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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

ESFORÇOS PARA “DESPIORAR” (Final)


Argemiro Luís Brum
15/08/2019

Na coluna passada indicamos que, diante dos desafios existentes, os esforços até aqui em realização para “despiorar” a economia, embora positivos, ainda são insuficientes. Na oportunidade, passamos a elencar a realidade que temos visando demonstrar o tamanho dos problemas a serem vencidos. Três foram então apontados e outros 10 indicamos a seguir: 1) no Brasil, segundo o BID, a previdência consumiu 12,5% do PIB em 2015 e, se não houver uma reforma consistente rapidamente, esse número saltará para 50,1% em 2065 (os jovens de hoje não terão previdência pública quando chegar a idade); 2) não admira que, em tais condições, a pobreza tenha aumentado no país entre 2014 e 2017 (segundo o Banco Mundial, 21% da população terminou 2017 na pobreza); 3) a taxa de investimentos, nos últimos quatro anos, ficou em 15,5% do PIB, a menor em 50 anos, sendo que, em 2018, 152 países de um total de 172 estudados tiveram taxa maior do que a brasileira, segundo o FMI; 4) o Brasil hoje ocupa o 72º lugar, dentre 140 nações, no ranking de competitividade; 5) também pudera, levamos quase quatro anos e meio entre a assinatura de um acordo de livre-comércio e sua entrada em vigor devido a burocracia (hoje temos 35 acordos parados nesta situação), segundo a Camex; 6) com isso, a participação brasileira na produção de bens e serviços do mundo caiu ao nível mais baixo ao longo de quase quatro décadas (a mesma era de 4,4% em 1980, fechando em 2,5% em 2018); 7) em termos de infraestrutura, segundo o Fórum Econômico Mundial, estamos na 108ª posição, entre 137 países; 8) enquanto isso, a carga tributária no país chega a 35% do PIB, ou seja, na média cada brasileiro recolheu, em impostos, R$ 11.494,00 em 2018, recebendo em troca serviços públicos de péssima qualidade, pois tais recursos se direcionam especialmente para manter privilégios encastrados no Estado (sendo que a tabela de retenção do imposto de renda na fonte está hoje com uma defasagem ao redor de 100%); 9) ficamos no 66º lugar, entre 129 países, no ranking do desempenho em inovação, com 33,8 pontos em uma escala que vai até cem pontos; 10) enfim, no curtíssimo prazo, o fantasma de nova greve dos caminhoneiros continua pairando sobre a economia nacional. Apesar da imensa tarefa, é possível melhorar, porém, ajudará muito se o Presidente da República, e alguns de seus ministros, pararem com suas declarações irresponsáveis, deixando o lado sério do governo trabalhar. 

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