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terça-feira, 3 de junho de 2014

O EMPREGO E A PERCEPÇÃO DO MUNDO (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
05/06/2014

Estudo divulgado por pesquisadores israelenses (cf. Nahum Sirotsky, ZH 12/05/2014, p.23) mostra que a eliminação e falta de postos de trabalho se dá pela velocidade das transformações tecnológicas que ocorrem no mundo (hoje, ter diploma de datilógrafo não serve mais para nada, por exemplo). Assim, mão de obra sem especialização está condenada a tentar sobreviver com salários insuficientes ou por meio de programas sociais dos governos, até o ponto em que os governos agüentem o custo de tal ação. Paradoxalmente, na medida em que cresce o desemprego nesta lógica, aumentam as ofertas de oportunidades de trabalho relacionadas às novas tecnologias. Isso exige que as pessoas estejam sempre estudando, atualizando seus conhecimentos. Portanto, o desemprego existente hoje em grande parte dos países é de natureza estrutural, principalmente junto àqueles que pouco fazem pela educação de seus cidadãos, a não ser contar estatísticas. Quem não entender isso pouco dará de si para alterar o quadro, esperando que “caia do céu” a solução. Ora, as ofertas de trabalho que estão surgindo jamais serão semelhantes às que desapareceram. Desta forma, os empregos não estão no fim. O que está no fim são as sociedades que não compreendem as mudanças irreversíveis que o mundo vive e não se preparam para delas participarem. Torna-se urgente “conjugarmos no Brasil, por exemplo, a educação e formação do cidadão com as inovações e desenvolvimentos tecnológicos”. As portas para o desenvolvimento continuam existindo, porém, as nações somente passarão por elas se entenderem que “a fila anda”. Ou seja, o preço é alto para aqueles que ficam parados em um mundo dinâmico. O mesmo se chama exclusão do processo produtivo em termos individuais e marginalização nas relações socioeconômicas entre países. Nesse contexto, em que direção caminha o Brasil? No estado atual das coisas, no rumo contrário ao necessário, pois a formação de nossa mão de obra está em mãos de um sistema de ensino que, dentre outras coisas, segundo Cláudio Haddad (cf. Veja, 07/05/2014, p. 19-23), “além de apostar em provas com viés ideológico, com alta dose de subjetividade e um olhar simplista sobre as grandes questões da atualidade, onde a maioria de seus educadores continua mergulhada em ideologia antiempresa, antilucro, antimercado, tratando de plantar essa visão na cabeça dos estudantes, também espalha indiscriminadamente universidades pelo Brasil, sob o discurso do desenvolvimento regional, desperdiçando dinheiro e baixando o nível de todos”.



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