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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

A GOTA D´ÁGUA

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
24/12/2015


“Nada é tão ruim que não possa piorar”. Estes últimos dias de dezembro são pródigos em confirmar tal ditado na área econômica brasileira. Assistimos a perda do grau de investimento junto a mais uma agência de risco (Fitch), a qual elimina de vez a possibilidade da entrada de recursos financeiros externos oriundos de boa parte dos grandes fundos e investidores internacionais. É a segunda agência que nos rebaixa neste ano, enquanto a terceira (Moody´s) deverá fazê-lo proximamente. Isso provoca uma oferta menor de dólares no país, causando desvalorização do Real. E esta é sinônimo de mais inflação. Para conter a constante alta dos preços, um aumento da Selic para 2016 já é cogitado, havendo a possibilidade de a mesma terminar o novo ano ao redor de 16,5% a 17%. Paralelamente, os EUA acabaram elevando sua taxa básica de juros. Isso tende a atrair mais dólares para a economia norte-americana, provocando ainda mais saída desta moeda dos países emergentes como o Brasil. Mas a gota d´água que faltava para transbordar o copo da crise, por enquanto, veio da área política, com a troca do Ministro da Fazenda brasileiro. Não pela saída do então ministro Joaquim Levy, que acabou sendo “fritado” pela ala desenvolvimentista “a qualquer preço” do governo. O que preocupa é a escolha do novo ministro. O Sr. Nelson Barbosa foi um dos que jogou contra as medidas de ajustes propostas pelo seu antecessor, quando estava no Planejamento. Por oito longos anos, e particularmente nos quatro anos do primeiro mandato da presidente Dilma, assessorou o Ministro Mantega no Ministério da Fazenda, ajudando a causar o estrago econômico que vivemos e do qual o povo está pagando esta salgada conta. Salvo uma surpresa, não se pode esperar ajustes profundos na economia nacional com o retorno deste desenvolvimentismo no comando da economia nacional. Os primeiros discursos do novo ministro tentam desfazer este receio, ao afirmarem que o controle fiscal é prioritário. Ora, se é assim, porque nunca apoiou as propostas realizadas pelo seu antecessor durante todo este ano de 2015? O sentimento é que o governo central volta a pensar em eleições, agora tentando ludibriar o povo para 2018. Assim, se a opção for continuar a gastar mais do que o Estado arrecada, visando gerar uma recuperação na economia a qualquer custo, o atual desastre econômico se prolongará por muitos anos. Como o objetivo não será conter despesas, o aumento de impostos será ainda maior daqui em diante. Não é por nada que o Congresso, outro ente omisso às necessidades econômicas do país, acaba de aprovar o Orçamento para 2016 com a inclusão da CPMF a partir de setembro/16. Diante deste quadro, estão certos os que enviam votos de “Feliz 2019” para seus clientes e familiares neste final de mais um ano perdido.

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