Tínhamos uma bolha especulativa em torno das cotações em Chicago. E toda bolha, um dia, estoura. E, quanto “maior a especulação maior o tombo”. E foi isso o que ocorreu no dia 17/06/21. Neste dia, o primeiro mês cotado perdeu US$ 1,20/bushel. A maior perda diária da história deste contrato, pelo menos desde a década de 1970. O bushel fechou o dia em US$ 13,29, após US$ 15,44 na semana anterior e US$ 16,60 no dia 12/05, quando bateu seu recorde de alta nesta nova bolha especulativa. Assim, em uma semana o bushel perdeu US$ 2,15 e em pouco mais de um mês perdeu US$ 3,31. O tombo se deveu a movimentos no setor financeiro e cambial dos EUA, tendo por apoio o clima normal nas regiões produtoras daquele país, a pouca presença chinesa nas compras de soja estadunidense, e o forte recuo das cotações do óleo e farelo. No caso do óleo, o mesmo caiu para 56,57 centavos de dólar por libra-peso no dia 17, contra 72,08 centavos sete dias úteis antes. Já o farelo, que vinha recuando há mais tempo, bateu no seu mais baixo nível desde o dia 14 de outubro do ano passado, atingindo a US$ 361,50/tonelada curta. Como a queda foi muito intensa em pouco tempo, houve uma correção altista nos dias seguintes, com o bushel voltando a US$ 14,15 na segunda-feira (21). Altos e baixos ainda deverão continuar, pelo menos até o início da colheita estadunidense, a partir de setembro, porém, o estouro da bolha pode levar Chicago para um novo patamar, agora mais baixo (entre US$ 12,50 e US$ 13,50/bushel), embora ainda bastante elevado em relação ao nível de US$ 8,71 que estava há um ano. As próximas semanas definirão se ocorrerá esta nova tomada de rumo. Pelo sim ou pelo não, o fato é que esta nova realidade, associada a um câmbio que se instalou, por enquanto, ao redor de R$ 5,05 por dólar, derrubou o preço da soja no país. Aqui no Rio Grande do Sul, a média, que estava em R$ 156,85 um dia antes do choque, recuou para R$ 136,00 logo em seguida. Uma perda ao redor de R$ 11,00/saco em um dia. Além disso, entre o auge da média histórica gaúcha, de pouco mais de R$ 170,00/saco em fins de abril, e o preço obtido após o tombo (menos de dois meses), o recuo é de R$ 34,00/saco. Tudo isso reforça que a melhor estratégia é fazer média de comercialização, balizada no custo de produção. O resto é especulação, tendo na essência um altíssimo risco.
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