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segunda-feira, 14 de julho de 2025

A ECONOMIA NACIONAL SOB ATAQUE (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

O uso do artifício protecionista da tarifa aduaneira se justifica em alguns casos: defesa da segurança nacional; elevado desemprego causado por importações específicas; déficit comercial muito elevado com países específicos; compensação diante de produtos importados com subsídios etc. Nenhum destes motivos justifica a tarifa unilateral de 50% sobre os produtos brasileiros, imposta por Trump na semana passada. Além disso, a ação veio acompanhada por declarações tecnicamente mentirosas, a saber: “os EUA são deficitários no comércio realizado com o Brasil”. A realidade mostra exatamente o contrário: nos últimos 10 anos o superávit comercial dos EUA, em relação ao Brasil, supera os US$ 400 bilhões.  Somente no primeiro semestre de 2025 o mesmo aumentou em 500%, alcançando US$ 1,7 bilhão na comparação com o mesmo período do ano anterior. Portanto, o tarifaço de Trump não tem natureza econômico-comercial. Este é o primeiro ponto do fato. O que se tem é uma decisão de cunho político, ligada ao desespero da família Bolsonaro (e de alguns seguidores) diante do aperto que a justiça brasileira vem fazendo a partir da tentativa de golpe contra a democracia brasileira, em 8 de janeiro de 2023, impetrada pelos mesmos. A ponto de criarem narrativas que constantemente modificam a realidade. Na defesa de seus interesses pessoais, os mesmos atacam a Nação brasileira, considerando uma vitória a decisão de Trump. Ora, a mesma empobrece o país, gera desemprego por aqui, atinge em cheio, negativamente, setores como o agronegócio, a indústria, empresários e trabalhadores em geral, além de gerar distúrbios cambiais que, por sua vez, tendem a alimentar a inflação, e por aí vai. Portanto, uma ação que, de patriota, não tem nada. Muito antes pelo contrário. Este é o segundo ponto do fato. Enfim, já que a situação está posta, cabe ao governo brasileiro saber o que fazer diante dos acontecimentos. Além de uma resposta diplomática adequada, ao invés de adotar a reciprocidade (salvo em último caso, pois ela penalizará também os brasileiros), o caminho é a negociação, com sabedoria. Para isso, ótimos técnicos o país tem, o que preocupa é a emoção política, a qual pode nos levar a perder a racionalidade em negociar, levando o país a se nivelar à mediocridade dos provocadores.

 

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