indica que a melhora do mercado de trabalho, em 2022, é “apenas” a recuperação dos setores mais atrasados. Ou seja, “trata-se de uma recuperação do mercado de trabalho com muito emprego para pouco PIB”, pois ainda o processo se dá com elevada subocupação e baixa participação. “Esta última, que é o resultado da razão entre a força de trabalho (PEA) e a população em idade de trabalhar (PIA), durante a pandemia caiu, com a saída de milhões de pessoas da PEA, e ainda está em 62,6%. Caso a taxa de participação voltasse ao nível médio do período 2017-19, de 63,4%, haveria 1,4 milhão de pessoas a mais na PEA, e a taxa de desemprego em junho teria sido de 10,4%, e não de 9,3%. Afora isso, a desaceleração da economia está chegando, a partir do aperto nas condições financeiras do país (alta dos juros). Só não chegou neste segundo semestre porque foi adiada pelas medidas fiscais de estímulo no ano eleitoral. Nota-se que, à medida que sobem as projeções de crescimento do PIB em 2022, recuam as relativas a 2023, que em alguns casos já entraram em território ligeiramente negativo. Se esses prognósticos estiverem corretos, o mercado de trabalho voltará a sofrer impactos negativos da atividade econômica entre o final deste ano e 2023.”. Assim, é inegável a melhora conjuntural, porém, há muitas dúvidas se esta dinâmica é persistente e sustentável (Conjuntura Econômica, FGV, Agosto/22. pp. 6-8).

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