Apesar dos esforços do Banco Central em conter a inflação nacional (IPCA) dentro da meta (para 2025 o centro da mesma é 3% e o teto 4,5%), via aumento da taxa básica de juro (Selic), iniciado ainda no ano passado, será difícil terminarmos 2025 com a inflação abaixo do teto (atualmente o mercado espera uma inflação de 5,65% para o final de 2025, cf. Boletim Focus, após 4,83% no ano passado). Mesmo que hoje haja elementos para sermos mais otimistas, tais como: o efeito do forte aumento da Selic, que deve ir a 15% no final do ano; um câmbio que voltou ao patamar de R$ 5,70; uma safra agrícola que tende a ser melhor no restante do país, apesar da estiagem no RS; um cessar-fogo no Oriente Médio; a possibilidade de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Entretanto, são situações instáveis, pois dependentes de fatores complexos. E aqui no Brasil, o IPCA de janeiro (0,16%, o mais baixo para o mês desde 1994) não é referência. Isso porque ele foi “artificializado” pelo chamado Bônus Itaipu (um desconto que milhões de brasileiros receberam na conta de luz em janeiro em função dos acordos entre Brasil e Paraguai na gestão da Usina de Itaipu). De fevereiro em diante não haverá mais este bônus, além do fato de que, já no corrente mês, incidirão os novos aumentos nos combustíveis, especialmente no diesel. Por outro lado, a inflação, na prática, especialmente a dá sociedade mais pobre, é mais elevada do que a oficial medida pelo IPCA (que é uma referência “média” de diversas rubricas). A começar pelo setor de alimentos e bebidas. Ele aumentou 0,96% em janeiro, pela quinta vez consecutiva, tendo acumulado 7,69% em 2024. Sem falar que itens básicos, como o café e carne subiram até 50%. Ora, em sendo o Brasil um país com uma população relativamente pobre (hoje cerca de 80% das pessoas recebem de salário e/ou aposentadoria, no máximo, 2,4 salários mínimos mensais, sendo que uma forte maioria chega, apenas, a um salário mínimo), estudos econômicos mostram que 80% da renda destas pessoas é gasto em alimentação, ou seja, na sobrevivência. E não é tabelando preços que isso se resolve, como a história e a ciência nos ensinam. Na essência do problema está, em boa parte, o descontrole fiscal nas contas públicas, que se arrasta há anos e que movimentos políticos, geralmente de curta e interesseira visão, impedem uma solução adequada e duradoura.
:)
Pesquisar
Postagens Anteriores
- julho (4)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (8)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (9)
- outubro (8)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (8)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (10)
- abril (8)
- março (8)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (10)
- outubro (8)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (10)
- maio (8)
- abril (7)
- março (11)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (8)
- setembro (10)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (8)
- março (10)
- fevereiro (6)
- dezembro (9)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (10)
- março (9)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (8)
- julho (11)
- junho (11)
- maio (15)
- abril (14)
- março (16)
- fevereiro (12)
- dezembro (8)
- novembro (13)
- outubro (11)
- setembro (13)
- agosto (14)
- julho (12)
- junho (16)
- maio (10)
- abril (3)