Passados alguns meses do anúncio e, agora, da aplicação do tarifaço de Trump sobre os países do mundo, algumas novas reflexões se fazem necessárias. Tecnicamente, a ideia central do governo dos EUA é de que o dólar sobrevalorizado mundo afora “prejudica o desenvolvimento da indústria estadunidense, principalmente da indústria manufatureira. As tarifas seriam uma forma de compensar o desequilíbrio produzido pelo dólar artificialmente forte”. Estamos diante de uma contradição, pois desde 1999 a força do dólar não tem se mostrado tão evidente. Assim, o déficit da balança comercial estadunidense não vem do câmbio. O mesmo é a “contrapartida do maior crescimento da produtividade, da demografia mais favorável, da inventividade, patentes e marcas do Vale do Silício e do maior desenvolvimento institucional e da competência dos operadores de Wall Street. Seriam essas as bases das vantagens comparativas dos EUA que geram o déficit da balança comercial de bens”. Por outro lado, “as simulações indicam que, nesta guerra comercial, a alíquota de equilíbrio fica próxima de 40%, sendo que os assessores de Trump consideram que os EUA sairão ganhando”. Todavia, eles cometem o erro “de acreditar que vínculos econômicos e a ameaça de perdas econômicas são capazes de moderar um governante. Essa estratégia aplica-se entre democracias. Nestas, as perdas econômicas em geral geram derrotas eleitorais. Não é o caso em autocracias como a chinesa. O ditador tem muita capacidade de impor perdas aos seus cidadãos sem ser punido. Assim, essa estratégia não funciona com o governo chinês. Trump já perdeu algumas rodadas, pois a China retaliou e não pediu para negociar, obrigando o presidente estadunidense a buscar uma saída honrosa. Na verdade, hoje o maior problema é de longe tecnológico. Se as atividades voltarem da China para os EUA, como espera Trump, “voltarão feitas por robôs: os empregos na indústria foram perdidos para sempre pelas novas tecnologias. Além disso, há evidência recente que a queda de demanda por trabalhadores com ensino médio completo é clara, inclusive nos escritórios. Estes trabalhadores são substituídos por computadores. Ou seja, não haverá aumento de emprego nos EUA como o desejado (cf. Pessôa, S. Revista Conjuntura Econômica-FGV, maio/25, pp. 12-16). (segue)
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