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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O CONSUMO INTERNO E O TRABALHO (Final) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Além das reformas estruturais adequadas, coisa que falta ainda neste país, é preciso que se qualifique a mão de obra para possibilitar que se repercuta em melhoria econômica o fato de 64,5% do PIB estar relacionado aos gastos das famílias. Ora, nossos jovens acreditam não ter perspectiva de ascender socialmente pelo trabalho no Brasil de hoje. Isso nos coloca em 103º lugar mundial, em um total de 130 países pesquisados pela FGV. Além disso, vale destacar que os desafios de hoje, na área do trabalho, não são mais os que conhecemos até agora. A questão é nos prepararmos para os “trabalhos do amanhã”, conforme destaca a terceira edição do documento “Fórum Econômico Mundial: o futuro do trabalho”, divulgado dia 20/10/2020 (cf. ZH, Caderno Doc., 31/10-01/11/2020, p.15). Em plena 4ª Revolução Industrial, faz-se urgente “a qualificação ou o aprimoramento das habilidades dos indivíduos para a devida inserção no mundo digital, criando um mapa de diretrizes para orientar quem será deslocado de suas funções com vistas a conferir condições de prosperidade nos trabalhos do amanhã.” A pandemia deixou evidente a necessidade de absorvermos a ideia da “reinicialização global”, através de um novo contrato social, pelo qual se possibilite um “sistema mais igualitário, sustentável e justo, que ofereça aos integrantes das classes da base da pirâmide (a maioria dos brasileiros) a desejada ascensão e restaure a coesão social”. Caso isso não ocorra com urgência, estaremos criando mais gerações perdidas, sem aproveitamento de seus potenciais, em uma sociedade ainda mais desigual, com a consequente piora da qualidade de vida no país. Assim, há uma relação direta entre melhoria do PIB, melhoria do consumo, melhoria da formação de nossa força de trabalho, e desenvolvimento. Infelizmente, isso não sensibiliza o governo federal, o qual continua desdenhando da educação, da ciência e da formação das pessoas, se afundando em um negacionismo retrógrado, levando o Brasil consigo. 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

20/11/2020 a 26/11/2020


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terça-feira, 24 de novembro de 2020

O CONSUMO INTERNO E O TRABALHO (I) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O gasto das famílias em relação ao PIB é de 64,5% no Brasil. Portanto, a economia brasileira, para se recuperar adequadamente, depende de uma melhoria substancial no consumo interno. Ora, isso não ocorrerá caso o país mantenha 2/3 de sua população em nível de baixa renda. E a pandemia em 2020 cristalizou esse problema. Bastou destinar uma pequena parcela de renda à população marginalizada, sob forma de auxílio emergencial, que o consumo cresceu significativamente. Mas tal recuperação se deu graças ao dinheiro público. E não há mais dinheiro para assim continuar, sem antes o país fazer uma profunda e imediata reforma administrativa, seguida de uma reforma tributária distribuidora de renda, e outros ajustes. Ao mesmo tempo, é preciso qualificar rapidamente nossa mão de obra. A falta disso colocou 41,6% dos trabalhadores brasileiros na economia informal ainda em 2019. Dá para imaginar o percentual de trabalhadores nesta situação neste momento, passados oito meses de pandemia. Ora, estes trabalhadores possuem uma renda muito baixa, além de instável, fato que impede um consumo sustentado e crescente (em 2018, segundo o IBGE, 104 milhões de brasileiros viviam com uma renda mensal média de apenas R$ 413,00). E a economia nacional padece da falta deste impulso. Por enquanto, compensou tal situação vendendo para o mercado externo, porém, isso não é suficiente nem em épocas normais, fato que explica em grande parte a década perdida 2011-2020. Para complicar o quadro, a força de trabalho jovem, que é o presente e o futuro de nossa economia, não consegue melhorar de vida. Segundo a FGV a população na faixa etária entre 20 e 24 anos no Brasil, que não trabalha e nem estuda, já atingia a 35,2% no segundo trimestre de 2020. O maior patamar já visto em nossa história. Na faixa entre 25 e 29 anos o percentual era de 33%. Pior: os jovens nestas faixas de idade acreditam não ter perspectiva de ascender socialmente pelo trabalho. E uma Nação, sem perspectiva de melhoria futura, só tende a afundar. (segue)

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

  13/11/2020 a 19/11/2020


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terça-feira, 17 de novembro de 2020

CINCO DESAFIOS PARA 2021 (PROF. DR. ARGEMIRO LUIS BRUM)

O Brasil está chegando a 2021 com cinco grandes desafios, os quais, se não forem bem gerenciados, colocará ainda mais em xeque sua economia. Primeiro: se, até o final do corrente ano não se iniciar uma ação concreta em favor das reformas administrativa e tributária de qualidade, o país pode “explodir” fiscalmente, com disparada cambial e de preços ainda maiores do que já estamos assistindo. Segundo: a continuidade da pandemia até a chegada de uma vacina eficaz; a seca que se abate, mais uma vez, sobre diferentes regiões; e o descaso ambiental. Terceiro: a economia está longe de uma recuperação em V, pois o PIB em 2020 deverá ficar em 5% negativos e as projeções para 2021 é de um PIB de 2,5% positivos. Assim, mesmo que se esteja recuperando o estágio pré-pandemia em alguns setores, no máximo está se voltando ao que existia antes, que já não era bom, e neste vai e vem perdemos praticamente um ano. Além disso, deve-se considerar que grande parte do consumo que puxou a economia durante a pandemia, está atrelado ao auxílio emergencial, que não existirá mais a partir de janeiro próximo, enquanto já neste final de ano não haverá o 13º salário dos aposentados junto ao INSS, pois o mesmo já foi pago antecipadamente no primeiro semestre. Quarto: nos primeiros quatro meses de 2021 o país terá que rolar 15,4% de sua dívida pública (R$ 643 bilhões). E os credores estão exigindo, para comprar os títulos públicos nacionais, um juro muito acima dos 2% da atual Selic. O risco de calote desta dívida preocupa os investidores e é um dos motivos de nosso risco aumentar substancialmente nos últimos tempos, levando embora o capital estrangeiro. Quinto: em razão disso, o Real se desvalorizou muito acima do aceitável, causando outro descompasso, agora entre oferta e demanda de bens, em particular alimentos, levando a uma inflação enorme em muitas áreas. Será preciso encontrar um outro patamar para o juro básico, que dê conta de conter a inflação e permita revalorizar o Real. Mais um ano difícil pela frente!

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO (06 A 12/11/2020)

 06/11/2020 a 12/11/2020


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ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO (30/10 A 05/11/2020)

 30/10/2020 a 05/11/2020


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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

A NOVA ESTRATÉGIA ECONÔMICA DA CHINA (Final) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Esta nova estratégia econômica chinesa se insere no contexto do projeto China 2025, embora não seja dita. A ideia da “dupla circulação” é, sem esquecer do vetor externo, dar mais ênfase à economia interna, limpando o meio ambiente; melhorando a estrutura industrial do país; mudando a economia para um modelo de crescimento impulsionado pelo consumo; aumentando a renda e reduzindo a disparidade de riqueza; assim como lidando com o declínio da força de trabalho e do envelhecimento da população. O PIB não será mais o centro das atenções, devendo inclusive diminuir para a média de 5% ao ano, com o foco passando a ser a qualidade do crescimento econômico. A lógica está no reconhecimento de que a economia está passando por uma desaceleração estrutural, e que a velocidade não é mais o principal fator de desenvolvimento econômico. Neste contexto, o país deverá mirar na melhoria da produtividade do trabalho e do capital. Além disso, o foco sai da infraestrutura e do investimento, sem ignorar suas importâncias, para se concentrar no consumo das famílias. Afinal, segundo a OCDE, na China o gasto das famílias em relação ao PIB é de apenas 38,5%, enquanto a média dos países da Organização chega a 60%, no Brasil a 64,5% e nos EUA a 67,9%. Dentre as reformas chinesas a serem efetuadas estão: tributação e o sistema fiscal para reduzir a lacuna entre ricos e pobres; redistribuir a renda das empresas para os consumidores privados; aumentar a renda familiar e dar às famílias uma parcela maior da renda nacional. Em outubro de 2018 já havia sido feita uma reforma do sistema de imposto de renda pessoa física que corta o peso sobre quase 60% dos contribuintes. A ideia central é expandir a classe média, hoje estimada em 400 milhões de pessoas, para 800 a 900 milhões, atingindo cerca de 60% da população total do país, nos próximos 10 a 15 anos. Acorda Brasil! 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A NOVA ESTRATÉGIA ECONÔMICA DA CHINA (I) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A China percebeu que o mundo mudou e que ela precisa mudar com ele. Seu modelo econômico já não atrai tanto os investimentos externos como anteriormente. Seu custo de produção e os riscos inerentes à competição capitalista, dentre eles as guerras comerciais tipo a empreendida com os EUA, deixam marcas. Assim, em 2020, cada vez mais empresas do setor eletrônico estão deixando o país para se instalar em países mais baratos e/ou com mercados mais interessantes. É o caso, por exemplo, da coreana Samsung e de outras tantas empresas. Obviamente isso cria problemas de emprego junto a este novo gigante da economia mundial. Diante disso, nesta última semana de outubro o governo chinês realizou o 14º Plano Quinquenal do país (2021-2025). O mesmo, que precisa ser aprovado na reunião de março próximo do Congresso Nacional do Povo, direciona a economia local para três frentes: inovação tecnológica; autossuficiência econômica; e um meio ambiente mais limpo. A ideia é proteger o país dos desequilíbrios na economia mundial e superar a economia dos EUA nos próximos 10 anos. O que isso significa? Em princípio, sem deixar de abrir as portas para o capital estrangeiro e à concorrência, a China se concentrará mais naquilo que o governo local vem chamando de “dupla circulação”. Trata-se de se concentrar em um ciclo de demanda e inovação interna como principal propulsor da economia, e manter os mercados e investidores externos como um segundo propulsor de crescimento. O novo plano prevê uma reforma do mercado de fatores de produção e da governança, melhorando ainda mais a reforma estrutural pelo lado da oferta. Isso significa que a economia chinesa passa da velocidade para a qualidade e a sustentabilidade, tornando-se mais dependente da produção, distribuição e consumo internos para o seu desenvolvimento. (segue)

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