Guilherme Gadonski de Lima
Argemiro Luís Brum
O mês de maio
iniciou com o dólar cotado a R$ 2,22. A estabilidade da moeda estadunidense foi
a tônica do mês. Seu menor nível foi alcançado no décimo terceiro dia do mês, com
R$ 2,20, enquanto a cotação cambial mais elevada do período analisado se deu no
dia 28, chegando a R$ 2,24. Nos demais dias o câmbio oscilou dentro desta
“banda”. Esta relativa estabilidade da cotação se deve, particularmente, a
continuidade da presença do Banco Central brasileiro com ações de oferta de
dólares. Ao mesmo tempo, o mercado esperou os números do PIB trimestral,
divulgado no último dia do mês. Há muita expectativa igualmente em relação à
Copa do Mundo de Futebol e com eleições presidenciais programadas para outubro,
cuja campanha eleitoral irá aquecer após a Copa. Estes dois fatores exógenos à
economia acabam por gerar incertezas no médio prazo. Por sua vez, as variáveis macroeconômicas
que vinham determinando os rumos da paridade do real frente ao dólar, não se
movimentaram no mês de maio. O Banco Central dos Estados Unidos (FED) não
reduziu o seu movimento de recompra dos títulos da dívida dos Estados Unidos, conforme
vinha realizando, além do Banco Central do Brasil (BACEN) ter mantido o mesmo
ritmo na venda de swap cambial (venda futura de dólares), o que foi suficiente
para equilibrar a saída de dólares da economia interna. Posto desta forma cabe informar
que o mês de junho deve ser agitado na área cambial brasileira já que o PIB do
primeiro trimestre veio muito baixo (0,2%), com a rubrica investimentos no
negativo. Além disso, o inicio da Copa do Mundo poderá acarretar, em
contrapartida, uma entrada temporária de dólares na economia brasileira. Vale
ainda informar que a freada na elevação da Selic em maio, mesmo sendo
temporária, inibe momentaneamente a entrada de dólares no país. Enfim, mesmo
com um saldo positivo em maio, a balança comercial, nos primeiros cinco meses
do ano, ainda acusa um déficit, agora superior a US$ 4,0 bilhões (saiu mais
dólares do que entrou). Ou seja, pelo lado do comércio externo, as coisas ainda
estão longe de melhorarem.