24/10/2025 a 30/10/2025
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24/10/2025 a 30/10/2025
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O resultado acumulado da balança comercial brasileira, de janeiro até a terceira semana de outubro, período que já capta os efeitos do tarifaço de Trump, é interessante. No mesmo, o Brasil exportou US$ 276,1 bilhões e importou US$ 227,4 bilhões. Com isso, o saldo comercial acumulado é positivo em US$ 48,7 bilhões, representando um recuo de 18,1% na média diária quando comparado com igual período do ano anterior (em 2024, neste mesmo espaço de tempo, o saldo da média diária era de menos 23,4% sobre 2023). Por sua vez, as exportações cresceram 2,4%, enquanto as importações aumentaram 8,3%. Podemos inferir destes números que o tarifaço de Trump, se é certo que prejudica muitos setores de nossa economia, de forma global não tem sido tão ruim como se imaginava no início. Nota-se que, por enquanto, a diversificação de mercados, visando substituir o mercado dos EUA, está dando resultados de forma global. Obviamente, sem o tarifaço o resultado total acumulado poderia ser melhor, mas o quadro concreto, até o momento, é positivo diante das expectativas iniciais. Também é certo que as isenções de tarifas dadas pelo governo estadunidense, posteriormente, igualmente ajudam a este resultado menos ruim. Entretanto, nota-se também que a participação dos EUA, em nossas exportações totais, que em setembro e outubro do ano passado era de 11,3% e 12,2% respectivamente, caiu para 9,6% e 8,4% em setembro e outubro de 2025. Além disso, em uma análise mais longa verifica-se que nestes últimos anos o saldo comercial vem diminuindo, o que indica que nossas exportações em valor perdem força em relação às importações. Isso se deve ao fato, em especial, de exportarmos muitos produtos primários, com pouco valor agregado, os quais viram seus preços diminuírem no mercado internacional nos últimos anos (soja, milho, minério de ferro, petróleo...), enquanto os preços do que importamos, boa parte com maior valor agregado, pouco diminuem de valor. Ou seja, se o tarifaço de Trump não provocou, até o momento, a hecatombe comercial que se imaginava sobre o Brasil, embora cause problemas graves pontuais, mesmo assim, de forma global, o saldo de nossa balança comercial vem perdendo fôlego devido a continuarmos apostando na exportação de produtos com pouco valor agregado.
17/10/2025 a 23/10/2025
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Geralmente as bolhas especulativas resultam de euforias, a partir de um aumento da liquidez ou de mudanças institucionais, as quais levam a assunção imprudente de riscos, alimentados por manias, que nada mais são do que o padrão frenético de compras de ativos (imóveis e ações) que produzem aumentos de preços e do volume de negócios. As pessoas ficam ansiosas para comprar antes que os preços subam mais. E essas manias geram bolhas e vice-versa. Em algum momento, por um acontecimento qualquer, os preços param de subir e a bolha estoura (bolhas sempre estouram). Isto gera pânico (efeito manada) fato que leva a quedas acentuadas dos preços de imóveis e quebra do mercado de ações. Esse quadro leva às crises! Na história recente, o mundo viveu a bolha das empresas “pontocom”, no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Esta foi o embrião da grande crise mundial de 2007/08, quando estourou a bolha do mercado imobiliário nos EUA. No Brasil, esta última levou à grande recessão econômica de 2014/16, auxiliada pelas decisões tomadas pelo governo de então. Na sequência, a pandemia da Covid-19, acompanhada da guerra Rússia x Ucrânia, se encarregou de completar o quadro recente de estouros de bolhas especulativas e consequentes crises econômicas globais. Pois uma nova bolha está, neste momento, formada. Trata-se da bolha da Inteligência Artificial (IA), a partir da constatação de que o valor de mercado das empresas do setor está acima do normal. Por exemplo: a Nvidia está cotada em torno de US$ 4,4 trilhões (se fosse um país seria o quarto mais rico do mundo). Outro indício, segundo o MIT, é que 95% das empresas que investiram em IA ainda não obtiveram retorno. Como hoje as quantias envolvidas são muito maiores, esta bolha supera a das “pontocom” e as que vieram na sequência. E o mercado (incluindo alertas do Banco da Inglaterra e do FMI), neste momento, não trata mais o problema como “se ocorrer”, mas sim “quando ocorrer”. Ou seja, no seu entender ela irá ocorrer, trazendo grandes perdas tanto na economia virtual quanto na real. Será um enorme rearranjo, que favorecerá as empresas de IA mais organizadas, eliminará outras tantas e provocará mais um forte impacto negativo na economia global, e por óbvio nacional, a partir de mais esta “exuberância irracional” no mercado de ações.
10/10/2025 a 16/10/2025
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O Congresso Nacional e suas emendas parlamentares (propostas de alteração feitas por deputados e senadores no orçamento público anual, que permitem direcionar recursos para projetos específicos), da forma como vêm sendo executadas, travam o país e penalizam os brasileiros de forma significativa. No orçamento de 2025 o total destas ementas era previsto em R$ 61,7 bilhões, sendo que grande parte das mesmas eram impositivas (execução obrigatória) devido a leis feitas pelos próprios congressistas. Em 2015, o volume de tais emendas era de apenas R$ 3,9 bilhões. Ou seja, em 10 anos o mesmo foi multiplicado por mais de 15 vezes. E o pior é que o uso deste dinheiro público não tem transparência e rastreabilidade, algo que permite desvios e corrupção, além de impedir a avaliação da relação custo/benefício das políticas públicas financiadas com o mesmo, segundo estudo da FGV (Conjuntura Econômica, julho/25, pp. 12-14). Cerca de metade destes recursos são destinados à saúde, porém, sem nenhum critério adequado. Comparando a realidade nacional com as emendas parlamentares de outro país com regime presidencialista, os EUA, a dimensão do descalabro fica ainda mais evidente. Enquanto de 1994 a 2024, nos EUA, tais emendas baixaram de 3% para 1% (hoje o teto percentual legal) das despesas orçamentárias obrigatórias, aqui no Brasil as mesmas passaram de 2% em 2015 para 24% em 2024. Se usarmos a comparação com o percentual do PIB e com o percentual do gasto primário federal (excluindo créditos extraordinários) o quadro é ainda mais aterrador. Na comparação com os EUA, para que as emendas parlamentares brasileiras fossem equivalentes, o montante das mesmas, aqui no país, em relação ao PIB, deveria ser de apenas R$ 5,9 bilhões e em relação ao gasto primário deveria ser de R$ 5,4 bilhões. Além disso, quando se necessita que o Estado diminua seus gastos, este Congresso jamais aceita cortar “na própria carne”. Pelo contrário, aumenta os gastos, transferindo a conta para sociedade brasileira, geralmente à parte mais pobre da mesma. Se estas distorções não forem corrigidas, não há economia que resista. Ou o país racionaliza isso ou continuará sendo engolido por estes excessos. Isso explica a importância das eleições para Deputado Federal e Senador, neste país. E outubro de 2026 está logo aí!
03/10/2025 a 09/10/2025
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A realidade do mercado da soja condiz com a análise em perspectiva que se tem dos mercados. A mesma nos oferece uma visão de longo prazo, pela qual se confirma a máxima econômica: o mercado “procura” girar em torno da média histórica. Ou seja, após movimentos de fortes altas ou baixas das cotações, o mercado tende a “buscar” a média. No caso da soja, a média dos últimos 25 anos, em Chicago, gira entre US$ 9,80 e US$ 10,00/bushel. Assim, após as disparadas de preço entre 2020 e 2023, provocadas pela pandemia e a guerra Rússia x Ucrânia, quando o primeiro mês cotado chegou a flertar com seu recorde histórico diário (quase US$ 18,00/bushel), o mercado iniciou um retorno a seus patamares médios. A média do ano de 2024 ficou em US$ 11,02/bushel, após US$ 14,16 em 2023 e US$ 15,49 em 2022. Já nos primeiros nove meses de 2025 a média do primeiro mês, em Chicago, foi de US$ 10,26/bushel. E mais, a média de setembro/25 foi de US$ 10,19, enquanto a de setembro/24 havia sido de US$ 10,14/bushel. Ou seja, acomodados os fatores excepcionais do período 2020 a 2023, o mercado passou a “buscar” a média. O mesmo acontece com os dois outros elementos básicos da formação do preço da soja em reais: o câmbio e os prêmios no país, guardadas as devidas diferenças entre si. Assim, o mercado interno da oleaginosa formatou uma nova média nos últimos anos, a qual se situa entre R$ 110,00 e R$ 120,00/saco, sendo onde os preços de balcão se encontram neste momento. Dito isso: 1) o mercado é volátil e terá sempre acessos de altas e baixas, muitos deles especulativos, criando momentos especiais de comercialização; 2) os custos de produção, por serem formados junto a estruturas oligopolistas (poucas empresas dominam o mercado), tendem a subir até mais, porém, jamais baixam na mesma proporção do preço do produto, levando a margem média de ganho do produtor a diminuir, em termos reais, exigindo sempre maior produtividade por hectare para compensar a lacuna (gap); 3) como a maioria dos produtores não consegue tal incremento, ela acaba realizando fortes endividamentos, os quais são causa de inadimplências importantes e, em muitos casos, irreversíveis. Especialmente em realidades como a gaúcha, onde o clima, desde 2020, geralmente tem jogado contra o setor primário.
26/09/2025 a 02/10/2025
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