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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

(16/12/2016 a 22/12/2016)




Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.
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O FUTURO

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
22/12/2016


O ano de 2017 desponta com enormes desafios. Para encará-lo será preciso, em primeiro lugar, entender que o recente “pacote de 10 medidas” não tem um caráter de solução imediata. O mesmo alivia dívidas e desburocratiza em parte o Brasil, podendo dar mais competitividade ao setor produtivo nacional, mas seus resultados aparecerão no médio e longo prazo desde que seja bem executado. Muitas das medidas, inclusive, estão ainda no terreno das intenções. Em segundo lugar, o grande desafio é corrigir erros passados e consolidar a PEC dos Gastos Públicos e as reformas estruturais, em especial a previdenciária. Estudos recentes da FGV indicam que o desajuste fiscal se deu em função de que a Constituição de 1988 indexou ao salário mínimo o piso previdenciário, os benefícios assistenciais, o abono salarial e o seguro-desemprego. A política de valorização do salário mínimo, implantada entre 1988 e 2015, acabou, portanto, por levar a uma grande expansão do gasto público, o qual não encontrou contrapartida no aumento das receitas. Sem falar em outros tantos gastos federais que pouco ou nada resultaram em avanços sociais concretos e sustentáveis. Em terceiro lugar, se a PEC dos Gastos Públicos der certo, o primeiro superávit primário será visto apenas entre 2024 e 2026 (serão, portanto, algo em torno de oito anos de apertos até o início do alívio fiscal). Nesse caso, trata-se de disciplinar o conflito distributivo nacional sem que se comprometa o controle inflacionário. Para tanto, a economia política, dominada por grupos de pressão organizados, que conseguem colocar na legislação seus privilégios, deve dar lugar ao chamado “interesse difuso” (maioria da população, a quem a estabilidade dos preços interessa). O problema é que talvez a PEC 241/55 tenha vindo tarde demais e não haja mais tempo para consertar o estrago fiscal realizado no país. Enfim, os brasileiros precisam entender que nunca teremos um país melhor se não fizermos logo as reformas, as quais vêm no arcabouço da PEC 241/55. Para isso dar certo, até 2026 o país precisará reduzir o tamanho do governo central, altamente ineficiente, em um terço. Isso, se bem administrado, permitirá que não se fique apenas em cortes, mas se amplie a eficiência do gasto público. Se assim o fizermos, não ficaremos condenados ao insuficiente crescimento médio de 1% ao ano do PIB per capita, que é nosso destino se a situação vigente não mudar (cf. Conjuntura Econômica, FGV, novembro 2016). Portanto, 2017 pode ser o início de um longo ajuste que alavancará o país a patamares superiores de crescimento. Para tanto, não se pode permitir que as minorias interesseiras (as mesmas que tentaram solapar o Plano Real), e que sempre ganharam com o descontrole econômico, inviabilizem o processo de ajustes que se inicia.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

(09/12/2016 a 15/12/2016)




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PONTOS POSITIVOS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
15/12/2016


Além do avanço da operação Lava-Jato, devemos saudar, neste final de ano difícil que foi 2016, alguns resultados positivos na economia nacional. Embora ainda insuficientes, os mesmos são um alento à construção de bases mais sólidas para sairmos do atual marasmo nos próximos anos. Em primeiro lugar, temos a nova equipe econômica que passou a comandar o Brasil. A mesma está em melhor sintonia com as necessidades urgentes do país. Em segundo lugar, destaca-se a tomada de consciência de que o Estado nacional está em situação crítica e precisa de ajustes urgentes. O avanço da PEC dos Gastos Públicos e da Reforma Previdenciária é fundamental para a correção de rumo do país, as quais devem ser seguidas de outras reformas fundamentais. Pode não ser o melhor dos ajustes, mas sem ele a economia nacional não reverte o quadro de crise. Em terceiro lugar, e de forma mais pontual, o arrefecimento da inflação, mesmo que venha pela redução do consumo devido ao fortíssimo endividamento e inadimplência dos brasileiros (respectivamente 59% e 40% da população adulta), é para se comemorar (o ano pode fechar perto de 6,5%, atual teto da meta inflacionária). Esta realidade nos leva ao quarto ponto! O governo pode acelerar a redução da Selic, hoje em 13,75% ao ano. Apesar dos fatores externos (possível elevação dos juros nos EUA) e internos (fragilidade ética e política do governo), existe sim espaço para reduzirmos a Selic para 11% ao final de 2017. A redução do juro é um importante instrumento para a retomada do crescimento econômico. Em quinto lugar, mesmo sendo resultado de forte redução nas importações e não da retomada das exportações, o extraordinário resultado da balança comercial em 2016 (o ano pode terminar com superávit entre US$ 45 e 50 bilhões, talvez um recorde histórico) auxilia a melhorar as contas externas, reduzindo fortemente o déficit da balança de transações correntes. Em sexto lugar, e ligado ao fato anterior, o governo brasileiro parece ter conseguido estabilizar o câmbio entre R$ 3,10 e R$ 3,50, situação que oferece maior segurança para os negócios internacionais e demonstra que o colchão de reservas, ao redor de US$ 370 bilhões, tem sido importante neste contexto. Enfim, de forma geral, há o sentimento de que a economia brasileira parou de cair e começa a gerar apoios para voltar a ficar em pé. Dito isso, é óbvio que este conjunto de fatores ainda está sobre uma base política fraca, além de ficar a mercê de fatores externos que podem ser mais complicados em 2017, a começar pelas decisões a serem tomadas pelo novo governo dos EUA. Será preciso muita responsabilidade político-econômica para não se jogar fora o pouco que se conseguiu, além de a sociedade entender que mágicas não existem e que a realidade exige medidas duras para, se bem executadas, curar o paciente.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

(02/12/2016 a 08/12/2016)




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VAI SER MAIS DIFÍCIL

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
08/12/2016


Infelizmente as notícias continuam ruins neste final de 2016, frustrando as expectativas dos mais otimistas quanto a uma recuperação mais consistente da economia no próximo ano. Os dados do PIB do terceiro trimestre passado vieram muito aquém do esperado, confirmando que a crise é bem mais profunda e de difícil solução. O -0,8% de crescimento não só representou o sétimo trimestre consecutivo de recuo como também foi o pior do corrente ano. E não há nenhum sinal de que para este último trimestre o processo possa ser revertido. Assim, 2016 tende a fechar com um PIB negativo entre 3,5% e 4%, podendo se constituir em resultado ainda pior do que os 3,8% registrados em 2015. E para 2017, diante de tal quadro, a tendência se modifica, confirmando nossos alertas. Um crescimento de 0,5% será para comemorar, pois agora a maioria dos analistas acredita em 0% e, talvez, um novo revés negativo. Dois elementos estão na base deste processo na atualidade: o retorno da fragilidade política, com o atual governo se enredando igualmente em questões ligadas à corrupção, além do atrito claro entre Legislativo e Ministério Público na busca, pelo Congresso, de escapar das consequências da Lava-Jato. A confiança do mercado para com o governo se esboroa rapidamente, e com ela vai junto a confiança do consumidor, o qual não vê luz no fim do túnel para seu endividamento e inadimplência. Não é por nada que o PIB do 3º trimestre trouxe um conjunto de dados ainda mais preocupantes. O primeiro: o investimento recuou 3,1% no período e a taxa em relação ao PIB caiu para tão somente 16,5%, enquanto a taxa de poupança veio a 15,1%. Nos dois casos o ideal seria 25% do PIB! Ora, sem poupança não há investimento e sem este último não há crescimento. Segundo: o consumo das famílias continuou caindo, ficando em -0,6% e completando o sétimo trimestre seguido de baixa. Para completar o quadro, em comparação ao terceiro trimestre de 2015, que foi o primeiro ano de forte recessão no atual período, a queda é acentuada indicando piora na saúde do paciente: a agropecuária recuou 6%, a indústria 2,9%, os serviços 2,2%, o consumo das famílias 3,4%, o consumo do governo 0,8% e os investimentos 8,4% (a décima baixa consecutiva). Como já se sabia, não há mágica e a ideia de que estaríamos saindo do fundo do poço nesta virada de ano está sendo arquivada pelos que assim acreditavam. Ou seja, 2017 tende a ser mais difícil do que o imaginado! Em termos gerais, resta esperar que haja condições para uma redução mais consistente da Selic. Em termos mais específicos, vamos torcer que o Centro-Sul brasileiro, e o Noroeste gaúcho em particular, tenham um clima positivo que nos proporcione uma safra de verão cheia que mitigue em parte o aperto.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

(25/11/2016 a 01/12/2016)




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A CRISE GAÚCHA TEM RESPONSÁVEIS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
01/12/2016


Os Estados brasileiros, com raras exceções, após décadas de gastos públicos descontrolados e alimentados pelo populismo eleitoral, com grande dose de irresponsabilidade gerencial adicionada, chegam hoje à falência anunciada. E, como toda crise, seja no setor privado seja no setor público, ela tem responsáveis. O Rio Grande do Sul talvez esteja entre os piores, fato que levou o governo atual a lançar mão de um pacote de medidas duras visando encaminhar um ajuste nos próximos anos. A realidade é que o país e seus Estados não possuem mais fôlego para sustentarem um sistema de governo que ignore o ajuste das contas públicas, dentro de uma racionalidade que coadune receitas e despesas. Obviamente, os atingidos pelos ajustes reclamam. Porém, quando os gastos desmesurados grassavam por anos a fio poucos pararam para se perguntar de onde vinha o dinheiro para manter a farra. Hoje a conta chegou! Sempre é possível fazer diferente, porém, não há como escapar dos cortes e quem governa se obriga a fazer escolhas. Segundo o órgão estadual Fundação de Economia e Estatística (FEE) a situação gaúcha se complicou muito nos quatro anos do governo anterior, pois o mesmo não adotou uma “política fiscal séria”. Aliás, o único governo que o fez, nos últimos anos, deixando ao seu final as contas em azul, foi o de Yeda Crusius, o qual acabou sendo “apedrejado” por defender o “déficit zero”. Ora, entre 2009 e 2015 o Rio Grande do Sul aumentou a sua despesa com pessoal a uma taxa nominal de 12,5% ou 5,7% reais, quando a receita cresceu 2,5% ao ano. Somente no período de 2011 a 2014 o crescimento real anual da despesa com pessoal foi de 6,1% e o da receita de apenas 2,4%. Uma irresponsabilidade fiscal assustadora. Agora, ou se fazem os ajustes ou quebramos todos e, na esteira dos Estados, irá definitivamente o país. Não é mais possível suportar gastos de R$ 60 milhões diários com a folha dos servidores. Assim como não é possível que somente os servidores do Executivo paguem a conta. Os demais poderes devem igualmente dela participar. No entanto, os mesmos agem como se nada estivesse ocorrendo, exigindo receber em dia e, como se não bastasse, receber aumentos retroativos como o caso do auxílio-alimentação para juízes e promotores. Não é mais possível sustentar um déficit previdenciário estadual de R$ 7,5 bilhões (apenas em 2015) para cobrir aposentadorias (o pior do Brasil). Não é possível aceitar que um auditor fiscal da Receita Estadual tenha recebido uma remuneração líquida em outubro de, pasmem, R$ 276.804,52 (cf. ZH, 15/11/2016, p. 8). E assim por diante! A maioria dos gaúchos não suporta mais um Estado perdulário a este nível. Que a lição seja aprendida para o bem das gerações futuras.

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