25/07/2025 a 31/07/2025
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25/07/2025 a 31/07/2025
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Aos poucos começa a surgir o verdadeiro interesse dos EUA com o tarifaço contra o Brasil, China e alguns outros países. Além da questão comercial em si e dos movimentos político-ideológicos já conhecidos, o grande objetivo é ter acesso às chamadas terras raras. Estas, são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em abundância em alguns países, especialmente na China e no Brasil. Eles são imprescindíveis para a indústria. Dentre eles temos lítio, nióbio, tântalo, neodímio, berílio, cromo, germânio, gálio etc. O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia, o que representa 25% do território existente. Enquanto isso, os EUA têm muito pouco. Ora, as terras raras são fundamentais para a fabricação de baterias para carros elétricos, celulares, sensores de mísseis, radares, drones, ímãs superpotentes, semicondutores, sensores infravermelhos etc. A geopolítica mundial sempre se constituiu em torno do domínio da energia. Neste momento, as terras raras passam a ser o elemento central para a nova geopolítica global, desenhando o poder daqui em diante. Para muitos, elas seriam “os motores da economia verde”. “O quilo de neodímio e praseodímio — os mais usados na produção de ímãs — custa cerca de R$ 353,00 ao câmbio de hoje. Já o de térbio pode ultrapassar R$ 5.460,00. Para comparação, o minério de ferro custa cerca de R$ 0,60 o quilo. Praticamente todas as grandes inovações da atualidade dependem destes minerais raros, também conhecidos como críticos. É justamente por isso que as maiores potências do mundo têm se movido para garantir acesso” (cf. Portal G1, 25/07/25). O nióbio, ao câmbio de hoje, pode valer até R$ 278,00/quilo, o tântalo até R$ 1.724,00/quilo e o germânio R$ 11.434,00/quilo. Para se ter uma ideia das diferenças, um litro de petróleo, no mercado mundial, vale, hoje, R$ 2,38, enquanto um quilo de soja, na exportação brasileira, vale R$ 2,29 (base Paranaguá). E, do ponto de vista estrutural, enquanto os EUA buscam, via o velho modelo imperialista, controlar a posse das terras raras, preocupa que países como o Brasil tendem a manter sua história de subdesenvolvimento, exportando basicamente produto bruto, situação iniciada com o pau-brasil em 1500 e que continua hoje com a soja, café, milho, cacau, minério de ferro etc, pouco agregando valor ao seu uso.
18/07/2025 a 24/07/2025
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Os brasileiros
convivem, há décadas, com a expectativa de, um dia, alcançarem o
desenvolvimento socioeconômico. Mas o “país do futuro”, slogan muito usado na
segunda metade do século XX, nunca alcança este dito futuro. Já é largamente
sabido que apenas gerar crescimento econômico (PIB elevado) não é suficiente
para se chegar ao desenvolvimento, especialmente sustentável, que integre toda
a Nação e seja inclusivo, oferecendo melhoria de qualidade de vida a todos os
brasileiros. Exemplo: o Brasil, em PIB, está entre os 10 maiores países do
mundo, enquanto a Suíça está em 20º e a Noruega em 32º lugar. Por sua vez, a
população continua empobrecendo, na média, enquanto uma minoria enriquece. Na
escala internacional, em termos de renda per capita, em 2003 estávamos em 70º
lugar, recuando para 85º lugar em 2023 (cf. Banco Mundial). A concentração de
renda se mantém absurda: os 10% mais ricos possuem três vezes mais renda do que
os 50% de brasileiros que estão “na base na pirâmide populacional”. Segundo
estudo da FGV, entre 2017 e 2022 “o aumento de renda dos 1% mais ricos foi de
67%, enquanto o de 95% da população foi de 33%, a preços correntes”. Em termos
de posse de patrimônio e riqueza, em janeiro de 2024, “1% dos brasileiros
possuíam 63% do total e os 50% de menor renda apenas 2%” (cf. Fórum Econômico
Mundial). Sem falar nas enormes diferenças dentro do próprio país, caso do
Norte e Nordeste em relação ao Sul e Sudeste, por exemplo. Por outro lado,
quase nenhuma Nação no mundo possui o potencial que temos para chegarmos a um
real desenvolvimento socioeconômico. Por que não o conseguimos? Porque a nossa
sociedade não consegue mudar sua postura de mediocridade, preferindo acreditar
em “salvadores da pátria” ao invés de estadistas (os atuais acontecimentos em
torno dos ataques de Trump confirmam isso). Porque faz algum tempo que não
temos estadistas com capacidade de mobilizar a população no “sentido adequado”.
Porque, hoje, praticamente não temos personagens públicas deste nível. E os brasileiros
com esta virtude raramente são eleitos. Com isso, como já dizia Platão, a Nação
“pode acabar governada por seus inferiores” (cf. Conjuntura Econômica, FGV,
junho/25, pp. 42-43).
11/07/2025 a 17/07/2025
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O uso do artifício
protecionista da tarifa aduaneira se justifica em alguns casos: defesa da segurança
nacional; elevado desemprego causado por importações específicas; déficit
comercial muito elevado com países específicos; compensação diante de produtos
importados com subsídios etc. Nenhum destes motivos justifica a tarifa unilateral
de 50% sobre os produtos brasileiros, imposta por Trump na semana passada. Além
disso, a ação veio acompanhada por declarações tecnicamente mentirosas, a
saber: “os EUA são deficitários no comércio realizado com o Brasil”. A
realidade mostra exatamente o contrário: nos últimos 10 anos o superávit
comercial dos EUA, em relação ao Brasil, supera os US$ 400 bilhões. Somente no primeiro semestre de 2025 o mesmo
aumentou em 500%, alcançando US$ 1,7 bilhão na comparação com o mesmo período
do ano anterior. Portanto, o tarifaço de Trump não tem natureza
econômico-comercial. Este é o primeiro ponto do fato. O que se tem é uma
decisão de cunho político, ligada ao desespero da família Bolsonaro (e de
alguns seguidores) diante do aperto que a justiça brasileira vem fazendo a
partir da tentativa de golpe contra a democracia brasileira, em 8 de janeiro de
2023, impetrada pelos mesmos. A ponto de criarem narrativas que constantemente
modificam a realidade. Na defesa de seus interesses pessoais, os mesmos atacam
a Nação brasileira, considerando uma vitória a decisão de Trump. Ora, a mesma
empobrece o país, gera desemprego por aqui, atinge em cheio, negativamente,
setores como o agronegócio, a indústria, empresários e trabalhadores em geral, além
de gerar distúrbios cambiais que, por sua vez, tendem a alimentar a inflação, e
por aí vai. Portanto, uma ação que, de patriota, não tem nada. Muito antes pelo
contrário. Este é o segundo ponto do fato. Enfim, já que a situação está posta,
cabe ao governo brasileiro saber o que fazer diante dos acontecimentos. Além de
uma resposta diplomática adequada, ao invés de adotar a reciprocidade (salvo em
último caso, pois ela penalizará também os brasileiros), o caminho é a
negociação, com sabedoria. Para isso, ótimos técnicos o país tem, o que
preocupa é a emoção política, a qual pode nos levar a perder a racionalidade em
negociar, levando o país a se nivelar à mediocridade dos provocadores.
04/07/2025 a 10/07/2025
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Não há plano ou regra econômica que sirva se o governo é gastador. E já faz um bom tempo que nossos governos assim se caracterizam. E aqui, governo significa Executivo, Legislativo, Judiciário, na União, Estados, municípios e empresas estatais. A cada dia gasta-se mais e corre-se atrás de receitas cada vez mais raras. Assim, no contexto do imbróglio do aumento do IOF, que ainda é bem melhor do que a alternativa de compensação apresentada pelo Ministro da Fazenda (cobrar imposto de renda das aplicações LCA e LCI, além de outros encaminhamentos), surgem novos gastos do Legislativo e do Judiciário. Neste início de julho soube-se que os supersalários no Judiciário cresceram 49,3%, entre 2023 e 2024, com os penduricalhos, para burlar o limite constitucional, que atingiram a R$ 10,5 bilhões em um ano. Com isso, o rendimento líquido médio de juízes chegou a R$ 54.941,80 mensais, alcançando a R$ 66.431,76 em fevereiro/25. As ditas verbas indenizatórias, que alimentam esta gastança, ainda são isentas de Imposto de Renda, além de altamente concentradoras de renda, pois apenas 0,06% dos servidores se beneficiam das “brechas” na lei que permitem chegar a tais disparates. E se isso continuar, o valor destes supersalários irá dobrar nos próximos dois anos (cf. ZH, 02/07/25, p.7). Em paralelo, o executivo está dando isenção fiscal às empresas (de todos os portes e matizes) na altura de R$ 587,4 bilhões em 2025, contra 328,6 bilhões em 2020 (segundo pesquisa feita junto aos próprios empresários, o montante seria de R$ 800 bilhões anuais atualmente). Oficialmente, um aumento de 78,8% em cinco anos. A ideia é reduzir em 10% o montante deste subsídio, porém, o Congresso “aceita” apenas 2,5% de corte. Especialmente se o regalo das emendas parlamentares continuar lento. Se a isenção fiscal é importante para um conjunto de empresas, outro tanto não precisa do mesmo, caracterizando-se em mais um privilégio. E assim o país vê se acumular vantagens de todos os tipos, com gastos públicos exorbitantes, sustentados pela maioria dos brasileiros que pagam impostos e recebem serviços públicos a cada dia piores. Faz muito tempo que nossa economia vive com algo muito errado na gestão pública, o que aprofunda nosso subdesenvolvimento crônico. A situação é gravíssima e deve estourar nos próximos dois a três anos.
27/06/2025 a 03/07/2025
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