Alguns números estruturais da economia nacional precisam ser destacados. A dívida bruta do governo subiu para 76,1% do PIB em 2024, atingindo a R$ 8,9 trilhões. E a perspectiva, para o ano, é de, no máximo, estabilizá-la. Enquanto isso a arrecadação total do governo, em 2024, somou R$ 2,652 trilhões, com um crescimento real (descontada a inflação) de impressionantes 9,62% sobre 2023. Mesmo assim, segundo o Banco Central, o déficit primário (sem contar os juros da dívida) somou R$ 47,6 bilhões. Ou seja, continuamos gastando mais do que arrecadamos, apesar do arcabouço fiscal. Somente a dívida pública federal cresceu 12,2% em 2024, passando a R$ 7,316 trilhões, enquanto as 44 estatais federais (excluídas Petrobrás, Eletrobrás e os bancos estatais) geraram o maior déficit em 15 anos (até outubro/24 o rombo era de R$ 5,1 bilhões), após um lucro líquido de R$ 197,9 bilhões em 2023. E a expectativa, para 2025, é que a dívida pública federal suba para algo entre R$ 8,1 e R$ 8,5 trilhões, ou seja, um aumento entre 10% e 16%. Em tal contexto, continuará a pressão altista da inflação, obrigando o Copom a manter a elevação da Selic até 15% aa (talvez um pouco mais) em 2025 (esperando que o câmbio volte a níveis de R$ 5,00 a R$ 5,50, pois a desvalorização da moeda também é indutora de inflação). Algo absurdo, mas necessário se quisermos segurar o custo de vida, via esfriamento da economia. O problema é que parte da dívida pública está indexada na Selic e, assim, a dívida aumenta. Somente em 2024 a mesma aumentou em R$ 762,4 bilhões devido ao juro. Desta forma, duas considerações: 1) se a meta do arcabouço fiscal foi cumprida, o foi porque se alterou a mesma no transcorrer do ano, aceitando-se uma margem de déficit de 0,25% do PIB em 2024 (atingimos 0,1% do PIB sem os gastos com os auxílios ao RS, devido a enchente de maio, por terem sido excepcionais, porém, houve o gasto, e o considerando, o déficit passa a 0,4% do PIB pelos números do Banco Central); 2) hoje, para estabilizar a dívida, não basta mais zerar o déficit, é preciso um superávit primário de 2,5% do PIB (cerca de R$ 250 bilhões de resultado positivo). A geração de novas receitas estando esgotada, somente se pode chegar aí cortando despesas. E se este corte não for mais igualitário, atingindo também a parte privilegiada da Nação, teremos crise social logo adiante.
:)
Pesquisar
Postagens Anteriores
- março (3)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (8)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (9)
- outubro (8)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (8)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (10)
- abril (8)
- março (8)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (10)
- outubro (8)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (10)
- maio (8)
- abril (7)
- março (11)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (8)
- setembro (10)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (8)
- março (10)
- fevereiro (6)
- dezembro (9)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (10)
- março (9)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (8)
- julho (11)
- junho (11)
- maio (15)
- abril (14)
- março (16)
- fevereiro (12)
- dezembro (8)
- novembro (13)
- outubro (11)
- setembro (13)
- agosto (14)
- julho (12)
- junho (16)
- maio (10)
- abril (3)