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segunda-feira, 29 de junho de 2020

ALGUMAS CERTEZAS (I)


Entre os dias 14/05 e 29/06 (as 8hs da manhã) o Brasil passou de 202.918 para 1.345.470 casos confirmados de Covid-19. Em mortes, passou de 844 para 57.659 mortes. No primeiro caso, um aumento superior a 563% em apenas 45 dias. No segundo caso, o aumento é superior a assombrosos 6.730%. O mundo já tem mais de 10 milhões de infectados e 500 mil mortos. O Brasil responde por 11% das mortes totais no planeta, caminhando para liderar esta triste estatística mundial. Este é o resultado sanitário direto da “gripezinha” que nos assola. Pelo lado econômico, as dúvidas que existiam começam a se tornar certezas. A primeira delas é que efetivamente o PIB nacional se retrairá, neste ano, entre 6% e 10%. A segunda, é que o enfrentamento da pandemia, de forma, geral, não tem sido bom, pois entramos na temida situação do “abre e fecha”, realidade que não segura o avanço da doença e, muito menos, recupera a economia. Em terceiro, o que está ruim pode, sim, ainda piorar, pois ninguém sabe quando poderemos voltar à “normalidade”, sendo já factível avançar que, talvez, em 2021. Em quarto lugar, a expectativa da equipe econômica do governo, de um retorno rápido da economia, se mostra cada vez mais irrealista. Ao invés de um retorno em V, está cada vez mais cristalino que nosso retorno caminha para ser em U. Em quinto lugar, o necessário aumento pontual do gasto público, visando evitar o pior na economia, trará seu fardo logo adiante, ao gerar um déficit público total que, hoje, já se calcula ao redor de R$ 912,4 bilhões (incluindo Estados e municípios), com a dívida pública batendo em 100% do PIB, podendo mesmo ultrapassar esta marca no final do ano (cf. IFI), contra 75,8% no final de 2019. Isto porque, aos gastos públicos crescentes, deve-se somar o fato de que, nos primeiros cinco meses do ano, o governo reduziu sua arrecadação, já descontada a inflação, em 12%. Para piorar, do total de dinheiro público disponibilizado para animar a economia em tempos de pandemia, apenas um terço chegou ao destino esperado. (segue)

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Análise semanal dos mercados da soja, milho e trigo

19/06/2020 a 25/06/2020


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segunda-feira, 22 de junho de 2020

A QUEM BENEFICIA O RECUO DA SELIC


Entre outubro de 2016 e junho de 2020 a Selic recuou mais de 84%, passando de 14,25% para 2,25%. A redução do juro básico serve, especialmente, para animar a economia, deixando o dinheiro mais barato. Todavia, desde 2016 o efeito deste mecanismo, em nossa economia, é pífio em relação a este objetivo. Hoje, reduzir a Selic beneficia especialmente a três setores: o Estado; os bancos; e os exportadores. O Estado, porque parte de sua dívida pública está indexada na taxa básica. Assim, a redução da mesma diminui o montante da dívida estatal. Os bancos, porque imediatamente à baixa da Selic eles repassam o recuo aos juros que pagam às aplicações de seus clientes (poupança, Renda Fixa etc...). Mas não baixam na mesma proporção os juros que cobram pelos empréstimos que realizam. Ao contrário, tais juros seguidamente têm aumentado, mesmo agora, em plena pandemia. E os exportadores porque a redução da Selic, potencializada pela desorganização da política nacional, acelera a saída de dólares do país e freia a entrada de novos investidores externos. Assim, o Real se desvaloriza, melhorando os ganhos da exportação. No entanto, esta realidade aumenta os custos na importação, fazendo com que estes exportadores venham a ter custos bem mais elevados logo adiante, ao necessitarem repor seus insumos e máquinas, geralmente importados. Sem falar no aumento do potencial inflacionário futuro. Os grandes perdedores são especialmente a maioria da população nacional, pois os juros que recebem pela sua poupança e/ou outra aplicação, em termos reais, já estão ficando negativos. Ou seja, estão rendendo menos do que a inflação oficial. Ora, um pouco mais de 60% do PIB nacional se deve ao consumo das famílias brasileiras. Retirando ainda mais ganhos destas famílias, sem uma contrapartida quanto a dinamizar a economia e gerar empregos, a redução da Selic acaba causando um efeito inverso ao esperado. Portanto, está mais do que na hora de o Copom repensar sua estratégia, encontrando o real equilíbrio entre o valor da Selic e as necessidades da população brasileira. 

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Análise semanal dos mercados da soja, milho e trigo

12/06/2020 a 18/06/2020


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segunda-feira, 15 de junho de 2020

OS NECESSÁRIOS INVESTIMENTOS EXTERNOS


O advento da Covid-19 nos traz um outro problema, além de todos aqueles que já sabemos. Devido a uma freada ainda maior no consumo das famílias, diante das incertezas causadas pela pandemia, nossa inflação recuou significativamente nos últimos dois meses. Hoje estamos em deflação, com a possibilidade de terminarmos 2020 com uma das menores taxas da história. Paradoxalmente, o governo central não tem motivos para comemorar. Isso porque, a partir da lei do Teto do Gasto Público, o crescimento das despesas federais no ano seguinte será limitado à inflação em 12 meses, acumulada até junho do ano anterior. Inicialmente, o governo contava com uma inflação ao redor de 3,2%, entre julho/19 e junho/20, fato que permitiria aumentar os gastos públicos em R$ 47 bilhões em 2021. Agora, a estimativa de inflação é de 1,9%. Assim, as despesas públicas no próximo ano poderão crescer apenas R$ 28 bilhões sobre o total deste ano. Como o dinheiro público já estava escasso antes da pandemia, com os gastos extraordinários realizados por conta da Covid-19 e a redução da inflação acima do esperado, a situação se complica ainda mais. O problema é que, após as despesas obrigatórias, a sobra mínima necessária para manter a enorme máquina pública federal, e realizar algum investimento, deveria ser R$ 89,9 bilhões. Mas o volume estimado fica, agora, em R$ 70,9 bilhões (cf. IFI). E isso se não surgirem despesas extras! Portanto, mais do que nunca o Brasil precisará do capital estrangeiro. Ora, com exceção deste último mês de maio, desde julho do ano passado vem saindo mais dinheiro externo do que entrando no país. Nosso fluxo cambial, entre agosto/19 e abril/20, ficou negativo em US$ 55,3 bilhões, sendo que em 12 meses o total negativo ultrapassou os US$ 60 bilhões. E o saldo positivo de maio se deve exclusivamente ao resultado positivo da conta comercial (US$ 3,962 bilhões), já que as operações financeiras apresentaram déficit de US$ 882 milhões. Daí resultou o enorme tombo da B3 (ex-Bovespa) e a desvalorização do Real em torno de 40% em menos de cinco meses. Para segurar o câmbio o governo comprometeu 16,1% de nossas reservas cambiais, as quais chegaram, ao final de maio, em US$ 299,3 bilhões, contra US$ 356,9 bilhões no encerramento de 2019. Como não temos poupança suficiente para alavancarmos os investimentos, precisamos voltar a atrair o capital externo. Ora, é sabido que tais recursos não saíram apenas devido à pandemia, mas especialmente devido a péssima condução da política interna em Brasília. Ajudaria substancialmente, portanto, se o governo central, a começar pelo Presidente da República, melhorasse sua postura e gestão em relação ao mundo e ao próprio país.     

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Análise semanal dos mercados da soja, milho e trigo

05/06/2020 a 11/06/2020


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segunda-feira, 8 de junho de 2020

REFORMA TRIBUTÁRIA: SAIR DA INEFICIÊNCIA E INJUSTIÇA


No último 4 de junho tivemos a 14ª edição do “dia livre de impostos” no Brasil, instituído pela CDL Jovem. Aproveitando o ensejo, destacamos que o governo federal precisa rapidamente avançar com a reforma tributária. Hoje tem-se uma alta concentração de renda em mãos do Estado (quase 75% dos impostos ficam com a União). A carga tributária total alcança cerca de 36% do PIB anual. Nosso sistema é regressivo (na medida em que a renda aumenta paga-se menos imposto), onde o mesmo cobra mais sobre o consumo do que sobre a renda. Ou seja, se penaliza a produção e não a especulação financeira e as grandes fortunas. Assim, pão francês, arroz e feijão, sofrem imposição de 17%; manteiga 34%; lápis 35%; caneta 50%; caderno escolar 35%; medicamentos humanos 34%; panelas 46%; diesel 42%; gasolina 62%; conta de luz 48%; cimento 30% etc (cf. IBPT). E tudo isto basicamente para manter a máquina pública, inchada e ineficaz. A Covid-19 escancarou esta realidade nacional. A pandemia está matando mais de um brasileiro por minuto atualmente e nosso sistema público de saúde em colapso, praticamente sem apoio do poder central (a última medida do mesmo é manipular as informações sobre mortos e atingidos pela doença, no velho estilo totalitário presente nos governos fascistas, socialistas, comunistas e ditatoriais de todos os matizes). Em tal contexto, é evidente que a reforma tributária precisa contemplar o sistema “progressivo” (na medida em que a renda aumenta o contribuinte paga mais imposto), corrigir as distorções existentes (a tabela do IR está defasada em cerca de 100% neste momento), e distribuir melhor a renda pela ação do uso correto deste instrumento. Infelizmente, as propostas que circulam no Congresso contemplam apenas ajustes como transformar alguns impostos em um só e coisas do gênero. Podendo ainda caminhar para um aumento de impostos. Se assim for, perderemos mais uma oportunidade de realizarmos uma reforma que alavanque o crescimento da economia, melhore a qualidade de vida do cidadão, e aponte para uma saída do subdesenvolvimento.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Análise semanal dos mercados da soja, milho e trigo

29/05/2020 a 04/06/2020


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segunda-feira, 1 de junho de 2020

INFELIZMENTE PIOROU O CENÁRIO FUTURO


O PIB oficial de -1,5% no primeiro trimestre deste ano confirma a volta da recessão no país, acompanhada de depressão econômica no primeiro semestre de 2020. E o número veio pior do que se esperava considerando que o Covid-19 atingiu a economia apenas na última quinzena do trimestre. Isso significa que nosso PIB, após a péssima performance dos últimos anos, continuou ruim no início de 2020, independente da pandemia. Mas o pior ainda está por vir! Em nossa economia repetindo o -1,5% nos próximos três trimestres do ano, fecharemos o mesmo com -6%, ou seja, dentro do que o mercado, neste momento, está esperando. Todavia, a projeção de PIB para o segundo trimestre (abril-junho) é de -10%. Com isso, mesmo se o PIB venha positivo para o segundo semestre, esta melhoria terá que ser substancial para evitar o choque, algo difícil de projetar diante do efeito “iô-iô” que o enfrentamento do Covid-19 está provocando no país. Junta-se a ele uma desastrada condução política no Planalto. No primeiro caso, os temores iniciais se confirmam: flexibilizar muito rapidamente, de qualquer forma, sem controle adequado e sem auxílio da população, que pouco “se ajuda”, está nos levando a novos fechamentos econômicos e ao retrocesso, repetindo outros países. No segundo caso, a pandemia cristalizou que a condução política do país está à deriva, colocando em xeque o funcionamento dos poucos setores públicos ainda sérios, dentre eles o econômico. Diante disso, a economia tem poucas condições de se recuperar no restante deste ano. Assim, -7% para o PIB de 2020 já passa a ser “a menos pessimista das projeções.” Ciente disso, o capital externo continua saindo, e já aventa um calote da dívida brasileira, pois teme que a equipe econômica não consiga voltar a uma política de austeridade para com o gasto público. Não é por nada que o Real foi a moeda que mais se desvalorizou em relação ao dólar nestes primeiros meses do ano. Hoje o mercado internacional a considera uma moeda “tóxica”, a evitar. E os motivos não estão apenas relacionados à pandemia, nada indicando que o quadro interno irá se modificar tão cedo.     

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