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terça-feira, 24 de junho de 2014

PIB MEDÍOCRE (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
26/06/2014

Os resultados ruins do medíocre PIB do primeiro trimestre de 2014 não param na baixa taxa de investimento, como vimos no comentário passado. Igualmente a construção civil, que sustentou parcialmente o emprego e a economia nos últimos anos, a partir dos programas sociais oficiais, confirma os sinais de que seu auge passou há algum tempo e a bolha vem murchando. Seu crescimento foi negativo em 0,9% neste primeiro trimestre do ano. E, para piorar o cenário, a taxa de poupança nacional ficou em míseros 12,7% do PIB no trimestre, se constituindo no pior resultado desde o ano 2000 (ano que a série histórica iniciou). Também aqui, o ideal para as necessidades do país é uma taxa ao redor de 25% do PIB. Esse conjunto de péssimos resultados econômicos nos traz muitas conseqüências a serem administradas. Dentre elas, a primeira surge no aumento do desemprego e na redução da geração de empregos. Que o Brasil nunca esteve em pleno emprego isso é sabido. Porém, agora os números atuais confirmam que o péssimo crescimento econômico, aliado a um aumento exagerado dos salários sem contrapartida na melhoria da produtividade do trabalho, obriga o setor produtivo a cortar definitivamente postos de trabalho. Em abril passado a geração de empregos no país foi a pior em 15 anos para um mês de abril. O desemprego medido pelo IBGE (Pnad Contínua, que acabou voltando a ser feita) acusa 7,1% no primeiro trimestre deste ano, contra 6,2% no último trimestre de 2013. Para o DIEESE o desemprego anual atinge, no encerramento de abril, a 11,1%. E o quadro deverá piorar nos próximos meses (se não houver maquiagens oficiais dos índices) a julgar pelo comportamento das empresas e do mercado. Afinal, com um PIB desta envergadura (projeção de 1,2% para 2014) não há como manter empregos, particularmente porque o fôlego oficial de sustentar a economia via dinheiro público igualmente se esgota. Para piorar o quadro, a inflação continua subindo a ponto de comprometer o próprio PIB (o IPCA chega 6,37% no acumulado de junho/13 a maio/14). E não será a decisão momentânea do governo, de manter a Selic em 11% ao ano, que resolverá o problema. Tudo isso confirma nossos alertas anteriores de que há muito tempo o governo brasileiro está perdido na condução da política econômica nacional. Não é por acaso que o capital internacional sai do país em proporções maiores do que o normal. Os investidores receiam que esta péssima realidade econômica continue, caso o atual governo seja reeleito para mais quatro anos. E eles não estão sozinhos nesta análise. Cada vez mais brasileiros, que vivem diretamente a realidade nacional, demonstram tal preocupação. Nesse contexto, qualquer que seja o governo eleito em outubro terá que realizar reformas profundas e doloridas para recuperar o país da situação em que foi colocado nos últimos anos. Se nada for feito, aí sim veremos o que é crise econômica.





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