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terça-feira, 27 de novembro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

23/11/2018 a 29/11/2018)



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BRASIL: A REALIDADE E ALGUNS DESAFIOS PARA 2019 (I)


Argemiro Luís Brum
29/11/2018

A situação geral de nosso país beira o caos, depois de anos de desmandos e descontroles econômicos, corrupção e demagogias. Hoje, cresce a expectativa de um bom número de brasileiros quanto a possibilidade de o novo governo, recentemente eleito, dar um fim a esse descalabro. Tarefa longe de ser fácil, pois os desafios são imensos e urgentes, algo que exige estofo político, difícil de ser encontrado. Ficando apenas com alguns aspectos socioeconômicos, a realidade que temos e os desafios que a mesma engendra passa, em primeiro lugar, pela necessidade urgente de reduzir o desemprego e eliminarmos o déficit público. Há grande capacidade ociosa de nossas empresas, fato que inibe investimentos. Isso só melhora com estímulo à demanda. Sem a geração de emprego não há demanda suficiente. Ora, a demanda aqueceria se o crédito fosse realmente acessível. Não é o caso, longe disso! Entre março de 2013 e setembro de 2018 o juro real médio comercial, praticado, aumentou 39,8% para pessoas físicas, e 24% para as empresas. Enquanto isso, a Selic recuou, no período, 10,34%. Em outubro/18, o juro médio comercial, para pessoa física, estava em 83,31% enquanto para as empresas o juro de capital de giro chegava a 22,13%, enquanto a Selic permanecia em 6,5% aa (cf. Anefac). Por sua vez, o desemprego atingia a 11,9% da população ativa. Em percentagem o mesmo está diminuindo, porém, a qualidade do mesmo é comprometedora. De fato, o que está crescendo é o emprego informal, sem carteira assinada. Hoje, o número de trabalhadores na informalidade supera o de empregados formais, sendo que o número de trabalhadores privados na informalidade cresceu 4,7% no trimestre julho-setembro de 2018, enquanto o total de trabalhadores formais ficou estável no período. Assim, a economia nacional cresce muito pouco. A indústria, por exemplo, segundo dados da OCDE e da Eurostat, utilizados pelo Iedi, ficava na 30ª posição, dentre 48 países estudados, em 2017. Após os sete primeiros meses de 2018, nossa indústria caiu para a 33ª posição neste ranking. No trimestre julho-setembro 2018 a mesma recuou 2,7%. Em termos anuais, os nove primeiros meses do corrente ano colocam o crescimento de nossa indústria em um nível 16,4% menor do que o auge alcançado em maio de 2011, estando agora no mesmo nível de março de 2009. Paralelamente, a concentração de renda, via impostos e tributos em geral, nas mãos da União, é assombrosa (a mesma fica com pouco mais de 70% do total). Neste contexto, não é de admirar que um terço dos municípios brasileiros não gera receita nem mesmo para pagar o salário de seus prefeitos, vereadores e secretários, sendo que cidades com população inferior a 20 mil habitantes, na média, têm receita própria de apenas 9,7% de suas necessidades. (segue)

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

16/11/2018 a 22/11/2018)



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PROPOSTAS ECONÔMICAS DO NOVO GOVERNO: UMA ANÁLISE (Final)


 Argemiro Luís Brum
22/11/2018

No cenário internacional, a nova política de comércio exterior apontada pelo futuro ministro da Economia vai no caminho certo ao defender a ampliação de mercados e das exportações, visando alavancar a indústria nacional. Há uma clara evidência de que o eixo da política industrial mudará. A questão é: para onde? Alguns analistas indicam que teremos um “modelo centralizado no governo”. Ora, isso incorre no risco de criarmos novos subsídios e despesas públicas desnecessárias, exatamente o que se deve cortar. Mas a ideia de ampliar a abertura comercial, com redução de alíquotas de importação, e diminuir a burocracia no comércio exterior, é bem-vinda. O problema é que, ao mesmo tempo, futuras promessas presidenciais na área das relações exteriores tendem a colocar por “água à baixo” nosso comércio exterior. Dentre elas está a ideia de mudar a embaixada brasileira em Israel, para a cidade de Jerusalém, assim como a de fechar a embaixada palestina em Brasília. Estaremos praticamente comprometendo grande parte do mercado árabe, além das boas relações existentes entre estes povos aqui no Brasil. E a escolha de Ernesto Araújo, para Ministro das Relações Exteriores, não dá garantias de impedir tais erros diplomáticos. Enfim, pode-se dizer que o novo ministro da Economia terá um curto período de “lua de mel” com o mercado, pois as cobranças logo virão, especialmente se as ações públicas forem mal executadas. Neste sentido, a grande questão é como Paulo Guedes se movimentará no governo e como serão suas relações com o Congresso Nacional. Sabendo das dificuldades inerentes a estes movimentos, o mercado está esperando, para 2019, apenas uma reforma fiscal modesta. Afinal, a governabilidade não será fácil. Será preciso negociar com 30 partidos diferentes, além das bancadas, no Congresso. Boa parte destes partidos apoiaram Bolsonaro usando-o como trampolim para elegerem seus candidatos. A partir de agora as relações entre ambos tende a ser diferente. Assim, se o mercado e a sociedade estiverem acreditando em milagres, estão sendo muito ingênuos a respeito do presidente eleito e de seu futuro ministro Guedes. Aliás, se a ideia é resolver os problemas econômicos do país “com um só tiro, a la Collor de Mello”, a mesma tem alto risco de fracasso. Para o tamanho da crise brasileira, será preciso ações graduais, porém, com firmeza e conhecimento de causa. E, neste ponto, a realidade é preocupante. Paulo Guedes, além de ser considerado por muitos economistas renomados um “megalomaníaco”, em suas declarações deixa tudo muito nebuloso, faltando poder de convencimento, na medida em que faz a maioria de suas declarações de forma intempestiva, sem base em cálculos técnicos aceitáveis, fato que o leva a constantes desmentidos, o fragilizando sobremaneira antes mesmo de assumir oficialmente o cargo de ministro. 

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

09/11/2018 a 15/11/2018)



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PROPOSTAS ECONÔMICAS DO NOVO GOVERNO: UMA ANÁLISE (II)


 Argemiro Luís Brum
15/11/2018

Uma segunda proposta do novo ministro da Economia é a reforma da previdência via regime de capitalização (a aposentadoria passa a ser resultante do que foi poupado pelo aposentado durante sua vida). A ideia é boa pensando no futuro. Porém, nosso problema é como solucionar o déficit previdenciário no imediato. Para isso, será preciso uma ação mais contundente, a qual ainda não apareceu. Um terceiro ponto está na possibilidade de o governo intervir no tripé de sustentação da estabilidade econômica, colocando metas no câmbio e nos juros, assim como vem sendo feito com a inflação. Se é verdade que este tripé, sozinho, não permite mais alavancar a economia, mexer com o mesmo será desastroso. Colocar metas no câmbio e nos juros é dar mais poder ao setor financeiro para que o mesmo teste os limites de defesa da meta que terá o governo, deixando a economia em constante tensão e comprometendo, justamente, a estabilidade. O descuido com este tripé foi um dos elementos que causou a derrocada de nossa economia entre 2007 e 2016. O que se precisa é fortalecer os mecanismos de sustentação do tripé. Para tanto, a proposta de dar independência política e administrativa ao Banco Central, defendida pelo novo ministro, pode ser um bom caminho, desde que na sua presidência seja colocado um economista que tenha compromissos com os ajustes profundos a serem feitos. O ministro fala também de zerar o déficit público em um ano, a partir da reversão dos programas de desoneração da folha de pagamento das empresas e de privatizações irrestritas. Nos dois casos, ações de difícil execução política, embora muita coisa seja necessária neste quesito. Particularmente, no que diz respeito às privatizações, somente se deve fazê-lo junto a empresas deficitárias e/ou que o governo não tenha capacidade de nelas investir, modernizando seus serviços em favor da coletividade. Nem todas estão neste caso! Fala-se igualmente em “aumentar recursos tributários na base da sociedade”, aventando-se o retorno da CPMF mas, especialmente, enxugando as políticas de fomento e isenção fiscal proporcionadas através do Estado via Caixa Federal e Banco do Brasil. Se é verdade que se precisa mexer neste ponto, pois o mesmo se tornou um ninho de privilégios para muitos, também é verdade que será preciso muito cuidado, pois a ação pode desmontar a política da construção civil, e setores de infraestrutura eficientes poderão perder crédito, sem falar que poderá haver um desmonte igualmente da política de financiamento agrícola, atingindo em cheio o agronegócio nacional (entendido aqui todos os setores produtivos da área primária, inclusive a agricultura familiar). (segue)

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Análise semanal do mercado da soja, do milho e do trigo

02/11/2018 a 08/11/2018)



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terça-feira, 6 de novembro de 2018

PROPOSTAS ECONÔMICAS DO NOVO GOVERNO: UMA ANÁLISE (I)


 Argemiro Luís Brum
08/11/2018

O novo ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, que estará à frente de um superministério, em suas recentes declarações aponta para diversas questões que merecerão sua atenção a partir de 1º de janeiro próximo. Nas mesmas encontramos acertos, desencontros e erros que vamos analisar nesta e nas próximas duas colunas. O futuro ministro afirma que a política econômica brasileira vive há 30 anos em descontrole. Não é verdade! Se, de fato, considerando apenas os governos a partir de 1985, o Brasil viveu um caos econômico nos governos Sarney e Collor, faz-se mister salientar que, a partir de 1993 (governo Itamar Franco) e até 2006 (dois mandatos de FHC e o primeiro mandato de Lula) a economia não só mudou para melhor como entrou em um franco processo de estabilização. Foi um dos melhores momentos da economia brasileira em décadas! O centro deste sucesso foi o Plano Real, lançado em 1994, e, posteriormente, o tripé de sustentação econômica (meta inflacionária, câmbio flutuante e superávit primário) estabelecido no início de 1999. Infelizmente, houve enorme retrocesso na condução econômica a partir de 2007 (segundo mandato do presidente Lula e dois mandatos da presidente Dilma), quando a linha econômica mudou para o desenvolvimentismo às custas de gastos públicos ilimitados, sem cortes compensatórios de despesas. Esta decisão nos levou a uma das maiores recessões da história, ocorrida particularmente em 2015 e 2016. Ajudou para isso, igualmente, a grande crise mundial de 2007/08. A partir daí, com uma nova equipe econômica em ação (governo Temer), conseguiu-se estancar a recessão, porém, até hoje não saímos da crise econômica, na medida em que nosso PIB pouco reage. Ou seja, saímos da recessão, porém, não conseguimos dar empuxe à economia. O futuro ministro, corretamente, defende o necessário ajuste fiscal e as reformas estruturais. A questão está em como realizá-las!  Uma das propostas se encontra na simplificação e redução de impostos. Dentre as ideias está a de gerar uma alíquota única de 20% para o Imposto de Renda ou congelar a alíquota máxima deste imposto em 20%. Ora, para se conseguir isso, primeiro será preciso equilibrar as contas públicas, o que não será simples. Mas o principal elemento da proposta se encontra no fato de que a mesma é mais uma vez injusta socialmente, pois qualquer que seja o caminho, ela aumentará a distância entre ricos e pobres neste país, na medida em que aprofunda a já elevada “regressividade”, sem benefício algum do ponto de vista fiscal. Em síntese, os dois caminhos propostos pelo ministro, em relação a este imposto, ferem o princípio da progressividade (quem ganha mais deve pagar mais imposto), deixando menos dinheiro no bolso da maioria da população, gerando mais desigualdade, fato que dará continuidade à crise. (segue)

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