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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

NENHUMA NOVIDADE

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
11/02/2016


Infelizmente chegamos a meados de fevereiro de 2016 sem nenhuma novidade no cenário econômico nacional. O país continua afundando à procura do fundo do poço, enquanto o governo permanece sem governar e, pior, lançando “mais do mesmo” ao insistir em recuperar a economia com injeção de crédito via agravamento da crise fiscal. Ao mesmo tempo, como se temia, a realidade política não evoluiu, tudo ficando para depois do Carnaval, o que atrasa ainda mais o país. A projeção de queda do PIB, após algo ao redor de -3,8% em 2015, piorou consideravelmente, ficando agora entre -3,5% e -4% para o corrente ano. A inflação, cujo controle o governo deixou de lado, insiste em subir, agora com um claro processo de indexação de preços. Janeiro bateu um novo recorde, ao atingir 1,27% e elevar o acumulado em 12 meses para 10,71%. Se tal processo de indexação não for contido, corremos o risco de alimentar a inflação inercial, tão nociva no final de 1980 e início dos anos de 1990. A crise de confiança continua, na medida em que nossa indústria cada vez produz menos. Em 2015 a retração do setor foi de 8,3%, sendo o pior resultado desde 2003 (até novembro/15 o emprego no setor caía há 50 meses seguidos em comparação com igual período do ano anterior). Com isso poucos investem e o desemprego continua aumentando. As últimas projeções dão conta de que a taxa sairá dos 9% atuais para 13% no final de 2016. A balança comercial, que apresentou um forte superávit, está turbinada particularmente pela forte redução das importações e não pelo retorno da dinâmica exportadora. Para piorar o quadro, após um rombo primário superior a R$ 111 bilhões, ou 1,9% do PIB, o ajuste fiscal tão necessário não surge no fim do túnel. Pelo contrário, a retomada de certo arroubo desenvolvimentista à custa do Estado tende a piorar o quadro já que a projeção de superávit primário para 2016 baixou para 0,5% do PIB e está longe de ser alcançada. Das reformas estruturais então, pouco se fala. O discurso correto da necessidade de uma profunda reforma na Previdência, por enquanto, não tem sequência na prática. Ao mesmo tempo, o Executivo continua bloqueado pelo Congresso e cada vez mais às voltas com os escândalos de corrupção de aliados, ex-presidente, ministros e outros próceres da República. Sobra o aumento de impostos, na tentativa de arrecadar mais para cobrir os erros do passado recente, levando o povo a pagar a conta das últimas gestões temerárias e irresponsáveis que o país teve em Brasília. Não é por nada que a presidente Dilma insiste na aprovação da a nova CPMF. Nesse contexto, a economia mundial se mostra incapaz de sair da crise iniciada em 2007/08. Pelo contrário, os últimos movimentos internacionais confirmam que a mesma voltou a piorar. Alguns analistas consideram que estamos às portas de um novo tombo mundial. A diferença para o Brasil, agora, é que tal realidade, diferentemente de 2007/08, nos pega econômica e politicamente em frangalhos, o que potencializa as consequências negativas para a sociedade em geral.

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