A melhor notícia vinda do tarifaço não é o previsível recuo de Trump, mas sim que o Brasil abriu novas janelas de oportunidades comerciais, negociando com países que antes tinham pouco espaço. Isso diversifica mercados e amplia a importância da globalização, reforçando o conceito de reglobalização pós-pandemia (não há desglobalização, simplesmente porque, dentre outros aspectos, as transnacionais não retornam às suas origens devido ao alto custo de produção). Essa nova realidade geoeconômica permite questionar o funcionamento atual do Mercosul. Hoje, nosso bloco regional tem um baixo dinamismo em termos de realização de acordos comerciais. Nem mesmo o acordo com a União Europeia, embora concluído em 2019, após 25 anos de negociação, não está aprovado. Nele as questões ambientais, por pressão particularmente europeia, se tornaram decisivas e acabaram sendo um motivo para emperrar o acordo, incluindo a questão da Amazônia. A reação contrária dos produtores agrícolas europeus, especialmente franceses, é outro motivo. E assim por diante. Com isso, o processo pouco avança. Pelo sim ou pelo não, o fato é que diante dessa nova contextualização geoeconômica, ainda temos poucos acordos com o Mercosul (hoje apenas 13% do total que o Brasil exporta tem tarifa preferencial nos seus mercados de destino) enquanto em muitos países do mundo esse percentual alcança até 70%. Assim, ganha espaço o debate sobre a necessidade de se flexibilizar as regras do Mercosul, “pois o custo de oportunidade de se manter no Mercosul já passou do limite da razoabilidade para o Brasil”. Afinal, o mundo passa a viver uma nova janela de oportunidade para novos acordos comerciais, pois boa parte dele se movimenta para diminuir a sua dependência do mercado estadunidense. É o momento de o Brasil ter mais agilidade. Para tanto, é preciso desativar os gargalos regulatórios do Mercosul, deixar de usá-lo como um vetor essencialmente político e gerar mais flexibilidade para ampliar a sua rede de acordos comerciais, fazendo um processo amplo de revisão da tarifa externa comum, que além de muito alta, continua cheia de distorções que acabam por comprometer a agenda de competitividade da indústria nacional (cf. Conjuntura Econômica, FGV, setembro/25, p. 20).
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