Milei ganhou as eleições de meio termo na Argentina. Com isso, deverá garantir o apoio financeiro dos EUA, condicionado que estava a esta vitória. O que tudo isso significa? Os eleitores argentinos que foram às urnas (houve uma abstenção de um terço dos mesmos, a mais alta desde a redemocratização do país, em 1983) teriam levado em consideração alguns aspectos. Primeiro: rejeição ao peronismo (o problema da polarização ao seu extremo), pois governos peronistas (e também os do outro lado do espectro político local), muitos na correta busca por avanços sociais no país, perderam o controle dos gastos públicos e colocaram, em grande parte, a Argentina na profunda crise em que se encontra há mais de 50 anos. Segundo: trauma da inflação (ninguém deseja o retorno da disparada de preços após alcançar sua redução). Milei vem conseguindo isso (de 211% em 2023 para 30% anuais atualmente), apesar de seu populismo truculento. Terceiro: medo de uma crise econômica ainda maior. Neste último caso, os eleitores, mesmo diante das enormes dificuldades sociais geradas pelas medidas/reformas de ajustes feitas pelo atual governo (forte empobrecimento da Nação), decidiram perseverar neste caminho. Na lógica deles, se escolhe o menos ruim. No fundo, a economia da Argentina chegou ao fundo do poço e somente profundas reformas estruturais corrigem o problema. Como se sabe, as mesmas têm um custo social enorme (corta-se no “osso”) quanto mais se deixa o descontrole avançar. Mas, no caso do vizinho país, as finanças estatais não têm fôlego para suportar a carga do ajuste. Isso exige que Milei corrija seu erro da primeira metade de seu mandato e dê continuidade às reformas, porém, com uma intensidade mais palatável à sociedade. O remédio não pode matar o paciente! Mesmo porque a ajuda dos EUA (US$ 20 bilhões) é insuficiente. Qualquer descuido no controle fiscal e o câmbio dispara (como vem acontecendo por lá) e a inflação retorna com força, colocando por terra o plano de ajuste. Além disso, tal crise não se resolve em um mandato. Será preciso, talvez, mais de uma geração se não houver deslizes no ajuste. Se não mudar a estratégia de execução a sociedade tende a cobrar a conta logo adiante. Uma encruzilhada que exige muita sabedoria nas práticas econômicas a serem feitas daqui em diante, sem perder o foco no objetivo principal.
:)
Pesquisar
segunda-feira, 3 de novembro de 2025
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagens Anteriores
- novembro (1)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (8)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (8)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (9)
- outubro (8)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (8)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (10)
- abril (8)
- março (8)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (10)
- outubro (8)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (10)
- maio (8)
- abril (7)
- março (11)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (8)
- setembro (10)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (8)
- março (10)
- fevereiro (6)
- dezembro (9)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (10)
- março (9)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (8)
- julho (11)
- junho (11)
- maio (15)
- abril (14)
- março (16)
- fevereiro (12)
- dezembro (8)
- novembro (13)
- outubro (11)
- setembro (13)
- agosto (14)
- julho (12)
- junho (16)
- maio (10)
- abril (3)