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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 22/08/2025 a 28/08/2025


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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

TARIFAÇO DE TRUMP: NOVAS REFLEXÕES (Final) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Visto as questões macroeconômicas mundiais, em função do tarifaço de Trump (cf. as duas colunas anteriores), resta destacar alguns aspectos do mesmo sobre a economia brasileira especificamente. Analistas consideram, em primeiro lugar, que no Brasil dois choques acontecem: “o desvio de comércio da China com o excedente de bens manufaturados, claramente desinflacionário, e o desvio de comércio, com a China demandando nossas commodities agrícolas. Este segundo choque já vem ocorrendo há mais tempo, gerando uma leve alta de preços de produtos agrícolas, especialmente soja e derivados. Mas, o Real valorizado retira parte da inflação que tal choque poderia provocar na economia geral. Assim, o tarifaço de Trump tende a ser mais desinflacionário do que o contrário (cf. FGV). Porém, existem outras consequências. Comercialmente confirma-se o que já a pandemia ensinou: nossa economia não pode ficar atrelada a poucos mercados fortes, precisando diversificar seus compradores. Soma-se a isso o fato de a ação de Trump nos aproximar ainda mais economicamente da China e países asiáticos, o que não deixa de ser positivo pelo tamanho deste mercado global e sua tendência futura. Por outro lado, o Brasil terá que gastar mais auxiliando os setores atingidos pelo tarifaço, aumentando a dívida pública (fala-se em US$ 9,5 bilhões, por enquanto, porém, na prática a conta será ainda mais salgada, pois haverá subsídios aos setores). Entre Estados, o Rio Grande do Sul é um dos mais atingidos, pois mais de 80% de suas exportações tarifadas vão para os EUA. Todavia, em termos nacionais, de forma geral, o tarifaço, se ficar nestes níveis, acabou tendo um efeito líquido menor do que se imaginava. Enfim, mesmo economicamente incoerente e errática, a ação do governo estadunidense visa impedir que as suas Big tecs (Amazon, Google etc) sejam atingidas por controles estatais (que, aliás, são necessários) e ter acesso às terras raras que o Brasil possui (veja coluna do dia 31/07). Nem que para isso tenha que usar marionetes brasileiras como instrumento, claros sabotadores da Pátria em busca de benefícios próprios às custas de toda a Nação, dentro de um contexto geopolítico que ultrapassa em muito a compreensão dos próprios envolvidos.  

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 15/08/2025 a 21/08/2025


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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

TARIFAÇO DE TRUMP: NOVAS REFLEXÕES (II) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Outro grave erro que Trump e seus assessores cometem, ao adotar a estratégia do tarifaço sobre o mundo, visando resolver seus problemas econômicos internos, está no fato de que eles não percebem que a base que elegeu Trump não tem ensino superior. Esta base é formada pelos grupos sociais que foram afetados pelas grandes mudanças tecnológicas das últimas décadas. Essas mudanças reduziram muito a demanda pelo trabalhador com nível educacional de ensino médio completo e sem curso superior. A aplicação de tarifas comerciais em nada resolve isso. O que elas tendem a provocar é um “choque desinflacionário para o mundo, com a exceção da economia estadunidense, cujo choque será inflacionário, podendo os EUA entrar, nos próximos meses, em uma situação de desaceleração que leva à recessão econômica, em meio à aceleração da inflação”. Por sua vez, a desorganização das cadeias de valor não deverá ser muito forte. O comércio mais afetado será o comércio bilateral dos EUA com a China, onde “haverá uma forte redução da demanda dos EUA por manufaturas chinesas. Nos EUA, o preço desses bens elevar-se-á muito e, na China, haverá a formação de uma elevada capacidade ociosa na indústria. Porém, é bom lembrar que as empresas chinesas podem buscar novos mercados. A China inundará o mundo com sua oferta excedente de bens, o que contribuirá para a redução dos preços. O governo chinês deve promover o consumo doméstico desse excedente, por meio de programas que permitam a aquisição, pela população, com fortes subsídios públicos. No limite, pode criar políticas públicas que sustentem a renda do setor, com redução da produção, financiando parte dos custos das empresas, por exemplo, parte da folha de salários, como se fez em muitos países na pandemia, ou mesmo ajudando no financiamento de estoques”. Os EUA perceberam isso e, pela segunda vez, anunciam uma trégua de 90 dias para a aplicação do tarifaço pleno sobre a China, buscando uma saída honrosa. A reação dos mercados tem sido tratar a economia americana como uma economia emergente. A desvalorização do dólar no cenário global, inclusive frente ao Real, dá uma ideia de “como os mercados financeiros têm punido a desastrada política econômica do segundo governo Trump” (cf. Pessôa, S. Revista Conjuntura Econômica-FGV, maio/25, pp. 12-16).

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 08/08/2025 a 14/08/2025


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terça-feira, 12 de agosto de 2025

TARIFAÇO DE TRUMP: NOVAS REFLEXÕES (I) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Passados alguns meses do anúncio e, agora, da aplicação do tarifaço de Trump sobre os países do mundo, algumas novas reflexões se fazem necessárias. Tecnicamente, a ideia central do governo dos EUA é de que o dólar sobrevalorizado mundo afora “prejudica o desenvolvimento da indústria estadunidense, principalmente da indústria manufatureira. As tarifas seriam uma forma de compensar o desequilíbrio produzido pelo dólar artificialmente forte”. Estamos diante de uma contradição, pois desde 1999 a força do dólar não tem se mostrado tão evidente. Assim, o déficit da balança comercial estadunidense não vem do câmbio. O mesmo é a “contrapartida do maior crescimento da produtividade, da demografia mais favorável, da inventividade, patentes e marcas do Vale do Silício e do maior desenvolvimento institucional e da competência dos operadores de Wall Street. Seriam essas as bases das vantagens comparativas dos EUA que geram o déficit da balança comercial de bens”. Por outro lado, “as simulações indicam que, nesta guerra comercial, a alíquota de equilíbrio fica próxima de 40%, sendo que os assessores de Trump consideram que os EUA sairão ganhando”. Todavia, eles cometem o erro “de acreditar que vínculos econômicos e a ameaça de perdas econômicas são capazes de moderar um governante. Essa estratégia aplica-se entre democracias. Nestas, as perdas econômicas em geral geram derrotas eleitorais. Não é o caso em autocracias como a chinesa. O ditador tem muita capacidade de impor perdas aos seus cidadãos sem ser punido. Assim, essa estratégia não funciona com o governo chinês. Trump já perdeu algumas rodadas, pois a China retaliou e não pediu para negociar, obrigando o presidente estadunidense a buscar uma saída honrosa. Na verdade, hoje o maior problema é de longe tecnológico. Se as atividades voltarem da China para os EUA, como espera Trump, “voltarão feitas por robôs: os empregos na indústria foram perdidos para sempre pelas novas tecnologias. Além disso, há evidência recente que a queda de demanda por trabalhadores com ensino médio completo é clara, inclusive nos escritórios. Estes trabalhadores são substituídos por computadores. Ou seja, não haverá aumento de emprego nos EUA como o desejado (cf. Pessôa, S. Revista Conjuntura Econômica-FGV, maio/25, pp. 12-16). (segue)

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 01/08/2025 a 07/08/2025


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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

O POÇO É BEM MAIS PROFUNDO (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A guerra comercial imposta pelos EUA ainda não terminou e muitas lições surgem da mesma. Todavia, ela não deve levar ao esquecimento a realidade econômica brasileira. Neste aspecto, continua existindo uma aparente contradição: enquanto o desemprego oficial diminui, a inadimplência cresce entre os brasileiros. Efetivamente, no último trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego caiu para 5,8%, a menor da série histórica iniciada em 2012. Um ano antes esta taxa estava em 6,9%. Isso significa mais brasileiros com renda. Como nossa demanda é reprimida, pois a maioria não consegue comprar tudo o que precisa, qualquer melhoria no volume geral desta renda gera maior demanda e, por consequência, pressão inflacionária. Com esta última bem acima do teto da meta anual, o Copom, além de manter a Selic em 15% ao ano, sinaliza sua manutenção por longo tempo nestes níveis e, pior, não hesita em alertar para a possibilidade de voltar a aumentá-la se os preços internos não cederem. Mas isso não responde à contradição apontada no início deste comentário. Em nosso caso, aumenta o volume absoluto da renda geral, por mais pessoas trabalhando, o que é positivo, mas a qualidade desta renda não melhora. Tanto é verdade que o rendimento médio mensal real, de todos os trabalhadores, sobe muito lentamente, estando hoje em apenas R$ 3.477,00, ou seja, 2,3 salários mínimos. Como nosso país é muito caro, tal renda não permite alcançar um nível de vida adequado. Com isso, as pessoas se endividam fortemente e, sem educação financeira suficiente, logo atingem o estágio da inadimplência. Hoje são 77,8 milhões de pessoas inadimplentes, com uma dívida média de R$ 6.218,00, ou seja, quase o dobro de seu salário médio (incluindo aí os aposentados, cuja maioria ganha apenas um salário mínimo mensal), sendo que 27,5% desta dívida é feita com o cartão de crédito. Ou seja, mais gente ganha um salário, porém, o mesmo é muito baixo em relação ao custo de vida que existe no país. Por sermos um país com alta concentração de renda, este quadro atinge 90% de nossa população. Os demais vivem em outro mundo. Aliás, segundo o Banco Central, no ano passado, 29.068 brasileiros possuíam US$ 654,5 bilhões fora do país. Isso equivale a mais de US$ 22,5 milhões para cada um deles ou, ao câmbio de hoje, mais de R$ 126 milhões por pessoa. 

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