Segundo informações da B3 (ex-Bovespa), após uma valorização de quase 100% entre o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o final de 2019, o Ibovespa chegou ao início de outubro como o pior índice global em dólares em 2020. O índice caiu 18,7% neste ano, sendo que em moeda estadunidense o mesmo recuou 42,5%, enquanto no primeiro trimestre do corrente ano (antes dos efeitos mais concretos do Covid-19) o mesmo teve o pior trimestre de sua história. Em paralelo, o Real foi a moeda que mais se desvalorizou no mundo, em relação ao dólar estadunidense, incluindo as moedas dos demais países emergentes. A partir de um indicador que leva em conta a média ponderada das taxas de câmbio dos 61 principais parceiros comerciais do Brasil, de acordo com sua importância na economia brasileira, tem-se que o dólar, no início de outubro do corrente ano, apresentava uma alta de 41% em relação ao Real. Até o peso argentino tem vantagem sobre a moeda brasileira, ficando quase 10% mais valorizado. Isso ocorre porque há uma forte saída de investidores estrangeiros do país, além de muitos brasileiros igualmente. E isso não se dá em função da pandemia e sim em função da condução político-econômica no Brasil, onde a redução do juro básico foi além da conta; o ajuste fiscal não avança (agora atrapalhado pelos necessários gastos devido à pandemia); as reformas estruturais patinam, sendo suas propostas apenas parciais e longe de resolverem os problemas existentes; o gerenciamento da questão ambiental é péssimo; os três poderes pouco se entendem; e a postura do Executivo nacional, perante a pandemia, foi a pior possível. Ou seja, o mercado, que já desconfiava, perdeu a confiança no governo que aí está, especialmente quando o ministro da Economia, que tem suas limitações, é “fritado” constantemente pelo Presidente da República. Assim, saíram R$ 11,5 bilhões de dinheiro estrangeiro em 2018, já sinalizando o problema. Em 2019 outros R$ 44,5 bilhões se retiraram e, agora, entre janeiro e setembro de 2020 mais R$ 87,7 bilhões deixaram o Brasil, em um valor recorde. E a confirmação anunciada pelo FMI de que a dívida bruta brasileira pode ir a 101% do PIB neste ano e não se estabilizará até 2025, completa o quadro. Assim, o aumento dos gastos públicos durante a pandemia não é o problema, pois todos os países o fizeram de alguma maneira. O problema é a situação delicada em que o Brasil se encontrava ao precisar fazer isso, e a dificuldade de gestão que o governo Bolsonaro tem demonstrado em torno deste tema central. E a ideia populista de romper com o teto dos gastos públicos, animada por um grupo dentro do governo, parece ser a pá de cal a indicar que o mercado pouco espera do atual governo até o final de seu mandato. Se assim for, estamos na iminência de mais quatro anos perdidos em nossa economia.
:)
Pesquisar
Postagens Anteriores
- maio (2)
- abril (9)
- março (8)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (9)
- outubro (8)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (8)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (10)
- abril (8)
- março (8)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (10)
- outubro (8)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (10)
- maio (8)
- abril (7)
- março (11)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (8)
- setembro (10)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (8)
- março (10)
- fevereiro (6)
- dezembro (9)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (10)
- março (9)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (8)
- julho (11)
- junho (11)
- maio (15)
- abril (14)
- março (16)
- fevereiro (12)
- dezembro (8)
- novembro (13)
- outubro (11)
- setembro (13)
- agosto (14)
- julho (12)
- junho (16)
- maio (10)
- abril (3)