:)

Pesquisar

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 21/02/2025 a 27/02/2025


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui. 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

TENDÊNCIA INFLACIONÁRIA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Apesar dos esforços do Banco Central em conter a inflação nacional (IPCA) dentro da meta (para 2025 o centro da mesma é 3% e o teto 4,5%), via aumento da taxa básica de juro (Selic), iniciado ainda no ano passado, será difícil terminarmos 2025 com a inflação abaixo do teto (atualmente o mercado espera uma inflação de 5,65% para o final de 2025, cf. Boletim Focus, após 4,83% no ano passado). Mesmo que hoje haja elementos para sermos mais otimistas, tais como: o efeito do forte aumento da Selic, que deve ir a 15% no final do ano; um câmbio que voltou ao patamar de R$ 5,70; uma safra agrícola que tende a ser melhor no restante do país, apesar da estiagem no RS; um cessar-fogo no Oriente Médio; a possibilidade de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Entretanto, são situações instáveis, pois dependentes de fatores complexos. E aqui no Brasil, o IPCA de janeiro (0,16%, o mais baixo para o mês desde 1994) não é referência. Isso porque ele foi “artificializado” pelo chamado Bônus Itaipu (um desconto que milhões de brasileiros receberam na conta de luz em janeiro em função dos acordos entre Brasil e Paraguai na gestão da Usina de Itaipu). De fevereiro em diante não haverá mais este bônus, além do fato de que, já no corrente mês, incidirão os novos aumentos nos combustíveis, especialmente no diesel. Por outro lado, a inflação, na prática, especialmente a dá sociedade mais pobre, é mais elevada do que a oficial medida pelo IPCA (que é uma referência “média” de diversas rubricas). A começar pelo setor de alimentos e bebidas. Ele aumentou 0,96% em janeiro, pela quinta vez consecutiva, tendo acumulado 7,69% em 2024. Sem falar que itens básicos, como o café e carne subiram até 50%. Ora, em sendo o Brasil um país com uma população relativamente pobre (hoje cerca de 80% das pessoas recebem de salário e/ou aposentadoria, no máximo, 2,4 salários mínimos mensais, sendo que uma forte maioria chega, apenas, a um salário mínimo), estudos econômicos mostram que 80% da renda destas pessoas é gasto em alimentação, ou seja, na sobrevivência. E não é tabelando preços que isso se resolve, como a história e a ciência nos ensinam. Na essência do problema está, em boa parte, o descontrole fiscal nas contas públicas, que se arrasta há anos e que movimentos políticos, geralmente de curta e interesseira visão, impedem uma solução adequada e duradoura.   

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 14/02/2025 a 20/02/2025


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

TRUMP, PROTECIONISMO COMERCIAL E CAUTELA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A nova guerra comercial iniciada por Donald Trump, presidente dos EUA, através do uso de tarifas aduaneiras sobre produtos importados dos parceiros comerciais não ajuda a economia global. Trata-se de uma estratégia que, no máximo, favorece alguns setores internos ao país que aplica o protecionismo, mas que penaliza a maioria da Nação e o resto do mundo. Afinal, o protecionismo impede que produtos mais baratos entrem no mercado interno, elevando os preços dos mesmos, via tarifa, o que estimula os produtores locais destes produtos a aumentarem igualmente seus preços. Resultado: a prática é inflacionária e nociva para o conjunto da economia do país e do mundo. Lembrando que Trump teria sido eleito porque seus eleitores estavam descontentes com a inflação do governo anterior. Contraditoriamente, acabaram elegendo um indutor de mais inflação. Dito isso, por enquanto a estratégia ainda é tímida em relação ao que poderia ocorrer. A tarifa é baixa sobre alguns produtos escolhidos, sendo que a China ainda foi pouco atingida; é pontual, pois oscilante, na medida em que voltou atrás, temporariamente, em relação ao México e o Canadá; e setorial, atingindo produtos escolhidos, caso do aço e alumínio. Pouca coisa, ou nada, surgiu a respeito do setor agropecuário, tema de preocupação global, especialmente no que diz respeito às relações com a China. Assim, de forma geral, se as medidas ficarem nos atuais níveis, o estrago econômico tende a ser pequeno. Todavia, ainda é cedo para um julgamento final. O recente passo de adotar a prática de tarifas recíprocas, mostra que há muito ainda para “rolar embaixo desta ponte”. Neste último caso, muitos produtos brasileiros poderão ser atingidos, caso do etanol, assim como suco de laranja, óleo de soja e outros produtos que os dois países produzem e comercializam entre si. E a atual fragilidade da OMC não permite esperar soluções por esta via. Assim, pelo sim ou pelo não, temos, nestas atitudes do governo estadunidense, um novo motivo externo para, juntamente com os elementos de economia interna, gerenciarmos o ano de 2025 com muita cautela.

 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 20/12/2024 a 13/02/2025


Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.

Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.  

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

2025: ALGUNS NÚMEROS INICIAIS (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

 Alguns números estruturais da economia nacional precisam ser destacados. A dívida bruta do governo subiu para 76,1% do PIB em 2024, atingindo a R$ 8,9 trilhões. E a perspectiva, para o ano, é de, no máximo, estabilizá-la. Enquanto isso a arrecadação total do governo, em 2024, somou R$ 2,652 trilhões, com um crescimento real (descontada a inflação) de impressionantes 9,62% sobre 2023. Mesmo assim, segundo o Banco Central, o déficit primário (sem contar os juros da dívida) somou R$ 47,6 bilhões. Ou seja, continuamos gastando mais do que arrecadamos, apesar do arcabouço fiscal. Somente a dívida pública federal cresceu 12,2% em 2024, passando a R$ 7,316 trilhões, enquanto as 44 estatais federais (excluídas Petrobrás, Eletrobrás e os bancos estatais) geraram o maior déficit em 15 anos (até outubro/24 o rombo era de R$ 5,1 bilhões), após um lucro líquido de R$ 197,9 bilhões em 2023. E a expectativa, para 2025, é que a dívida pública federal suba para algo entre R$ 8,1 e R$ 8,5 trilhões, ou seja, um aumento entre 10% e 16%. Em tal contexto, continuará a pressão altista da inflação, obrigando o Copom a manter a elevação da Selic até 15% aa (talvez um pouco mais) em 2025 (esperando que o câmbio volte a níveis de R$ 5,00 a R$ 5,50, pois a desvalorização da moeda também é indutora de inflação). Algo absurdo, mas necessário se quisermos segurar o custo de vida, via esfriamento da economia. O problema é que parte da dívida pública está indexada na Selic e, assim, a dívida aumenta. Somente em 2024 a mesma aumentou em R$ 762,4 bilhões devido ao juro. Desta forma, duas considerações: 1) se a meta do arcabouço fiscal foi cumprida, o foi porque se alterou a mesma no transcorrer do ano, aceitando-se uma margem de déficit de 0,25% do PIB em 2024 (atingimos 0,1% do PIB sem os gastos com os auxílios ao RS, devido a enchente de maio, por terem sido excepcionais, porém, houve o gasto, e o considerando, o déficit passa a 0,4% do PIB pelos números do Banco Central); 2) hoje, para estabilizar a dívida, não basta mais zerar o déficit, é preciso um superávit primário de 2,5% do PIB (cerca de R$ 250 bilhões de resultado positivo). A geração de novas receitas estando esgotada, somente se pode chegar aí cortando despesas. E se este corte não for mais igualitário, atingindo também a parte privilegiada da Nação, teremos crise social logo adiante.

Postagens Anteriores