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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

TARIFAÇO DE TRUMP: NOVAS REFLEXÕES (Final) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Visto as questões macroeconômicas mundiais, em função do tarifaço de Trump (cf. as duas colunas anteriores), resta destacar alguns aspectos do mesmo sobre a economia brasileira especificamente. Analistas consideram, em primeiro lugar, que no Brasil dois choques acontecem: “o desvio de comércio da China com o excedente de bens manufaturados, claramente desinflacionário, e o desvio de comércio, com a China demandando nossas commodities agrícolas. Este segundo choque já vem ocorrendo há mais tempo, gerando uma leve alta de preços de produtos agrícolas, especialmente soja e derivados. Mas, o Real valorizado retira parte da inflação que tal choque poderia provocar na economia geral. Assim, o tarifaço de Trump tende a ser mais desinflacionário do que o contrário (cf. FGV). Porém, existem outras consequências. Comercialmente confirma-se o que já a pandemia ensinou: nossa economia não pode ficar atrelada a poucos mercados fortes, precisando diversificar seus compradores. Soma-se a isso o fato de a ação de Trump nos aproximar ainda mais economicamente da China e países asiáticos, o que não deixa de ser positivo pelo tamanho deste mercado global e sua tendência futura. Por outro lado, o Brasil terá que gastar mais auxiliando os setores atingidos pelo tarifaço, aumentando a dívida pública (fala-se em US$ 9,5 bilhões, por enquanto, porém, na prática a conta será ainda mais salgada, pois haverá subsídios aos setores). Entre Estados, o Rio Grande do Sul é um dos mais atingidos, pois mais de 80% de suas exportações tarifadas vão para os EUA. Todavia, em termos nacionais, de forma geral, o tarifaço, se ficar nestes níveis, acabou tendo um efeito líquido menor do que se imaginava. Enfim, mesmo economicamente incoerente e errática, a ação do governo estadunidense visa impedir que as suas Big tecs (Amazon, Google etc) sejam atingidas por controles estatais (que, aliás, são necessários) e ter acesso às terras raras que o Brasil possui (veja coluna do dia 31/07). Nem que para isso tenha que usar marionetes brasileiras como instrumento, claros sabotadores da Pátria em busca de benefícios próprios às custas de toda a Nação, dentro de um contexto geopolítico que ultrapassa em muito a compreensão dos próprios envolvidos.  

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