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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

19/05/2017 a 25/05/2017)




Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.
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A ECONOMIA NO CAOS POLÍTICO

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
25/05/2017



Um dos desafios para o Brasil sair da crise econômica era superar a crise política. Infelizmente, desde que esta última se cristalizou no país, ainda em 2005/06 com o “mensalão”, o país somente afundou na mesma. O impeachment da ex-presidente Dilma foi apenas um capítulo do processo, pois a ascensão de seu vice (Michel Temer), em termos de confiabilidade e ética política, deixava a desejar. O que aliviou momentaneamente a crise foi a consolidação de uma equipe econômica, aceita pelo mercado porque capaz de adotar medidas de ajustes. Entretanto, era sabido que sem o ajuste fiscal profundo, acompanhado das reformas estruturais adequadas, o ensaio de recuperação econômica seria “um voo de galinha”. O atual governo já vinha claudicando neste sentido ao ceder em pontos importantes das reformas, construindo uma “meia sola” insuficiente para as necessidades dos ajustes fiscal e econômico. Agora, com o escândalo da JBS na mesa, e todas as suas consequências nos diferentes escalões da República, além de evidenciar que os últimos governos (Lula, Dilma e Temer), juntamente com muitos deputados e senadores, estiveram e estão fortemente comprometidos com a corrupção endêmica nacional, mostra que o impacto na economia é enorme (mais uma vez). E a “caixa preta” do BNDES apenas começou a ser aberta! As evidências até aqui existentes mostram como o dinheiro público, através deste banco de fomento, foi utilizado indevidamente por alguns privilegiados (somente a JBS, a partir de 2007, praticamente ganhou cerca de R$ 10 bilhões, sem falar no caso Eike Batista, nos financiamentos à investimentos no estrangeiro para sustentar governos afinados com a ideologia de quem nos governava e assim por diante). O efeito imediato sobre nossa economia é de paralisação, com a manutenção do país na recessão após um primeiro trimestre que deu uma pequena esperança de recuperação, mesmo que parcial. Assim, a recuperação de empregos fica comprometida (quem irá investir diante de tal quadro político-policial?). E até o quadro se definir o país viverá alta volatilidade cambial, bursátil e vê comprometida sua política de redução do juro básico (Selic). No âmbito internacional, as agências de risco voltaram a reduzir nossas notas de crédito e o Brasil passa a ser visto, novamente, como uma “republiqueta bananeira”, onde boa parte do poder público se vende facilmente. Se o Ministério Público e a Polícia Federal decidirem ir a fundo, o Brasil poderá ser outro em futuro próximo, e para melhor. Mas, para isso, temos que limpar esse cancro político que fundeou este capitalismo de compadres entre parte dos políticos, de todos os matizes, e do empresariado aqui instalado.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

12/05/2017 a 18/05/2017)




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A FORMAÇÃO QUE NOS FALTA (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
18/05/2017



O desastre de nossa educação atual, visto em números no comentário passado, já vem de algum tempo e compromete totalmente o futuro do país. O símbolo desta realidade se encontra, em grande parte, na geração que nos governa, envolta em alta incompetência e ilícitos generalizados. Em quadro de tamanho descalabro, não pode ser surpresa o fato de 40% da população nacional estar inadimplente e 59% endividada, sem grandes perspectivas de saldar a conta. Nos faltam formação básica na área financeira e econômica! Não pode ser surpresa igualmente que meio milhão de famílias, diante da falta de perspectivas, em grande parte geradas pela péssima formação de seus membros, tenham retornado ao programa Bolsa Família no país. E não adianta o governo anunciar aos quatro cantos do país que destina milhões para a educação nacional, se tais recursos são gastos muito mal. Não adianta ter quantidade de dinheiro! É preciso ter qualidade no seu uso. Não basta apenas tentar melhorar a qualidade de vida dos brasileiros pela via material, como se buscou no passado recente. Isso não se sustenta, como a realidade nos mostra agora, sem alto nível de saúde e educação. Como afirma Cristovam Buarque (foi candidato à presidência da República em 2006, tendo como projeto central a melhoria da educação nacional, e ganhou pouco mais de 2% dos votos dos brasileiros), as universidades “acabam ficando fragilizadas por causa da má educação de base dos acadêmicos e do corporativismo”. No primeiro caso, grande parte dos alunos ali chegam sem saber escrever e interpretar corretamente textos, sem saber matemática e interpretar minimamente um gráfico ou um dado estatístico. No segundo caso, a universidade brasileira em geral “desconectou-se da realidade brasileira, ficando subordinada aos sindicatos, fragilizada pelo corporativismo e pelo despreparo dos acadêmicos” (cf. entrevista de Cristovam Buarque, Veja, 20/01/2016, pp. 13-17). Enquanto isso continuar e o governo usar a educação como slogan, enganando as pessoas, esta realidade somente irá piorar. E os jovens de hoje, formados em tal contexto, serão os dirigentes deste país amanhã. Também aqui é premente uma ampla, profunda e consequente reforma que venha a colocar o ensino brasileiro como um dos elementos motores do desenvolvimento e não, como hoje ocorre, um instrumento onde o mote “faço de conta que ensino e você faz de conta que estuda” tem sido muito presente em grande parte das instituições de ensino nacionais, muitas vezes apoiado por decisões oficiais, onde todo mundo passa de ano, sem importar se realmente estudou, sabe o conteúdo, frequentou as aulas e se esforçou em busca de qualificação, pois o objetivo central é tão somente preencher estatísticas que serão usadas em campanhas políticas duvidosas. 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

05/05/2017 a 11/05/2017)




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A FORMAÇÃO QUE NOS FALTA (I)

A FORMAÇÃO QUE NOS FALTA (I)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
11/05/2017

Em março passado a ONU anunciou o novo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mundial, a partir de dados coletados em 2015. Pela primeira vez, desde que o Índice passou a ser referência para medir o desenvolvimento dos países (em 1990), o Brasil ficou estacionado. Em uma posição longe de ser confortável, pois se situa em 79º lugar de um total de 188 países pesquisados. Estamos juntos com a ilha de Granada, abaixo da Rússia e um pouco acima da média regional da América Latina e Caribe. Tal índice leva em conta três quesitos fundamentais: saúde, educação e rendimento. No caso brasileiro, a estagnação teria ocorrido principalmente pela queda no rendimento, devido à recessão econômica que nos atingiu, a qual elevou o desemprego (hoje acima de 14 milhões de pessoas em idade ativa, chegando a mais de 25% na faixa etária entre 15 a 24 anos de idade). Grande parte desse desemprego, por sua vez, ocorre na esteira da baixa formação de nossa mão de obra. E aí entra o quesito educação em jogo. Os visitantes brasileiros, na recente feira mundial de Hannover (Alemanha), voltaram convencidos de que estamos com grande atraso tecnológico perante os principais países concorrentes, detectando que tal atraso se deve, em grande parte, a uma educação precária. E a realidade, neste sentido, é gritante. Segundo a última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), realizada em 2015, os estudantes brasileiros ingressam no Ensino Médio “sem conhecimento e as habilidades mínimas para exercer uma plena vida social e econômica”. Em matemática, 70% de nossos estudantes não sabem o básico, em ciências 56% e em leitura 51%. Além disso, mais de 60% dos professores brasileiros de ciências, no Ensino Fundamental, não possuem formação específica. Ou seja, em geral, nossos professores, e isso vale para grande parte em todos os níveis do ensino nacional, são de qualidade precária, pois formados, na base, em um ambiente de qualidade comprometedora. Mais, o Pisa indicou que, dentre 70 países pesquisados, o Brasil ficou na posição 63 em ciências, 59 em leitura e 65 em matemática. Portanto, estamos entre os piores do mundo em educação. Não há como gerar desenvolvimento em tal quadro caótico! E os problemas nacionais na área não param aí! Em nosso país, segundo o Pnad, somente 54% dos estudantes concluem o Ensino Médio até os 19 anos, enquanto 15,7% dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos não estudam. E muitos que estudam, o fazem muito mal. Além disso, relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), com sede em Paris, ao comparar dados de mais de 40 países, evidenciou que apenas 14% dos adultos brasileiros têm Ensino Superior, contra a média de 35% obtida no conjunto dos países pesquisados. Um desastre! (segue)

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

28/04/2017 a 04/05/2017)




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quarta-feira, 3 de maio de 2017

A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A RECUPERAÇÃO AMEAÇADA (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
04/05/2017


A sociedade brasileira precisa entender que o período de contínuos aumentos do gasto público, recheado por desvios e buscando atender interesses de pequenos grupos privilegiados, não tem mais espaço em nossa economia. Pelo simples fato de que essa prática “quebrou” o Estado brasileiro. Hoje, uma economia “intensiva em Estado” foi inviabilizada, inclusive por aqueles que se dizem defensores das causas sociais. Agora, somos obrigados a fazer escolhas, a maioria delas doloridas. E ninguém está gostando, obviamente, das opções de escolha que estão sendo postas à mesa, pois ninguém deseja pagar a conta do estrago econômico que grande parte da sociedade brasileira não só deixou acontecer como o estimulou em um passado não muito distante. E sem os ajustes estruturais a economia não irá se recuperar de forma sustentável, nos levando a enganos grosseiros quando ocorrer soluços de recuperação de curto prazo. Em se tratando especificamente da reforma da previdência, o principal erro é não incluir todos os segmentos da sociedade. O segundo erro é a sociedade não entender que, se as despesas previdenciárias crescerem em demasia, as demais despesas da seguridade irão se comprimir a ponto de comprometer os demais serviços públicos, além de diminuir o espaço fiscal para investimentos. O terceiro erro está em resistir às mudanças quando as mesmas são inevitáveis. O que seria importante é entendermos qual o tamanho do ajuste necessário e quais sãos as melhores alternativas para realizá-lo. Na prática precisamos adequar a sustentabilidade do sistema com a proteção social. O quarto erro é não entender que uma reforma bem feita (e isso depende da superação dos outros três erros citados) permitirá o equilíbrio fiscal, com a consequente queda dos juros, reestabilizando a economia no curto prazo. Já no longo prazo a mesma prolongará o efeito benéfico do chamado “bônus” demográfico, ao manter maior parcela da população no mercado de trabalho, poderá gerar mais produtividade e acúmulo de poupança, resultando em mais investimentos e crescimento. Enfim, uma boa reforma da previdência gerará mais equilíbrio entre crescimento e distribuição (cf. Conjuntura Econômica, FGV, março 2017). Pelo sim ou pelo não, o fato é que não há mágica! Não há mistério! O crescimento econômico do país está comprometido. O mesmo tem por causa os grandes desequilíbrios existentes na economia. Para resolver isso não podem ser mantidos direitos que não são sustentáveis. Dito de outra forma, se realizar com acerto o dever de casa, resolveremos as questões estruturais do país. Caso contrário, nossa economia ficará nesse estágio, ora um pouco melhor, ora bem pior, como, aliás, tem sido, com raras exceções, ao longo da história deste país, penalizando sempre os mais pobres, hoje ainda a maioria dos brasileiros. 

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