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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

PODERÁ MELHORAR SE.....

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
31/12/2015

Não é novidade que as perspectivas para o novo ano que se inicia são as piores possíveis em termos econômicos. Se continuar como está, 2016 será pior do que 2015, pelas diversas razões expostas nas últimas semanas, inclusive neste espaço. Todavia, esse quadro poderá ser “menos ruim” no próximo ano se algumas ações acontecerem na condução de nossa política e economia. Em primeiro lugar, o novo ministro da Fazenda precisará deixar de lado o desenvolvimentismo intervencionista (prática que defendeu por longos anos) e agir com responsabilidade, realizando um aprofundamento consistente do ajuste fiscal timidamente iniciado. O superávit primário, nesse caso, é fundamental, inclusive para recuperar um mínimo de credibilidade interna e externa. Em segundo lugar, que o processo de impedimento da presidente Dilma, qualquer que seja o resultado, não se arraste até o meio do ano, engessando o executivo e o legislativo em torno desta questão, e impedindo aprovação de medidas urgentes visando sanear a economia. Em terceiro lugar, que o executivo não ceda às pressões irresponsáveis de alguns sindicatos e do próprio comando do Partido dos Trabalhadores, que continuam defendendo um Estado que gaste sem limites, fato que nos trouxe até a atual crise, uma das maiores vivida pelo país em praticamente um século. Em quarto lugar, que o executivo federal, assim como os estaduais, não caia na tentação de afrouxar a chamada “lei de responsabilidade fiscal”, pois isso seria avalizar a gastança pública sem controle, algo que a sociedade brasileira vem agora pagando com seus empregos e corrosão de seus salários. Em quinto lugar, que a sociedade brasileira finalmente compreenda a necessidade de apertar o cinto, e que o ajuste fiscal e as reformas estruturais, a começar pela previdenciária e tributária, sejam realizadas para o país sair da crise em que, por incompetência gerencial pública, foi colocado. Em sexto lugar, que os investimentos retornem rapidamente, porém, sobre uma base sólida e não a partir de programas eleitoreiros insustentáveis como os realizados nos últimos tempos. Enfim, que o país saia do marasmo absoluto nas relações internacionais e abra seus horizontes em busca de maior comércio internacional pela qualidade e competitividade de nossos produtos, via aumento da eficiência produtiva de nossa mão de obra e de nossos bens de capital, e não fique apenas dependendo do câmbio para vender mais ao exterior. Há muito mais a ser feito, pois o tamanho do problema exige uma lista enorme de ações, mas se começarmos por estes pontos, em 2016, a crise poderá ficar menor e os sinais de recuperação, já para 2017, poderão se tornar realidade concreta. Caso contrário, continuaremos afundando, pagando para sustentar um Estado perdulário e ineficiente, cujo governo nem mesmo foi capaz de impedir o retorno de doenças provocadas por um mosquito, que estão literalmente matando brasileiros, as quais já estavam erradicadas na distante década de 1960. 

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